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Leitura Semanal – 29.03.2015 - “À Primeira Vista” – Fr. Laurence Freeman OSB 

30/3/2015

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Leitura Semanal – 29.03.2015

“À Primeira Vista” (excerto) – Fr. Laurence Freeman OSB (no original: FIRST SIGHT: The Experience of Faith - London: Continuum, 2011 - pp.61-62.)

A meditação reunifica esse puro raio de luz que é fragmentado pela nossa percepção através do prisma do ego. Ela conduz-nos a uma nova maneira de ver, uma forma de percepção que funde a prática quotidiana da meditação com a vida do dia-a-dia e do trabalho, como uma forma integrada de vida. Em criança, quando vemos alguma coisa nova, ficamos encantados. O mundo está cheio de maravilhas por descobrir e não conseguimos perceber porque é que os mais velhos parecem tão pouco impressionados por elas.

Uma vez, estava à espera que as minhas malas aparecessem na passadeira de bagagens do terminal de aeroporto. A espera parecia interminável e eu só pensava em sair dali para o ar livre, depois de tantas horas a respirar num ambiente artificial. Então, reparei num rapazinho que olhava para a passadeira com uma atenção transfigurada. Quando a luz começou a piscar e a campainha a tocar, anunciando, finalmente, a chegada das malas, o seu entusiasmo subiu em flecha. Quando as malas dele apareceram, deu a novidade ao pai aos berros, com uma alegria e num estado de maravilha impossíveis de conter. Eu fiquei simplesmente satisfeito por as minhas não se terem perdido outra vez. 

Quem é que alguma vez amou sem ter sido amor à primeira vista? Quem é que alguma vez viu o mundo pela primeira vez e não se apaixonou por ele? Mas, gradualmente, esquecemos esta excitação da primeira vista, à medida que a vida se transforma em rotina e o stress peneira a alegria e a maravilha. Mas a experiência da primeira vista pode ser recuperada a outro nível de percepção. De facto, se não for recuperada, não conseguimos desenvolver-nos. A fé é a capacidade de ver de novo pela primeira vez. 


Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia


Depois da meditação….

” Convite” – Mary Oliver em “Pássaro Vermelho” (no original: REDBIRD - Boston: Beacon Press, 2008 - pp. 18-19.)

Oh, será que tens tempo
   para te deixares ficar,
      só por um bocadinho
        roubado ao teu ocupado
e muito importante dia,
   para os pintassilgos 
     que se juntaram
        num campo de tojos 
para uma batalha musical,
   a ver quem canta
      a nota mais alta
         ou a mais baixa,
a que mais expressa júbilo
   ou a mais carinhosa?
      Os seus bicos fortes e rombos
          bebem o ar
 enquanto lutam 
   melodiosamente,
      não por ti
         nem por mim
nem para ganharem,
   mas por puro prazer e gratidão –
      acreditem em nós – dizem eles –
          é uma coisa séria
estar simplesmente vivo
   nesta manhã fresca
       neste mundo despedaçado.
          Suplico-te que
não passes por lá
   sem fazer uma pausa
      para assistir a esta 
         exibição bastante ridícula.
 Poderá significar alguma coisa.
    Poderá significar tudo.
       Poderá ser o que Rillke queria dizer, quando escreveu:
           Tens de mudar a tua vida.


WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal 
Site: www.meditacaocrista.com
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal 



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Leitura Semanal – 23.03.2015 - “Tudo o que É Preciso É Começar” – Fr. John Main OSB, in “A Palavra que se Fez Carne”

23/3/2015

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Leitura Semanal – 23.03.2015

“Tudo o que É Preciso É Começar” – Fr. John Main OSB, in “A Palavra que se Fez Carne” (no original: WORD MADE FLESH - Norwich: Canterbury, 2009 - pp. 52-54.)

Muitos de nós passamos grande quantidade de tempo em […] conversas fúteis, porque temos tanto medo e nos sentimos tão estranhos socialmente com os intervalos silenciosos nos nossos encontros. Do mesmo modo, tememos o silêncio quando estamos sozinhos e, por isso, muitas vezes, vivemos com um constante pano de fundo de conversa de rádio ou de música ambiente.

Na meditação, atravessamos a fronteira que separa o ruído de fundo do silêncio. Isto é vital para nós pois o silêncio é necessário para que o espírito humano prospere e seja criativo. O silêncio liberta uma resposta criativa à vida, ao nosso ambiente e amigos, porque dá ao nosso espírito espaço para respirar, espaço para ser. No silêncio, não temos que nos justificar a nós mesmos, pedir desculpa ou impressionar seja quem for. Apenas ser.

É uma das mais maravilhosas experiências de liberdade. No silêncio, não estamos a desempenhar um papel ou a satisfazer quaisquer expectativas. Estamos, simplesmente, ali, realizando o nosso ser, abertos à realidade. Então, na visão cristã, somos assoberbados pela descoberta de que essa realidade em que temos o nosso ser é amor. No silêncio, sabemos que o nosso espírito se está a expandir no amor. 

Aprender a estar em silêncio é começar uma viagem. Tudo o que é preciso é começar. Dar o primeiro passo no silêncio é começar a viagem da nossa vida, a viagem para a vida. Estamos a aprender duas coisas: primeiro, a sentarmo-nos quietos, não por termos medo de nos mexermos ou porque queremos impor um fardo sobre nós próprios, mas porque, na quietude, buscamos uma unidade do corpo, da mente e do espírito; segundo, recitamos o nosso mantra em resposta ao silêncio cada vez mais profundo que a quietude faz surgir.

Ao começar a dizer o mantra, tornamo-nos conscientes de que estamos na fronteira do silêncio. Este é um momento crítico para a maioria das pessoas, já que estão a abandonar o mundo familiar dos sons, ideias, pensamentos, palavras e imagens. Não sabemos o que nos espera quando atravessarmos a fronteira para o silêncio. É por isso que é tão importante aprender a meditar numa tradição e num grupo que recebe, transmite e corporiza essa tradição. Para nós, é uma tradição que diz: “não tenhais medo”. Jesus é o coração duma tradição que vê o propósito da meditação como sendo o de estar na presença do amor, o amor que expulsa todo o medo.

Poderia usar todas as palavras do nosso vocabulário para vos falar do silêncio eterno de Deus, que habita dentro e no mais fundo do nosso ser, o silêncio da pura criação. Poderia dizer o quanto esse silêncio é importante porque, nele, ouvimos o nosso nome dito claramente e sem margem para equívocos, pela primeira vez. Acabamos por saber quem somos. No entanto, todas estas palavras fracassariam na transmissão da própria experiência – uma experiência de liberdade natural na presença criativa de Deus.



Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia


Depois da meditação….

”Concede-me, Senhor” – Anónimo II in “Os Padres Siríacos sobre a Oração” (no original: “THE SYRIAC FATHERS ON PRAYER”, ed. Sebastian Brock - Kalamazoo, MI: Cistercian Publications, 1987- p. 184)

Concede-me, Senhor, […] que a minha mente possa manter conversa com a grandeza da Tua graça – não através da […] voz do corpo ou […] da língua de carne, mas permite que seja antes aquela que Te louva em silêncio, Tu que és o Silente que é louvado em eloquente silêncio.
 
Concede-me, Senhor, […] uma mente cheia de amor por Ti, […] um intelecto cheio da percepção de Ti e um coração puro onde a [Tua] luz […] brilhe e ilumine ao seu redor.

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Leitura Semanal – 15.03.2015 - “Carta Onze”, Laurence Freeman OSB, in “Teia de Silêncio”

15/3/2015

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“Carta Onze” (excerto) - Laurence Freeman OSB, in “Teia de Silêncio” (no original: “Letter Eleven,” WEB OF SILENCE - London: Dalton, Longman, Todd, 1996 - pp. 116-118)

De tempos a tempos, por via da graça, da fé e da simplicidade do mantra, poderemos ser conduzidos a uma profunda paz e equanimidade. A nossa existência consciente torna-se harmoniosa, reflectindo, das profundezas do nosso ser, a calma e a alegria da vida ressuscitada de Cristo. Corpo, mente e espírito estão casados na paz. Como um casal que, depois de muito discutir, volta à bondade e ao amor básicos do seu relacionamento. No que lhe diz respeito, a mente vê cair, de repente, os seus monólogos internos intermináveis e as suas ansiedades auto-dramatizadas, acalmando-se de forma maravilhosa. Fica silenciosa, espantada com a sua própria capacidade para a quietude (talvez ainda sem ter consciência de que, ao pensar, não está ainda plenamente em quietude) e com a sua capacidade de largar os seus desejos e medos compulsivos. […]

Depois, há alturas – talvez em momentos fugazes – em que somos conduzidos inteiramente para fora de nós mesmos. Não estamos adormecidos. Mas também não estamos acordados, no sentido habitual. De facto, comparado com isto, o nosso habitual estado desperto parece mais um sonho do que um despertar. A clareza da consciência de que desfrutamos deve-se ao facto do “eu” que quer desfrutar ter desaparecido.

“Já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim.” Será que S. Paulo, que descreve este estado transpessoal, ego-transcendente, era um budista ou um panteísta? Quem era o “eu” que já não vivia? Quem é o “eu” em quem só Cristo, a imagem perfeita do Deus invisível, vive? Estas são perguntas importantes, intermináveis. Mas a sua importância só faz efeito depois do evento. Enquanto dura este simples estado de união, estas questões, tal como todos os pensamentos, são consumidas pela simples presença “d’Aquele que, verdadeiramente, é”. Mas, depois, regressamos à realidade comum e lembramo-nos do último pensamento que tivemos antes de acontecer esta experiência – a sede que sentíamos, o descoberto na nossa conta bancária, os problemas que os nossos filhos enfrentam. Em breve, estamos absorvidos nos nossos mundos de pensamento que nos são familiares. Deus torna-se um objectivo que estamos a tentar alcançar ou compreender, ou uma memória pela qual sentimos nostalgia, em vez do EU SOU do amor que inunda o nosso ser mais profundo.


 

Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia


Depois da meditação….

“Convicções: Como Aprendi o que Mais Importa” (excerto) – Marcus Borg (no original “CONVICTIONS: How I Learned What Matters Most - New York: HarperOne, 2014 - pp. 49-51)

Ser cristão não tem a ver com ter crenças intelectuais correctas, ter uma correcta teologia, […] não tem a ver com ter uma teologia intelectualmente correcta.

Houve milhões de cristãos “simples” ao longo dos séculos. Não me refiro a pessoas de “mentalidade simples” em sentido pejorativo; refiro-me a pessoas para quem a vida da sua mente não era central na sua vida cristã. Não estavam preocupadas com as crenças correctas nem lhes interessavam as questões intelectuais. Em vez disso, o Cristianismo consistia em amar Deus e Jesus e em procurar amarem-se uns aos outros. […]

Ser cristão não tem a ver com alcançar uma teologia correcta, corrigindo as nossas crenças. Tem a ver com uma relação cada vez mais profunda com Deus tal como o conhecemos especialmente em Jesus. […]

Há episódios de pura maravilha, de espanto radical, de luminosidade radiante que, muitas vezes, evocam a exclamação: “Oh meu Deus!” Pelo menos é o que acontece comigo. E, para mim, esta exclamação exprime a verdade. É a convicção central que tem dado forma à minha jornada cristã. […] Deus é real, “o mais” em quem vivemos, nos movemos e temos a nossa existência.

Isto deu forma também à minha compreensão das religiões em geral e das grandes figuras religiosas, incluindo as figuras centrais da tradição bíblica: Moisés, os profetas, Jesus, Paulo, etc. Todos eles eram pessoas para quem Deus, o sagrado, o mais, era uma realidade experiencial. Era disto que a sua forma de ver – a sua sabedoria, a sua paixão e a sua coragem – vinha. Não acreditavam simplesmente […] em Deus; conheciam a Deus.

