
(no original: “THE WAY OF UNKNOWING” - New York: Crossroad, 1990 - pp. 70-71.)
Um dos incontáveis benefícios que temos a ganhar com a meditação é o de alcançarmos o poder de transcender o contexto cultural em que fomos criados. Todos nós somos, até certo ponto, prisioneiros das ideias do nosso tempo que recebemos e, em resultado disso, ficamos deprimidos ao descobrir tão pouca criatividade no nosso pensamento. As pessoas quase têm medo de ter os seus próprios pensamentos. Todas as pessoas arrastam meramente o pacote de ideias que nos foi apresentado, nem sequer, temo eu, pelos verdadeiros pensadores do nosso tempo, mas, muitas vezes, apenas pelos pré-embaladores de conceitos convenientes e em segunda mão.
No silêncio da meditação, porém, somos postos em contacto com a nossa própria singularidade e é-nos dada a coragem de sermos nós mesmos, de conhecermos a nós mesmos e ao mundo que habitamos. Pensamos e respondemos a um mundo real – em primeira mão, duma forma real.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
"O Caminho para Casa" – Rumi, in "A Alma de Rumi" (no original: THE SOUL OF RUMI, tr. Coleman Barks - New York: HarperCollins, 2002 - pp. 170-71)
O Caminho para Casa
Uma formiga apressa-se pela eira com o seu grão de trigo,
movendo-se entre enormes medas
de trigo, sem saber da abundância à sua volta. Ela pensa que
aquele seu grão é tudo o que há para
amar. Do mesmo modo, nós escolhemos uma sementinha a que nos devotar. Este corpo,
um caminho ou um mestre. Mirem
mais longe e com mais amplitude. A essência de cada ser humano consegue ver
e o que esse olho da essência recolhe
é aquilo em que se torna o ser… O oceano despeja-se
por um jarro, e poderíamos dizer que ele
nada dentro do peixe! Este mistério dá paz ao teu
ansiar e faz do caminho para casa casa.
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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