
Para nos conhecermos a nós mesmos, para nos compreendermos [...] e para pormos, a nós e aos nossos problemas, em perspectiva, temos, simplesmente, que estabelecer contacto com o nosso espírito. Toda a auto-compreensão emerge de nos entendermos a nós próprios como seres espirituais e apenas o contacto com o Espírito Santo universal nos pode dar a profundidade e o alento para compreender. [...] O caminho para isto não é difícil. É muito simples. Mas exige, realmente, empenhamento. […]
A maravilhosa revelação que aí está para que todos a descubramos, desde que entremos no caminho com disciplina, é que o espírito está enraizado em Deus e que cada um de nós tem um destino eterno e uma significância e importância eternas. Essa é a descoberta primordial que cada um tem de fazer, a de que a natureza que possuímos tem este potencial infinito para o desenvolvimento e que o desenvolvimento apenas ocorrerá se empreendermos esta peregrinação ao nosso próprio centro. [...] É só aí, nas profundezas do nosso ser, que poderemos descobrir-nos a nós próprios enraizados em Deus. A meditação é apenas a forma de estabelecermos contacto com o nosso próprio espírito e, nesse contacto, encontrar a via para a integração, reparar que tudo na nossa experiência entra em harmonia, tudo na nossa experiência é julgado e alinhado com Deus.
O caminho da meditação é muito simples. Tudo o que cada um de nós tem de fazer é ficar o mais quieto possível, de corpo e de espírito. [...] Aprender a meditar é aprender a deixar ir os nossos pensamentos, ideias e imagens e descansar nas profundezas do nosso próprio ser. Lembrem-se sempre disso. Não pensem; não usem outras palavras senão a vossa palavra; não imaginem coisa alguma. Simplesmente, façam ressoar, recitem a palavra nas profundezas do vosso espírito e escutem-na. Concentrem-se nela com toda a vossa atenção.
Porque é que isto é tão poderoso? Basicamente, porque nos dá o espaço de que o nosso espírito precisa para respirar. Dá a cada um de nós o espaço para ser ele próprio. Quando estamos a meditar, não precisamos de pedir desculpa por nós nem de nos justificar. Tudo o que precisamos é de ser nós próprios, aceitar das mãos de Deus o dom do nosso próprio ser.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação….
”Sheik Sarrazi Chega do Deserto” – Rumi (no original: “Sheikh Sarrazi Comes in from the Wilderness” in THE SOUL OF RUMI, tr. Coleman Barks - New York: HarperCollins, 2001 - pp. 247-48.)
Há comida como o
pão, que alimenta uma parte
da vida, e comida como a luz, para outra parte. Há
muitas regras sobre a frugalidade
quanto à primeira, mas há apenas uma para a segunda: nunca estar
satisfeito. Comer e beber
a substância da alma, como faz o pavio com o azeite que absorve.
Dá luz a toda a companhia.
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal