Santo Antão (Santo António do Deserto) falou uma vez aos seus monges sobre o “dia do juízo”, que cada um deles iria confrontar no momento da sua morte. Disse-lhes que não seriam julgados pelo quanto se tivessem aproximado da forma de ser dele ou de qualquer dos outros mestres do deserto, mas pelo grau em que se tivessem tornado, verdadeiramente, eles próprios.
A santidade, enquanto meta e significado da existência humana, pode ser uma qualidade que reconhecemos em muitas e diferentes pessoas, como se fosse um perfume do qual estamos conscientes. A santidade é, talvez, como a música. É indescritível exceto na sua própria linguagem. Mas é uma linguagem universal que pode ser escutada e apreciada por todos os seres humanos. Numa sociedade como a nossa, em que a linguagem e as tradições religiosas se transformaram num dialeto tão especializado em vez de uma língua comum e unificadora, esta música da santidade é especialmente importante. A santidade une-nos na amizade e na crença comum na bondade intrínseca da Humanidade. [...]
Há uma universalidade na santidade que atravessa as fronteiras da idade, da cultura e da religião. Ela não é o produto de um tipo particular de treino e, por muito que certas ideologias individuais, tentem reclamá-la para si próprias, ela desafia todas as tentativas que lhe pretendam colocar um rótulo. O que, é universal sobre a sua natureza, é o facto de ela passar a ser percetível nas pessoas que se tornaram nelas próprias. A santidade é a presença de Deus nos seres humanos que são imagem de Deus. Assim, tornar-se santo é, simplesmente, a reunião consciente da imagem e do original.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
"Uma Única Canção" - Rumi, in "A Alma de Rumi" (no original: “THE SOUL OF RUMI: A New Collection of Ecstatic Poems, tr. Coleman Barks - New York: HarperCollins, 2002 - p. 47)
Louvamos apenas Um único, pelo que o louvor é também apenas um,
sendo muitos os jarros que vertemos
numa imensa bacia… Todas as religiões, todos estes cantos,
uma única canção.
As diferenças são somente ilusão e vanidade. A luz do sol
parece levemente diferente
refletida neste parede do que parece naquela e muito diferente
nesta outra, mas
é, ainda assim, uma única luz. Pedimos estas roupas emprestadas, estas
personalidades no tempo e no espaço,
a uma única luz e, quando louvamos, vertemo-las de volta à origem.
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