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Leitura Semanal – 08.03.2015 “O Poder da Atenção” – Fr. Laurence Freeman OSB

10/3/2015

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Leitura Semanal – 08.03.2015
“O Poder da Atenção” (excerto) – Fr. Laurence Freeman OSB in “O Ser Altruista” (no original: THE SELFLESS SELF - Norwich: Canterbury, 2008 - pp. 31-35)

Sempre houve um grande perigo, mas ele existe, especialmente, para nós, hoje em dia, na nossa sociedade autocentrada e narcisista: o perigo de confundir a introversão, a auto-fixação, a auto-análise com a verdadeira interioridade. A grande prevalência de feridas psicológicas e da alienação social exacerba esse perigo, ao mesmo tempo que pede tacto delicado e compaixão para lidar com ele. […] Viver a verdadeira interioridade é o perfeito oposto de ser introvertido. Uma vez despertos para a presença interior, a nossa consciência é virada do avesso, convertida, de modo que já não ficamos […] olhando para nós mesmos, antecipando ou recordando sentimentos, reacções, desejos, ideias ou sonhos acordados. Mas estamos a virar-nos para outra coisa. E isso é sempre um problema para nós.

Achamos que seria mais fácil afastarmo-nos da introspecção se soubéssemos para o que nos estávamos a virar. Se ao menos tivéssemos um objecto fixo para o qual olhar. Se ao menos Deus pudesse ser representado por uma imagem. Mas o verdadeiro Deus jamais poderá ser uma imagem. As imagens de Deus são deuses. Fazer uma imagem de Deus é, meramente, acabar por ficar a olhar para uma imagem restaurada de nós próprios. Viver, verdadeiramente, a interioridade, abrir o olho do coração significa viver no âmbito da visão sem imagens que é a fé e essa é a imagem que nos permite “ver a Deus”.

Na fé, a atenção é controlada por um novo Espírito, não já os espíritos do materialismo, da auto-busca e da auto-preservação, mas o ethos da fé, que é, por natureza, não possessivo. Está sempre a desapegar-se e, continuamente, a renunciar às recompensas da renúncia, que são muito grandes e, por isso, é ainda mais necessário devolvê-las. […] Podemos entrevê-las, simplesmente, trazendo à memória aqueles momentos ou aquelas frases da vida em que experienciámos o mais alto grau de paz, de realização e de alegria e reconhecer que esses foram tempos, não em que possuímos alguma coisa, mas em que nos perdemos em algo ou em alguém. O passaporte para o Reino requer o carimbo da pobreza. […]

E, no entanto, aprender a estar centrado no outro é uma disciplina, é um discipulado e significa uma ascesis. Não há nada mais difícil do que aprender a retirar a atenção de nós mesmos. […] Somos demasiado propensos a deixar a nossa atenção vaguear, resvalar de novo para a auto-consciência, auto-importância e distracção. Há, então, apenas uma simples verdade para descobrir: quando a atenção está em Deus, com a visão da fé, tudo nos revela Deus.


 Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia

 
Depois da meditação….
 
“Entrando na Terra do Silêncio - Epílogo” (excerto) – Martin Laird OSA (no original “INTO THE SILENT LAND: The Practice of Contemplation - London: Darton, Longman & Todd, 2006 - p. 141-2)

- Diz-me lá – pediu o Pe Alypius – qual é a substância de toda essa tagarelice e desse caos na tua cabeça?
O jovem respondeu:
- É só superficialidade.
- Tens razão – disse o Pe Alypius. – Vês como é simples? Não é nada especial ou rarefeito. Não é porque estiveste a entoar cânticos durante nove horas seguidas ou a jejuar nas últimas três semanas. Estas […] estratégias de nada servem porque o objectivo já foi conseguido. Quando vires que foste apanhado nas tempestades do caos, da tagarelice interior e do comentário mental, pergunta a ti mesmo “Quem sou eu?” Pergunta-te: “Quem é que está a experienciar este caos? Quem é o comentador?” Não vais encontrar lá ninguém a ver se és apanhado em pensamentos. Quando desvias a atenção do objecto da tua consciência para a própria consciência, há apenas uma abertura silenciosa e vasta que nunca foi ferida, danificada, irritada, assustada, incompleta. Isto é o que tu és.
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Leitura Semanal – 01.03.2015     “Preparando o Nascimento” John Main OSB in “O Cristo Presente”

2/3/2015

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Leitura Semanal – 01.03.2015 


“Preparando o Nascimento” (excerto) – John Main OSB in “O Cristo Presente” (no original: THE PRESENT CHRIST - New York: Crossroad, 1991 - pp. 39-40.)


