A nossa vida é uma unidade porque está centrada no mistério de Deus. Mas, para conhecer essa unidade, temos de ver para além de nós mesmos e com uma perspetiva maior do que a que costumamos usar, quando o interesse próprio é a nossa preocupação dominante. Só quando começamos a afastar-nos do interesse próprio e da consciência de nós próprios é que esta perspetiva maior se começa a abrir.
Outra maneira de dizer que a nossa visão se expande é dizer que chegamos a ver para além das meras aparências, até aos mais profundos e interrelacionados significados das coisas […] não apenas em relação a nós próprios mas […] em relação ao todo do qual fazemos parte. Este é o caminho do verdadeiro autoconhecimento e é por isso que o verdadeiro autoconhecimento é idêntico a verdadeira humildade. A meditação abre-nos esta preciosa forma de conhecimento [e] este conhecimento torna-se sabedoria […] quando soubermos, já não pela análise e definição, mas pela participação na vida e no espírito de Cristo. […].
A maior dificuldade é começar, é dar o primeiro passo e lançarmo-nos nas profundezas da realidade de Deus revelada em Cristo. Uma vez abandonadas as margens do nosso eu, apanhamos, rapidamente, as correntes da realidade que nos dão direção e ímpeto. Quanto mais quietos e atentos estivermos, mais sensível será a forma como respondemos a estas correntes. E, assim, mais absoluta e verdadeiramente espiritual se torna a nossa fé. Através da quietude no espírito, deslocamo-nos para o oceano de Deus. Se tivermos a coragem de empurrar o nosso barco e o afastarmos da margem, não deixaremos de encontrar essa direção e essa energia. Quanto mais para o mar alto viajarmos, mais forte se torna a corrente e mais profunda a nossa fé. Por um momento, a profundidade da nossa fé é desafiada pelo paradoxo de que o horizonte do nosso destino parece estar cada vez mais distante. Aonde é que vamos com esta fé mais profunda? Quando é que lá chegaremos? Então, gradualmente, reconhecemos o significado da corrente que nos guia e vemos que o oceano é infinito.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
"O Campo Longínquo" (extrato) – Theodore Roethke, in "Coletânea de Poemas" (no original: "The Far Field", COLLECTED POEMS - New York: Doubleday - 1961 - p. 200)
Aprendi a não temer o infinito,
O campo longínquo, os penhascos ventosos do para sempre,
O tempo moribundo na luz branca do amanhã,
A roda que gira para além d’ela própria,
O espraiar da onda,
A água que sobe.
Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
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