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“O Caminho do Amor”– Fr. John Main OSB, (excerto) in “A Fome de Profundidade e de Significado“
(no original: “The Hunger for Depth and Meaning”, ed. Peter Ng - Singapore: Medio Media, 2007 - p. 184)
O grande mistério da fé é o de que o amor deve ser encontrado no nosso próprio coração, se pelo menos conseguirmos estar em silêncio e quietude, se conseguirmos fazer deste amor o centro supremo do nosso ser. Isso significa virarmo-nos para ele incondicionalmente, prestando-lhe atenção. Abordamos a vida com amor porque o que encontramos no nosso coração é o princípio vivo do amor. Escutemos S. Paulo, sugerindo como deveríamos estar nos nossos relacionamentos uns com os outros:
“Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, se alguém tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, fazei-o vós também. E, acima de tudo isto, revesti-vos do amor, que é o laço da perfeição.”
(Col 3:13:14)
A coisa mais importante que temos que proclamar ao mundo, a todas as pessoas, é que o Espírito habita realmente dentro dos nossos corações. Virando-nos para Ele com toda a nossa atenção, também nós podemos viver da plenitude do amor. Também nós podemos viver do poder que é o Reino de Deus. Uma parte da disciplina da meditação consiste em ensinar-nos a mantermo-nos nesse amor, aconteça o que acontecer.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Uma Qualquer Desolação Comum” – Ellen Bass, (no original: “Any Common Desolation” publicado em “Poem-a-Day” pela American Academy of Poets, 18 de Novembro de 2016.)
Uma Qualquer Desolação Comum
pode ser suficiente para nos fazer olhar para cima
para as folhas amareladas da macieira, as poucas
que sobreviveram às chuvas e à geada, iluminadas
pelo sol do fim da tarde. Elas brilham com um profundo
dourado-laranja contra um azul tão puro; um único pássaro
as arrancaria como se fossem seda. Podemos ter que quebrar
o nosso coração, mas isso nada é comparado
com conhecer mesmo só um momento de vida. O som
dum remo numa forqueta ou um animal
ruminante a arrancar a erva. O cheiro de gengibre ralado.
O néon de cor rubi da loja de bebidas.
Peúgas quentinhas. Recordarmos a nossa mãe,
a sua precisão, como numa cerimónia, a colher
o algodão branco, passando-o pelos nossos dedos dos pés,
levantava o salto, virava o punho. Um sopro
pode surgir ao caminharmos no nosso próprio quintal lamacento,
a Ursa Maior vertendo a noite sobre nós, e tudo
o que detestamos, tudo o que não suportamos ouvir, se dissolve
e, como uma agulha metida na nossa veia ----
essa súbita explosão de actividade do mundo.
Texto original, em inglês: aqui
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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