
Photo by jwb-photography on Visualhunt.com / CC BY-NC-SA
“Aspectos do Amor” – Fr. Laurence Freeman OSB (excerto)
(no original: “ASPECTS OF LOVE: On Retreat with Laurence Freeman” - London: Medio Media, 1997 - pp. 54-55)
Podemos aprender a ver a realidade. Simplesmente vê-la e viver com ela é curativo. Ela conduz-nos a um novo tipo de espontaneidade, a espontaneidade duma criança que aprecia a frescura da vida, o carácter directo da experiência. Temos que recuperar esta espontaneidade por forma a entrarmos no Reino. É a espontaneidade da verdadeira moralidade, de fazer as coisas certas de modo natural, não viver com base no livro de regras, mas viver com base na única moralidade, a moralidade do amor. A experiência do amor dá-nos uma renovada capacidade de viver a nossa vida com menos esforço. Torna-se menos uma luta, menos competitiva, menos aquisitiva, ao revelar-nos aquilo que todos já vislumbrámos, de algum modo e a certa altura, por meio do amor: que a nossa natureza essencial é alegre. Lá bem no fundo, somos seres alegres. Se conseguirmos aprender a saborear os dons da vida e a ver o que a vida é verdadeiramente, estaremos melhor equipados para aceitar as suas tribulações e o seu sofrimento. É isto que aprendemos, suavemente, lentamente, dia a dia, através da meditação.
A meditação leva-nos a compreender a maravilha das coisas comuns. Tornamo-nos menos adictos à busca de formas extraordinárias de estimulação, de excitação, de diversão ou de distracção. Começamos a descobrir nas coisas muito comuns da vida quotidiana que esta radiação de fundo do amor, o poder de Deus sempre presente, está em todo o lado e sempre lá.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Uma Paisagem” – Carl Dennis, in “Escola da Noite” (no original: NIGHT SCHOOL - New York: Penguin Poets, 2018 - citado em Poem-a-Day@Poets.org, 2017-12-26)
Esta pintura dum estábulo e do seu pátio perto do sol-pôr
Pode ser o suficiente para sugerir que não temos que nos virar
Do mundo visível para o invisível
De modo a captarmos a verdade das coisas.
Não temos sempre que desconfiar das aparências.
Se formos pacientes. Se tivermos vontade.
Esperemos pelo momento em que o sol chega àquele ângulo
Em que, seja o que for que ele toque, por muito recuado que esteja,
Parece ser convidado a chegar-se à frente
Para um momento que nos poderia parecer
Familiar, se nos déssemos mais frequentemente
Ao trabalho de testemunhar. Agora testemunhemos
Um estábulo e o seu pátio num dia de descanso
Quando o habitual véu de poeira e fumo
Se levanta por um momento e as coisas parecem
Assemelhar-se muito ao que são de facto.
Texto original, em inglês: aqui
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal