
(no original: “COMMUNITY OF LOVE” - New York: Continuum, 1999 - pp. 13-15.) (excerto)
A experiência cristã […] não é conceptual, nem é principalmente comunicada pela Igreja ao nível conceptual, onde nos podemos tão facilmente tornar “morbidamente apegados a meras querelas e contendas de palavras”. (1 Tm 6:4) A experiência é melhor descrita como uma transformação de consciência, a que S. Paulo chamava possuir a “mente de Cristo”. A comunicação é espiritual e direta. […] O perigo da idolatria está na preferência pela vertente mecânica e legalista: de fato, a preferência pela repetição aborrecida em detrimento da dinâmica da conversão. […]
O grande anseio no coração dos homens e das mulheres por todo o mundo é o da experiência da adoração “em espírito e em verdade”. A sua fome é pelo encontro com o mistério de ser no seu mais profundo, onde este é supremamente pessoal. A busca é por uma autêntica experiência de nós mesmos como os criados, os amados e os redimidos de Deus. Não há dúvida de que a fome do nosso tempo é pelo Deus que habita em nós. […]
O poder, o momentum, a alegria com autoridade e autenticidade da Igreja dos primeiros tempos derivava desta experiência da imanência de Deus a que chamamos a morada interior do Espírito Santo. Esta era uma experiência inebriante, como proclamam os relatos escritos. Mas mais do que ebriedade ou entusiasmo, era uma experiência tão profundamente pessoal para aqueles que a ela se abriam. […] A relevância deste testemunho dado pelos primeiros cristãos é que não era uma experiência do outro mundo ou de rejeição do mundo. Era uma experiência de toda a Criação interpenetrada pelo poder do amor salvífico de Cristo.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Que Coisa tão Gira” – Mary Oliver, in “Cavalos Azuis” (no original: BLUE HORSES” - New York: Penguin, 2014 - p. 79.)
Não sei que coisa tão gira
o pássaro azul diz constantemente,
com a voz a sair da garganta,
do bico, do corpo para o ar rosado
de manhãzinha. Gosto disso
seja lá o que for. Às vezes
parece ser a única coisa no mundo
que não tem pensamentos escuros.
Às vezes, parece ser a única coisa
no mundo que não tem
questões que não podem ser ou
provavelmente nunca serão respondidas,
a única coisa que está plenamente contente
com a manhã rosada, depois, de um branco
claro e, gratamente, o afirma.
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