Para nos tornarmos seres espirituais, temos que aprender a deixar para trás os nossos oficiais eus religiosos, ou seja, deixar para trás o Fariseu que se esconde dentro de todos nós—porque, tal como Jesus disse, temos que deixar para trás o nosso eu por inteiro. Todas as imagens de nós próprios provindo, como provêm, do cérebro febril do ego, têm de ser renunciadas e transcendidas para que nos tornemos unos connosco próprios, com Deus, com os nossos irmãos—ou seja, para que nos tornemos verdadeiramente humanos, verdadeiramente reais, verdadeiramente humildes.
Do mesmo modo, devemos abandonar as nossas imagens de Deus. Não devemos ser adoradores de ídolos. Curiosamente, o que constatamos é que as abandonamos à medida que vamos abandonando as nossas auto imagens, o que sugere aquilo…, sempre o suspeitámos de qualquer forma, que as nossas imagens de Deus eram na realidade imagens de nós próprios. Neste maravilhoso processo de entrar na luz plena da Realidade, do abandono da ilusão, um grande silêncio emerge do centro. Sentimo-nos imersos no silêncio eterno de Deus. Já não estamos a falar com Deus ou pior, a falar connosco próprios. Estamos a aprender a ser—a ser com Deus, a ser em Deus.
Sem dúvida que é mais fácil aprender isto numa sociedade equilibrada e estável. Num mundo turbulento e confuso há tantas mais vozes enganadoras, tantas chamadas á nossa atenção. Mas a visão Cristã é intransigente na sua sanidade, na sua rejeição do extremismo, no seu convite a cada um de nós para que tenhamos a coragem de nos tornarmos nós próprios, e não meramente correspondermos a alguma imagem que nos tenha sido imposta do exterior.
Na viagem espiritual é necessária mais energia para se estar quieto do que para correr. Grande parte das pessoas gasta tantas das suas horas acordadas a correr de uma coisa para a outra, que tem medo da quietude e do silêncio. Um certo pânico existencial pode-nos sobrevir quando nos começamos a encontrar com a quietude…Mas se conseguirmos achar a coragem para enfrentar este silêncio, entramos numa paz que está para além de toda a compreensão.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação….
“sobre competição”, Charles Bukowski, “about competition,” Sifting through the Madness of the Word, the Line, the Way(New York: Harper Collins,2003), p. 75.
sobre competição
quanto mais alto subires
maior a pressão
aqueles que conseguem
aguentar
aprendem
que a distância
entre o
cimo e o
fundo
é
obscenamente
grande.
e aqueles que
têm êxito
sabem
este segredo:
tal não
existe.
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