
1º Domingo do Advento - 3 de Dezembro
(Is 63:16b-17,19b, 64:2-7; 1Cor 1:3-9; Mc 13:33-37 )
Os profetas não são adivinhos, por muito que, secretamente, desejemos conhecer o que vai acontecer – ou que achemos que podemos ver o futuro. Isaías é um profeta e o dom que nos faz não é uma predição, mas um lembrete – urgente – para estarmos real e plenamente presentes. Ele é alguém que experienciou Deus e que não consegue tirá-Lo da cabeça – embora, tal como qualquer crente em Deus, às vezes, gostasse de se livrar de d’Ele. Isaías lida com isto fazendo esta pergunta profunda: “Porque nos deixais, Senhor, desviar dos Vossos caminhos e endurecer o nosso coração?”
Não iremos obter respostas definitivas para este tipo de questão, mas perguntar, simplesmente, é uma ajuda poderosa para clarificar o dilema humano. Se Deus é Deus – bom, amoroso, cuidadoso connosco – porque é que descarrilamos tão facilmente, de forma tão inclemente e tão frequente? Porquê a Síria? Porquê o tráfico humano? Porquê os prisioneiros políticos e a tortura? Porquê os paraísos fiscais offshore? E, a propósito, porquê as cada vez mais duras divisões associadas à politica americana e europeia? Ao iniciar o Advento, esta é uma boa questão para mantermos fresca e para tornarmos a nossa espera cada vez mais, e não cada vez menos, consciente. A palavra “Advento” significa que algo está para vir e, bom ou mau, vem mesmo na nossa direcção.
Isaías anseia por um tempo em que havemos de estar “conscientes de Vós nos nossos caminhos” em vez de estarmos constantemente a esquecer que “somos o barro e Vós o Oleiro”. Por isso, talvez a resposta ao fracasso humano em ser humano não esteja em Deus, mas em nós e, especialmente, no nosso esquecimento.
Por isso, hoje e ao longo desta época, Jesus tem uma palavra para nós: “vigiai!” Significa fazer um esforço para ver, tomar atenção, olhar em ambas as direcções, estar alerta a toda a hora. A vigilância é uma virtude ancestral. Não significa acumular mais palavras, planos, relatórios, reuniões e projecções. Se estivermos vigilantes, estes serão impiedosamente reduzidos e a nossa tomada de decisões e colaboração grandemente melhoradas. Vigiar significa, simultaneamente, manter focado e expandir o nosso campo de consciência. Se este equilíbrio se perde, tornamo-nos ou distraídos ou obsessivos. Então, tudo se desmorona.
Portanto, a resposta à pergunta de Isaías não é uma resposta, é uma actuação, A actuação é uma mudança no comportamento, uma prática. O mantra coordena esse aspecto para o meditante. O sinal de que estamos vigilantes é o que Paulo, na segunda leitura de hoje, observa com espontânea gratidão: “Dou graças a Deus […] já não vos falta nenhum dom da graça”. É-nos realmente dado tudo no presente, se ao menos o conseguirmos ver.
(Estava à procura do cap. 13 de Marcos, para rever o seu texto em Grego, e escrevi no Google “Mk 13”. A pesquisa mostrou-me uma «espingarda de culatra manual para atirador furtivo ou “sniper”» usada pelos “Seals” da Marinha Americana. Esse é um tipo de vigilância, mas não é aquele em que deveríamos trabalhar durante o Advento.
(Is 63:16b-17,19b, 64:2-7; 1Cor 1:3-9; Mc 13:33-37 )
Os profetas não são adivinhos, por muito que, secretamente, desejemos conhecer o que vai acontecer – ou que achemos que podemos ver o futuro. Isaías é um profeta e o dom que nos faz não é uma predição, mas um lembrete – urgente – para estarmos real e plenamente presentes. Ele é alguém que experienciou Deus e que não consegue tirá-Lo da cabeça – embora, tal como qualquer crente em Deus, às vezes, gostasse de se livrar de d’Ele. Isaías lida com isto fazendo esta pergunta profunda: “Porque nos deixais, Senhor, desviar dos Vossos caminhos e endurecer o nosso coração?”
Não iremos obter respostas definitivas para este tipo de questão, mas perguntar, simplesmente, é uma ajuda poderosa para clarificar o dilema humano. Se Deus é Deus – bom, amoroso, cuidadoso connosco – porque é que descarrilamos tão facilmente, de forma tão inclemente e tão frequente? Porquê a Síria? Porquê o tráfico humano? Porquê os prisioneiros políticos e a tortura? Porquê os paraísos fiscais offshore? E, a propósito, porquê as cada vez mais duras divisões associadas à politica americana e europeia? Ao iniciar o Advento, esta é uma boa questão para mantermos fresca e para tornarmos a nossa espera cada vez mais, e não cada vez menos, consciente. A palavra “Advento” significa que algo está para vir e, bom ou mau, vem mesmo na nossa direcção.
Isaías anseia por um tempo em que havemos de estar “conscientes de Vós nos nossos caminhos” em vez de estarmos constantemente a esquecer que “somos o barro e Vós o Oleiro”. Por isso, talvez a resposta ao fracasso humano em ser humano não esteja em Deus, mas em nós e, especialmente, no nosso esquecimento.
Por isso, hoje e ao longo desta época, Jesus tem uma palavra para nós: “vigiai!” Significa fazer um esforço para ver, tomar atenção, olhar em ambas as direcções, estar alerta a toda a hora. A vigilância é uma virtude ancestral. Não significa acumular mais palavras, planos, relatórios, reuniões e projecções. Se estivermos vigilantes, estes serão impiedosamente reduzidos e a nossa tomada de decisões e colaboração grandemente melhoradas. Vigiar significa, simultaneamente, manter focado e expandir o nosso campo de consciência. Se este equilíbrio se perde, tornamo-nos ou distraídos ou obsessivos. Então, tudo se desmorona.
Portanto, a resposta à pergunta de Isaías não é uma resposta, é uma actuação, A actuação é uma mudança no comportamento, uma prática. O mantra coordena esse aspecto para o meditante. O sinal de que estamos vigilantes é o que Paulo, na segunda leitura de hoje, observa com espontânea gratidão: “Dou graças a Deus […] já não vos falta nenhum dom da graça”. É-nos realmente dado tudo no presente, se ao menos o conseguirmos ver.
(Estava à procura do cap. 13 de Marcos, para rever o seu texto em Grego, e escrevi no Google “Mk 13”. A pesquisa mostrou-me uma «espingarda de culatra manual para atirador furtivo ou “sniper”» usada pelos “Seals” da Marinha Americana. Esse é um tipo de vigilância, mas não é aquele em que deveríamos trabalhar durante o Advento.