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        "Que há de mais doce para nós, caríssimos irmãos do que esta voz do Senhor a convidar-nos?"


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​Leitura Semanal - 29.11.2015 - "Queridos Amigos" (excerto) - Laurence Freeman OSB

29/11/2015

 
"Queridos Amigos" (excerto) - Laurence Freeman OSB, in Boletim Internacional da WCCM, inverno de 1996.
 
Um dos dilemas geradores de perplexidade para o Cristianismo, hoje em dia, é, talvez, o significado de comunicar o Evangelho de uma forma não competitiva, no contexto das relações com outras fés. […] Para os cristãos exclusivistas, é claro, esta questão não tem sentido. Mas talvez […] o Espírito esteja a tentar ensinar-nos alguma coisa. Talvez o Cristianismo esteja a aprender que, se é verdadeiramente universal, tem de se reconhecer a si mesmo em todas as formas da experiência espiritual humana e em todos os tipos de eventos religiosos. […]

Estamos, hoje, a precisar dum novo caminho de diálogo religioso, de tolerância, de reverência mútua e de aprendizagem a partir uns dos outros, que os que nos precederam jamais poderiam ter imaginado. No entanto, o caráter correto dum tal caminho para os cristãos é atestado pelo facto de ser tão compatível com a personalidade e o exemplo de Jesus. Ele não rejeitava ninguém, tolerava todos e via o Mistério de Deus em todas as pessoas e na Natureza. Comia com aqueles que deveria ter desprezado; falava com aqueles que devia ter evitado. Ele estava tão aberto aos outros como o estava a Deus. […]

Em Jesus, o tempo e a eternidade intersetam-se, […] e a interseção ocorre na pobreza em espírito humana. […] A pobreza não é apenas a ausência de coisas mas a consciência da nossa necessidade dos outros, de Deus. A necessidade humana é universal. Os ricos e os mais poderosos, tal como os mais pobres e mais marginalizados, todos estão igualmente necessitados. A necessidade é simplesmente o forte sentimento que emerge como resposta ao facto da nossa interdependência. Não estamos separados uns dos outros nem de Deus. A sabedoria é o reconhecimento desse facto e a compaixão é a sua prática.

Na meditação, mergulhamos num nível de realidade mais profundo do que o da nossa superfície, as nossas mentes conduzidas pelo ego, que são, tantas vezes, apanhadas na rede da ilusão da nossa independência e isolamento. Desembaraçar-nos dessa rede é o trabalho diário que fazemos na meditação e é também o novo padrão da prática da presença de Deus - na vida comum, em toda a Natureza e em todas as pessoas.


Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.

Depois da meditação…


"Shvetashvatura Upanishad" (excerto), in “Upanishads”, tradução de Eknath Easwaran (ed. original de Tomales, CA: Nilgiri Press, 1995 – p. 225)

Que o Senhor do Amor, que Se projeta a Si próprio
Neste Universo sob uma miríade de formas,
De quem todos os seres provêm e a quem todos
Retornam, nos conceda a graça da sabedoria.

Ele é fogo e o sol, a lua
E as estrelas. Ele é o ar e o mar
E o Criador, Prajapati.
Ele é este rapaz, ele é aquela menina, Ele é
Este homem, Ele é aquela mulher e Ele é
Este ancião, também, cambaleando apoiado na bengala.
A Sua face está em todo o lado.

Ele é o pássaro azul, Ele é o pássaro verde
Com olhos vermelhos; Ele é a nuvem de trovoada
E é as estações do ano e os mares.
Não tem princípio, não tem fim.
Ele é a fonte a partir da qual tudo evolui.

Do Seu poder divino surge todo este
Espetáculo de nome e forma, de ti
E de mim, que lança o feitiço da dor e do prazer.
Só quando perfuramos o véu
É que vemos o Único que aparece como muitos.


