A meditação é uma maravilhosa oportunidade para todos nós […] porque, ao retornar à nossa origem, ao terreno da nossa existência, regressamos à nossa inocência. O chamamento à meditação, para os primeiros Padres da Igreja, era um chamamento à pureza do coração e é isso que é a inocência – pureza de coração. Uma visão não toldada pelo egoísmo, pelo desejo ou por imagens, um coração que se move simplesmente por amor. A meditação conduz-nos a uma pura clareza – clareza de visão, clareza de compreensão e clareza de amor – uma clareza que vem da simplicidade. E para se estar a meditar, nada mais se exige do que a determinação simples de começar e, depois, de continuar. […]
A meditação é o caminho da atenção. Temos que passar além do pensamento, além do desejo, além da imaginação e, nesse além, começamos a saber que estamos, aqui e agora, em Deus, “em quem vivemos e nos movemos e temos a nossa vida” (Ac 17:28) O caminho da simplicidade é o caminho de uma única palavra, a recitação daquela palavra. É essa recitação e a fidelidade a ela, a cada manhã e ao final de cada dia, que nos conduz além de toda a cacofonia de palavras, além de todo o labirinto das ideias, para a unicidade. […] A meditação é um caminho para a plena comunhão, para a unidade do ser. Na meditação e numa vida por ela enriquecida, somos simples e plenamente nós mesmos, sejamos nós quem formos.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
"Linhas Compostas sobre a Abadia de Tinterm" – William Wordsworth, in Norton Anthology of English Literature, Vol 2 (New York: Norton, 1979 - p. 156)
Essa disposição abençoada
Em que o fardo do mistério,
Em que o grande e desgastante peso
De todo este mundo ininteligível
É aliviado – essa serena e abençoada disposição
Em que as afeições nos empurram, suavemente, para diante –
Até que o sopro desta moldura corporal
E até o movimento do nosso sangue humano
Quase fique suspenso, somos postos a dormir
Em corpo e tornamo-nos numa alma viva;
Enquanto, com um olho posto em quietude pelo poder
Da harmonia e pelo profundo poder da alegria,
Vemos por dentro a vida das coisas.
Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
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