A meditação é uma via de poder porque é um caminho para compreendermos a nossa própria mortalidade. É o caminho para vermos a nossa própria morte em clara perspectiva. E consegue-o porque é a via que vai além da nossa própria morte para a ressurreição, para uma vida nova e eterna, a vida que emana da nossa união com Deus.
Na essência do Evangelho Cristão, está o convite para esta experiência agora, hoje. Todos nós somos convidados para a morte, para morrer para a nossa própria auto-importância, o nosso próprio egoísmo, a nossa própria limitação. Somos convidados a morrer para a nossa própria exclusividade. Somos convidados para tudo isto porque Cristo já morreu antes de nós e ergueu-Se de entre os mortos.
O convite para morrer é também um convite a que nos ergamos para uma nova vida, para a comunidade, para a comunhão, para uma vida plena sem medo. Suponho que seria difícil calcular o que é que as pessoas mais temem: se a morte, se a ressurreição.
Mas na meditação perdemos todos os nossos medos, porque compreendemos que a morte é morte para o medo e a ressurreição é a elevação para a vida nova.
Cada vez que nos sentamos para meditar, entramos no eixo da morte e da ressurreição. Fazemo-lo porque, na nossa meditação, vamos para além da nossa própria vida e das suas limitações, penetrando no mistério de Deus. Descobrimos, cada um pela sua própria experiência, que o mistério de Deus é o mistério do amor, amor infinito, amor que expulsa todo o nosso medo.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação….
”Buda em Glória” – Rainer Maria Rilke, in “O Coração Iluminado” (no original: THE ENLIGHTENED HEART: An Anthology of Sacred Poetry, ed. S. Mitchell - New York: Harper, 1989 - p. 131)
Centro de todos os centros, núcleo dos núcleos,
amêndoa fechada em si que vai ficando doce –
todo este universo, até às estrelas mais longínquas
e mais além, é a tua carne, o teu fruto.
Agora sentes como nada se agarra a ti;
a tua vasta concha chega até ao espaço sem fim
e, aí, os fluidos ricos e espessos emergem e correm.
Iluminadas na tua paz infinita,
um bilião de estrelas, rodopiando, atravessa a noite
brilhando bem alto sobre a tua cabeça.
Mas em ti está a presença que
há-de ser quando todas as estrelas estiverem mortas.
Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
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