S. Paulo diz-nos que há uma luz que brilha no nosso coração. S. João diz-nos que esta luz é o ponto da consciência divina, de amor infinitamente puro, que podemos encontrar e adorar em cada pessoa – a luz que ilumina todos os que vêm a este mundo. É isto que significa ser humano: guardar, como num templo interior, este ponto de foco divino, único e universal. S. Paulo e S. João são testemunhas disto. Mas também a nossa própria experiência nos deve ensinar que tudo e todos estão iluminados por este mesmo ponto de luz que encontramos dentro de nós. Temos que descobrir os outros em nós e a nós mesmos nos outros. Temos de nos tornar seres reais. O amor divino é a energia que origina e sustenta toda a criação e a consciência. As nossas esperanças de paz não são vãs porque a experiência de Deus, na luz de Cristo que brilha dentro de nós, conduz à paz e unifica-nos. Ela harmoniza as nossas forças interiores e satisfaz cada um dos nossos desejos, para além de tudo o que possamos imaginar ou desejar.
A vida é a busca da sabedoria porque a sabedoria exige que aprendamos a viver a partir dos recursos desta luz e desta energia. Ser sábio é estar em harmonia com ela e ser vitalizado por ela. Sair desta harmonia é descer da sabedoria para a mera esperteza e escorregar pela encosta que termina no inferno do não-ser. Este escorregar é o inverso do processo de conversão. Sempre que alguém está a deslocar-se neste sentido invertido, pode até ver tudo o que a pessoa em conversão vê também, mas aquela vê-as de forma invertida, como imagens espelho da realidade. Enquanto a conversão nos conduz ao amor e a mais vida, este escorregar aumenta apenas o egoísmo que diminui a vida. O amor é criativo; o egoísmo é um negócio com a morte. A conversão é um compromisso com a criatividade do amor… Encontramos isto tanto nos indivíduos como nas sociedades. Em ambos, a riqueza e o poder não são a prova da verdadeira criatividade. A única medida fiável é a profundidade da paz que flui a partir do centro que harmoniza todas as suas partes em amor.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação….
”Amor no Campo” (excerto) – William Stafford, in “Histórias que Podiam Ser Verdadeiras” (no original: “STORIES THAT COULD BE TRUE - New York: Harper and Row – 1977; citado em “The Writer’s Almanac “, 5.feira, 10 de Maio de 2012)
Vivemos assim: ninguém, excepto
algumas das corujas, acorda e, dessas,
só as mais próximas é que realmente acordam.
Sob a chuva, ontem, as poças
no caminho para o celeiro, faziam soar
as suas bebidazinhas rápidas.
A beira da pilha de feno, toda
empapada de luar,
vai sonhando por aí fora como música de prata.
Será que há quintas como esta onde
ninguém gosta de viver?
E o céu que vai a todo o lado?
Enquanto a terra rompe o macio horizonte
para leste, nós estudamos como merecer
aquilo que já nos foi dado.
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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