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Leitura Semanal - 22.11.2015 - "O Caminho da Paz", John Main OSB, in "A Fome de Profundidade e de Significado"

22/11/2015

 
"O Caminho da Paz", John Main OSB, in “A Fome de Profundidade e de Significado” (no original: THE HUNGER FOR DEPTH AND MEANING - Singapore: Medio Media, 2007 - pp. 192-3)

A paz que queremos ver no mundo não é algo que pode ser imposto pela força. Podemos forçar uma pessoa a depor a sua arma, se tivermos uma arma maior, mas não podemos forçar ninguém a ser pacífico. Nós próprios jamais teremos paz se não exercermos esta mesma delicadeza, esta mesma atitude pacífica. […]

A única coisa que pode criar a paz no nosso mundo é o poder da paz que se encontra, se conhece e se experiencia nos corações humanos. Esta paz, depois de a conhecermos nós mesmos como a verdadeira base e o verdadeiro alicerce do nosso ser, é invencível. É mais forte que qualquer violência e que qualquer medo, porque a paz é criativa. É paciente, sabe sofrer, enquanto a violência é impaciente e destrutiva.

Bem, estes frutos temos que os conhecer a partir da nossa própria experiência. Não podemos encontrar a paz dentro de nós mesmos usando qualquer tipo de violência sobre nós. Não podemos expulsar os nossos medos, a nossa autorejeição, as nossas repressões, as nossas inseguranças por meio de qualquer tipo de violência.

Alcançamos a plenitude da vida bebendo do mais profundo da fonte da vida. Encontraremos a fonte jorrando bem dentro dos nossos próprios corações. Na visão cristã, a paz não é apenas um estado de vida: é uma pessoa. "A paz é o Meu dom para vós" – disse Jesus. […] "Disse-vos tudo isto para que, em Mim, possais encontrar a paz".

A meditação é o nosso caminho para a paz. Um compromisso com o silêncio é o primeiro passo para encontrarmos esta paz de Cristo.


Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.

Depois da meditação…


"A Imagem Divina" – William Blake
​(Domínio público)


Pois a misericórdia tem um coração humano,
A Piedade uma face humana
E o Amor, a forma humana divina
E a Paz, as vestes humanas.

Portanto, todos os homens de todas as regiões
Que rezam nas suas aflições
Rezam à forma humana divina,
Amor, Misericórdia, Piedade, Paz.

E todos devem amar a forma humana,
No pagão, no Turco ou no Judeu;
Onde mora a Misericórdia, o Amor e a Piedade,
Aí mora também Deus.


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Leitura Semanal - 15.11.2015 - "Amor Religioso" - John Main OSB, in "O Caminho do Não-conhecimento"

15/11/2015

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"Amor Religioso" - John Main OSB, in "O Caminho do Não-conhecimento" (no original: “THE WAY OF UNKNOWING - New York: Crossroad, 1990 - pp. 115-116)

Um dos maiores problemas contemporâneos que o Cristianismo enfrenta é que grande parte da teologia está centrada em pensamentos sobre Deus que não derivam da experiência. Estes pensamentos estão, de facto, muitas vezes, divorciados da experiência. […] O problema não é abolir a teologia, mais infundir nela a experiência de vida espiritual de modo a fazer dela, de novo, uma teologia viva. […] A verdadeira teologia emerge também de algo mais do que a reflexão sobre a experiência de Deus de outras pessoas. O Cristianismo moderno precisa de uma teologia forte, contemplativa, que consiga envolver a inteligência com todas as ideias, problemas e movimentos da consciência moderna. Tem que ser mais do que uma reprocessada conversa sobre Deus, que posturas humanas perante o Infinito. Tem que ser Deus a falar na e através da experiência humana, alicerçada na oração. […] 

Abrindo o nosso coração ao amor, ao nível mais profundo e mais silencioso do nosso ser, não se está a reprimir o conhecimento humano. […] Pelo contrário, este fica iluminado. […] O que é extraordinário na mensagem cristã é que esta luz é nada menos do que a luz de Cristo, a luz que é Cristo. O chamamento que nos é feito é para que cada um de nós conheça esta realidade pela sua própria experiência, […] que a luz de Cristo brilha nos nossos corações e que a primeira tarefa das nossas vidas é estar aberto a ela, é banharmo-nos nela, é tornarmo-nos plenos nela e, assim, vermos com ela. 


Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.

Depois da meditação…



"Dois Tipos de Inteligência" - Rumi (no original: "The Essential Rumi, tr. Coleman Barks - Edison, NJ: Castle Books, 1997 - p. 178)

Há dois tipos de inteligência: uma adquirida,
como uma criança que na escola memoriza factos e conceitos
com base nos livros e no que diz o professor,
recolhendo informação, tanto das ciências tradicionais
como das novas ciências.

Com esse tipo de inteligência, subimos no mundo,
somos classificados à frente ou atrás dos outros,
no que respeita à nossa competência na retenção
de informação. Passeamos com esta inteligência,
entrando e saindo dos vários campos de conhecimento, tomando
sempre mais notas nas nossas tabuinhas que as preservam.

Há outro tipo de tabuinha que
já vem preenchida e está preservada dentro de nós,
uma nascente que transborda da sua mina. Uma frescura
no centro do peito. Esta outra inteligência
não fica amarela ou estagnada. É fluida
e não se move de fora para dentro
através das condutas plúmbeas da aprendizagem.

Este segundo conhecimento é uma nascente
que brota de dentro de nós, fluindo cá para fora.

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Leitura Semanal - 08.11.2015 "Santidade" - Fr. Laurence Freeman OSB, in "Boletim Internacional da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã"

8/11/2015

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"Santidade" - Fr. Laurence Freeman OSB, in "Boletim Internacional da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã” - Outubro de 1997

Santo Antão (Santo António do Deserto) falou uma vez aos seus monges sobre o “dia do juízo”, que cada um deles iria confrontar no momento da sua morte. Disse-lhes que não seriam julgados pelo quanto se tivessem aproximado da forma de ser dele ou de qualquer dos outros mestres do deserto, mas pelo grau em que se tivessem tornado, verdadeiramente, eles próprios.

A santidade, enquanto meta e significado da existência humana, pode ser uma qualidade que reconhecemos em muitas e diferentes pessoas, como se fosse um perfume do qual estamos conscientes. A santidade é, talvez, como a música. É indescritível exceto na sua própria linguagem. Mas é uma linguagem universal que pode ser escutada e apreciada por todos os seres humanos. Numa sociedade como a nossa, em que a linguagem e as tradições religiosas se transformaram num dialeto tão especializado em vez de uma língua comum e unificadora, esta música da santidade é especialmente importante. A santidade une-nos na amizade e na crença comum na bondade intrínseca da Humanidade. [...]

Há uma universalidade na santidade que atravessa as fronteiras da idade, da cultura e da religião. Ela não é o produto de um tipo particular de treino e, por muito que certas ideologias individuais, tentem reclamá-la para si próprias, ela desafia todas as tentativas que lhe pretendam colocar um rótulo. O que, é universal sobre a sua natureza, é o facto de ela passar a ser percetível nas pessoas que se tornaram nelas próprias. A santidade é a presença de Deus nos seres humanos que são imagem de Deus. Assim, tornar-se santo é, simplesmente, a reunião consciente da imagem e do original.


Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.


Depois da meditação…

"Uma Única Canção" - Rumi, in "A Alma de Rumi" (no original: “THE SOUL OF RUMI: A New Collection of Ecstatic Poems, tr. Coleman Barks - New York: HarperCollins, 2002 - p. 47)

Louvamos apenas Um único, pelo que o louvor é também apenas um,
sendo muitos os jarros que vertemos

numa imensa bacia… Todas as religiões, todos estes cantos,
uma única canção.

As diferenças são somente ilusão e vanidade. A luz do sol
parece levemente diferente

refletida neste parede do que parece naquela e muito diferente
nesta outra, mas

é, ainda assim, uma única luz. Pedimos estas roupas emprestadas, estas
personalidades no tempo e no espaço,

a uma única luz e, quando louvamos, vertemo-las de volta à origem.


