
(no original: “DOOR TO SILENCE” - Norwich: Canterbury Press, 2006 - p. 37, 39-40.)
Tanto quanto conseguirmos, temos que realizar o nosso pleno potencial para estar vivos. A meditação é parte integrante desta tarefa. É o processo através do qual nos mantemos em contacto com o centro do nosso ser, onde a energia criativa é continuamente libertada dentro de nós, recriando a nossa criação original. […] Esta energia incandescente do nosso espírito emana do Espírito de Deus. Quando esquecemos isto, perdemos o contacto com a nossa natureza essencial. A nossa humanidade fica consequentemente diminuída. Arriscamo-nos a ficar desumanizados. […] O nosso potencial de criatividade serve para responder plenamente ao dom da nossa existência, às vidas dos outros e ao dom de toda a Criação.
Não há nada que o nosso mundo moderno necessite mais urgentemente do que de homens e mulheres que estejam enraizados em si mesmos, confiantes nos seu próprio ser e confiantes na sua própria capacidade para o bem. Fortes na sua capacidade de amar e de ser amados. […] Estamos vivos numa proporção direta com a nossa capacidade para amar e ser amados. […] A meditação é a nossa entrada […] para a profundidade da vida, enraizados em nós mesmos, enraizados no amor, enraizados em Deus.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“O Que Disse a Figueira” – Denise Levertov, in “O Riacho e a Safira”
(no original: “THE STREAM AND THE SAPPHIRE: Selected Poems on Religious Themes” - New York: New Directions, 1997 - pp. 67-8.)
Mentes literais! Seres humanos embaraçados! Os Seus amigos
estavam a corar por causa d’Ele
em segredo: não queriam admitir que estavam chocados.
Achavam-nO
petulante por me amaldiçoar! – porém, como é que o Senhor
poderia ser injusto? – por isso, olharam para o lado,
então como agora.
Mas eu, eu sabia que
embora irremediavelmente estéril como estava,
tinha chegado o meu dia. Eu servi
Cristo, o Poeta,
que falava por imagens: eu estava ali à mão,
uma metáfora para o fracasso deles em
exteriorizar o que têm dentro (já que figos
não estavam em mim). Eles que tinham andado
na Sua presença de luz solar,
eles podiam ter amadurecido,
podiam ter percebido a Sua sede e fome,
o Seu apetite inocente;
eles poderiam ter oferecido
frutos humanos – compaixão, compreensão –
sem que se lhes pedisse,
sem que se lhes dissesse que era preciso.
Meu fruto ausente
representava os seus corações estéreis. Ele amaldiçoou,
não a mim, não a eles, mas
(ouvidos que não ouvem, olhos que não veem)
a estupidez deles, que oculta
dons inimagináveis.
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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