Um dos medos que mais frequentemente encontro nas pessoas que estão a começar a meditar, como uma forma de peregrinação diária, é o de que a viagem em direcção ao seu próprio coração, para este espaço infinito, possa conduzi-las ao isolamento, afastando-as do conforto e da familiaridade do que é conhecido e levando-as para o desconhecido. Este é um medo inicial compreensível. Deixar para trás o superficial é aquilo que muitas vezes queremos dizer com deixar o que é familiar e isso pode criar um sentimento de vazio, à medida que vamos sendo expostos a uma maior profundidade e a uma realidade mais substancial. Levamos tempo a ajustar-nos a este novo sentido de pertença, a um novo relacionamento que parece pôr nova ordem em todos os nossos relacionamentos. O nosso regresso a casa pode parecer-se com o tornar-nos um sem-abrigo. 

Com o tempo, compreendemos que, nesta nova experiência de inocência, de deleite no dom da vida, estamos a deixar para trás a infantilidade e a entrar na plena maturidade de que Jesus desfruta no Pai, na plenitude do Seu amor que penetra e se expande no Espírito, no interior dos nossos corações. Não é só agora, no início da peregrinação, que precisamos do amor humano e da inspiração dos outros. Mas é agora, quando encontramos um horizonte duma largura que não nos é familiar, que temos uma necessidade especial da energia da comunidade que formamos com os outros. Por seu lado, a nossa abertura face a eles faz expandir a nossa sensibilidade às suas necessidades. E, à medida que o mantra nos conduz, cada vez mais, para longe do nosso autocentramento, viramo-nos de forma mais generosa para os outros e recebemos, em troca, o seu apoio. De facto, o nosso amor pelos outros é a única forma verdadeiramente cristã de medir o nosso progresso na peregrinação da oração.

[…] O compromisso que esta viagem nos exige é, ao princípio, desconhecido para nós. É preciso fé, talvez uma certa temeridade para se começar. Mas, depois de começar, é da natureza de Deus, é da natureza do amor, arrastar-nos consigo, ensinando-nos, pela experiência, que o nosso compromisso é com a realidade, que a nossa disciplina é o trampolim para a liberdade. O medo de que a viagem seja para nos afastar, em vez de ser em direcção a algo, só é invalidado pela experiência. Esta é uma viagem em que, em última instância, só a experiência conta. As palavras ou os escritos de outras pessoas podem apenas adicionar alguma luz à realidade plenamente factual, plenamente presente e plenamente pessoal que vive no vosso coração e no meu coração.




Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia

Depois da meditação….




“Entrando na Terra do Silêncio” (excerto) – Martin Laird (no original “INTO THE SILENT LAND: The Practice of Contemplation - London: Darton, Longman & Todd, 2006 - p. 116.)
 

O silêncio é vivo, dinâmico e libertador. A prática do silêncio alimenta a vigilância, o autoconhecimento, o desapago e o acolhimento compassivo a todos os que, de outro modo, rapidamente, condenaríamos. Gradualmente, compreendemos que seja lá o que for que dentro de nós vê os jogos mentais que fazemos está, ele mesmo, livre desse tipo de jogos mentais e é perfeitamente silencioso, puro, vasto e livre. Quando compreendemos que somos a consciência e não o drama que se desenrola na nossa consciência, as nossas vidas são mais livres, mas simples, mais compassivas. O medo mantém-se assustador, mas nós não temos medo do medo. A dor ainda dói, mas nós não nos magoamos com ela.


Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal

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