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Leitura Semanal - 01.11.2015 - "Espírito Católico" - Fr. Laurence Freeman OSB, in "Boletim Internacional da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã"

1/11/2015

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"Espírito Católico" – Fr. Laurence Freeman OSB, in "Boletim Internacional da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã” - Outubro de 2010

O verdadeiro outro é essencial para a espírito místico e amoroso. A alteridade, característica do que é outro, diferente, estimula a mente a desapegar-se dos pontos de vista fixos e a expandir-se para além de si própria, alargando a visão que temos do mundo e de nós próprios. […] Isto é um pouco o que eu entendo pela expressão “um espírito católico” porque se olha para o outro que não conseguimos descrever ou controlar. O espírito católico busca, intuitivamente, incluir em vez de rejeitar, mesmo quando se depara com um abismo de diferença no outro. [….] 

Tornamo-nos católicos, neste sentido pleno e abrangente, somente por meio do crescimento, que é uma passagem pelas fases de cura e integração. Assim, nenhum de nós é, por enquanto, católico, nem sequer o Papa. Há um caminho a percorrer. Mas a alternativa a este processo de perdão é a mentalidade sectária, que objetiva o outro e, através do medo e do prazer do poder, lhe denega a sua pura subjetividade, a sua alteridade e a sua característica de ser. Social e historicamente, é o que temos feito aos imigrantes, aos Judeus, aos “gays” e outras minorias fáceis de usar como alvo, mas também a uma metade da espécie humana, através duma violenta e patriarcal exclusão das mulheres.

Ao fazermos tais coisas, excluímo-nos a nós próprios da totalidade e, portanto, d’Aquele que é Santo (*). Deus é sempre sujeito, o “grande EU SOU”, impermeável às nossas tentativas de objetivar e manipular. Encontramos esta pura emanação do ser no nosso próprio silêncio profundo, não na ideologia ou abstração, mas em diversas vias. Basicamente, descobrimo-la em cada um de nós e na beleza e maravilha da criação, no oceano de ser, de sofrimento e de perfeita felicidade em que, quer nós, quer o Criador, vimos nadando. 

Porque este crescimento requer profundidade e a profundidade necessita de silêncio, […] o espírito católico […] requer contemplação. Pensar na contemplação como uma espécie de luxo, de relaxamento ou de ocupação de tempos livres é perder completamente o significado do desenvolvimento humano como a única via essencial para glorificar a Deus.

(*) No original, confrontam-se duas palavras que são, na Língua Inglesa, em termos de forma, som e etimologia, semelhantes: WHOLE, significando inteiro, total, pleno; e HOLY, santo. Esta passagem remete-nos para as palestras de Fr. Laurence, quando esteve entre nós, em Fevereiro de 2009, e em que relacionou estreitamente o ser-se Santo com o ser-se Pleno, Completo.


Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.

Depois da meditação…


"Procurando Diferenças" – Tom Hennen, in “A Escuridão Cola-se a Tudo” (no original: “Darkness Sticks to Everything: Collected and New Poems - Port Townsend, WA: Copper Canyon Press, 2013 - p. 106.)

Surpreende-me mais a alteridade das coisas do que as suas semelhanças.
A forma como uma pequenina pilha de neve se empoleira na dobra dum ramo
no pinheiro alto, sozinha, a uma altura suficiente para que as pessoas não
reparem nela, fora do alcance de cães vadios. Encosta-se à casca
escamosa do pinheiro, ocupada com algum tipo de existência que não
necessita de mim.

É a diferença entre os objetos que eu gosto, que me eleva para
o resto do Universo, que me espanta. Que cada coisa na
Terra tenha a sua própria alma, a sua própria vida, que cada árvore, que cada torrão
esteja cheio de lama da sua própria estrela. Olho por onde piso e vejo
que a folha caída, o velho pedaço de vidro partido, uma pedra gelada estão colocados
exatamente no sítio certo na Terra, cuidadosamente, como membros da realeza no
seu próprio país.


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