
(excerto) (no original: “Letter One,” WEB OF SILENCE” - London: Darton, Longman, Todd, 1996 - pp. 14-17)
Nunca iremos encontrar paz por entre as nossa preocupações e problemas usando apenas o nosso pensamento. O pensamento é um falso labirinto que nos faz sempre retornar ao mesmo confuso ponto de partida. A oração é o verdadeiro labirinto que nos leva mais fundo do que o pensamento e nos conduz à paz que “ultrapassa toda a compreensão”. Deixar ir as nossas ansiedades é a nossa maior dificuldade, o que demonstra a resiliência negativa do ego. Porém, é tão simples. Só temos que apreender a verdadeira natureza da meditação: não estamos a tentar pensar em nada, mas, antes, não estamos a pensar. […]
Em muitos labirintos da Antiguidade, era um monstro que estava no centro, uma coisa que metia medo e uma ameaça à vida. Os labirintos cristãos posicionavam Cristo no centro de todas as voltas e reviravoltas da vida. Em Cristo encontramos, não o medo, mas a dissolução do medo na final e primária certeza do amor. A meditação é o trabalho do amor e é através do amor, não do pensamento, que Deus é derradeiramente conhecido: o conhecimento que salva é o conhecimento do amor. É por isto que John Main descreve a nossa experiência humana do amor como a melhor maneira de compreendermos porque é que meditamos e como a meditação nos transporta à realidade.
Como em qualquer relacionamento, passamos por estágios. Em cada estágio de crescimento haverá sempre uma crise, outro salto de fé. Todos passamos por ciclos: entusiasmo, luta com a disciplina, secura, desespero, temporárias iluminações. Mas, como companheiros de peregrinação, podemos sempre recordar uns aos outros, dento do labirinto, que o centro é o nosso verdadeiro lar. E lembramos que os relâmpagos de alegria, os temporários despertares são emanações do amor que é a natureza da realidade.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Respirando a Verdade” – Jalaluddin Rumi
(no original editado por Muriel Maufroy - London: Sanyar Press, 1997 - p. 158.)
Se o teu conhecimento do fogo vem apenas das palavras, pede que te cozinhem.
Não confies na certeza adquirida através de outros.
Não há qualquer certeza real antes de nos queimarmos.
Queres esta certeza? Então, fogo por inteiro!
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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