
(no original: " WORD MADE FLESH - Norwich: Canterbury, 2009 - pp. 55-56)
Muitas vezes parece que atravessamos a vida a correr a tão alta velocidade enquanto ao mesmo tempo no nosso coração existe a essencial chama interior do ser. A nossa correria muitas vezes coloca-a à beira da extinção. Mas quando nos sentamos para meditar, em quietude e simplicidade, a chama começa a arder com brilho e constância. Ao abandonarmos o pensamento em termos de sucesso e de autoimportância, a luz da chama ajuda-nos a compreender a nós mesmos e aos outros, em termos de luz, de calor e de amor.
O mantra conduz-nos a este ponto de quietude onde a chama do ser pode arder com brilho. Ensina-nos o que sabemos, mas que frequentemente esquecemos: que não podemos viver uma vida plena se ela não estiver alicerçada num propósito subjacente. A vida tem uma significância e um valor último que apenas são realmente descobertos na quieta constância de ser, que é o nosso essencial enraizamento em Deus. É terrivelmente fácil deixar a vida tornar-se uma mera rotina. Os papéis desempenhados podem facilmente tomar o lugar do ser. Caímos no desempenho rotineiro de papéis como o de estudante, de mãe, de marido, de gestor, de monge ou qualquer outro. […] Jesus veio para nos dizer que a vida não consiste em desempenhar papéis ou em ser-se um funcionário de um qualquer sistema. Consiste no significado e no propósito sentido nas profundezas do nosso mais quieto ser. O nosso valor surge de quem somos em nós mesmos, não daquilo que fazemos num papel-imagem de nós mesmos.
O significado derradeiro de Deus não surge daquilo que a sociedade diz que somos – isso seria “preferir a aprovação humana à aprovação de Deus”, como Jesus o expressou. […] Cada um de nós […] tem que descobrir a verdade fundamental sobre si próprio. Enraizados em Deus, temos que estar abertos ao amor que nos redime da ilusão e da superficialidade. Temos que viver a partir dessa infinita santidade pessoal que temos como um templo do Espírito Santo. Descobrir que esse mesmo Espírito que criou o Universo habita no nosso coração, e em silêncio é amor para todos e para tudo, é o propósito de cada vida.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Noite” – Henry Wadsworth Longfellow (Domínio público)
Na escuridão e no silêncio da noite,
Lentamente, a paisagem afunda-se e desvanece,
E com ela desvanecem os fantasmas do dia,
Os espíritos dos homens e das coisas que assombram a
luz.
A multidão, o clamor, a perseguição, a fuga,
O sem proveito esplendor e exibição,
As agitações e os cuidados que predam
Os nossos corações, todos desaparecem fora da
vista.
Melhor começa a vida; o mundo já não
Nos molesta; a todos os registos apagamo-los
Do livro aborrecido de lugar-comum das nossa
vidas,
Que, como um palimpsesto, é reescrito
Com triviais incidentes de tempo e espaço
E, olhem! o ideal, escondido por baixo,
revive.
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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