Quaresma 2015 - Segunda-feira da 4ª semana
Jo 4:43-54 - “Se não virdes sinais extraordinários e prodígios, não acreditais.”
Estas são as palavras aparentemente duras que Jesus disse ao homem que veio ter com Ele para Lhe pedir que viesse salvar o seu filho que estava a morrer. Jesus disse-lhe que o filho iria viver e o homem regressou a casa, encontrando o rapaz instantaneamente recuperado. Magia ou fé? Esta é a pergunta que revela a verdadeira dinâmico desta história e de todos os evangelhos.
As Suas palavras a este pai desesperado, acima citadas, podem parecer falhas de compaixão. Poderíamos imaginar-nos a ser insistentemente compelidos a ajudar alguém necessitado, embora sentíssemos que já tínhamos feito o bastante para esse dia. No entanto, a sua intensidade faz-nos ceder e dar-lhe o que quer; mas não resolvemos o nosso próprio sentimento de autoprotecção, essa guarda que sempre nos impede de fazer um dom puro e incondicional de nós próprios. Por isso, cedemos mas, ao mesmo tempo, indelicadamente, soltamos também uma queixa ou uma crítica. OK, eu curo o teu filho, mas já vai sendo tempo de pararem de pedir milagres fora de horas.
Não parece ser isto que Jesus está a dizer.
O pai, como qualquer pessoa preocupada com alguém que lhe é querido e que esteja em perigo, está desesperado por um milagre. Mesmo quando já encarámos a verdade e abandonámos as falsas esperanças, ainda nos fica um pedaço de desespero em que o sonho do milagre nunca morre. A nossa necessidade de magia, de manipular as causas e os efeitos a partir do exterior, consegue até sobreviver ao desespero. As crises políticas, os revezes económicos, a ficção e os jovens feiticeiros evidenciam, todos eles, o nosso apetite pela “fast food” de sinais mágicos e de maravilhas. Quando as coisas estão desesperadas, é quando mais queremos ter poderes mágicos.
Com o Seu comentário, Jesus, simplesmente, põe isto em evidência e, desse modo, liberta, ao pai e a nós, da adição às soluções mágicas. O que d’Ele flui é o poder de curar na plena força da compaixão. Somos salvos do nosso próprio desespero, não pelos sinais exteriores de magia, mas através do que já está dentro de nós, onde já estamos em contacto com o poder que projectamos e que buscamos fora de nós.
Jesus não queria que as pessoas O vissem como um mágico ou sequer como um messias. Ele queria mais: que as pessoas estabelecessem uma ligação com Ele, que O conhecessem, a partir do seu próprio interior. Também há sinais e coisas maravilhosas associadas a isso. Mas não são mágicos. São os sinais reais da maravilhosa transformação do “eu” produzida pelo relacionamento a que chamamos fé.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Jo 4:43-54 - “Se não virdes sinais extraordinários e prodígios, não acreditais.”
Estas são as palavras aparentemente duras que Jesus disse ao homem que veio ter com Ele para Lhe pedir que viesse salvar o seu filho que estava a morrer. Jesus disse-lhe que o filho iria viver e o homem regressou a casa, encontrando o rapaz instantaneamente recuperado. Magia ou fé? Esta é a pergunta que revela a verdadeira dinâmico desta história e de todos os evangelhos.
As Suas palavras a este pai desesperado, acima citadas, podem parecer falhas de compaixão. Poderíamos imaginar-nos a ser insistentemente compelidos a ajudar alguém necessitado, embora sentíssemos que já tínhamos feito o bastante para esse dia. No entanto, a sua intensidade faz-nos ceder e dar-lhe o que quer; mas não resolvemos o nosso próprio sentimento de autoprotecção, essa guarda que sempre nos impede de fazer um dom puro e incondicional de nós próprios. Por isso, cedemos mas, ao mesmo tempo, indelicadamente, soltamos também uma queixa ou uma crítica. OK, eu curo o teu filho, mas já vai sendo tempo de pararem de pedir milagres fora de horas.
Não parece ser isto que Jesus está a dizer.
O pai, como qualquer pessoa preocupada com alguém que lhe é querido e que esteja em perigo, está desesperado por um milagre. Mesmo quando já encarámos a verdade e abandonámos as falsas esperanças, ainda nos fica um pedaço de desespero em que o sonho do milagre nunca morre. A nossa necessidade de magia, de manipular as causas e os efeitos a partir do exterior, consegue até sobreviver ao desespero. As crises políticas, os revezes económicos, a ficção e os jovens feiticeiros evidenciam, todos eles, o nosso apetite pela “fast food” de sinais mágicos e de maravilhas. Quando as coisas estão desesperadas, é quando mais queremos ter poderes mágicos.
Com o Seu comentário, Jesus, simplesmente, põe isto em evidência e, desse modo, liberta, ao pai e a nós, da adição às soluções mágicas. O que d’Ele flui é o poder de curar na plena força da compaixão. Somos salvos do nosso próprio desespero, não pelos sinais exteriores de magia, mas através do que já está dentro de nós, onde já estamos em contacto com o poder que projectamos e que buscamos fora de nós.
Jesus não queria que as pessoas O vissem como um mágico ou sequer como um messias. Ele queria mais: que as pessoas estabelecessem uma ligação com Ele, que O conhecessem, a partir do seu próprio interior. Também há sinais e coisas maravilhosas associadas a isso. Mas não são mágicos. São os sinais reais da maravilhosa transformação do “eu” produzida pelo relacionamento a que chamamos fé.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
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