Um espírito humano saudável exige a expansão. Todos nós precisamos de espaço para respirar, para expandir, para encher as nossas vidas de verdade, de amor. E, se formos saudáveis, sabemos que temos que cruzar a fronteira para o que está para além.
O espírito que é saudável é o espírito dum explorador: não estamos aterrorizados com o que está para além, não estamos demasiado cansados para procurar o que está adiante. O espírito que é realmente saudável sabe que não há futuro para nós se não avançarmos para ele de todo o coração.
A meditação é simplesmente uma via para atingir a saúde básica do espírito, um estado no qual o nosso espírito tem espaço para respirar, onde não é assaltado nem sobrecarregado com trivialidades ou com o que é meramente material; um estado no qual, porque estamos abertos à verdade máxima e ao amor último, somos convocados para transcender todas as meras trivialidades. Somos convidados a viver a vida, não bebendo em águas superficiais, mas na própria fonte.
A derradeira fronteira que somos convocados a ultrapassar é a fronteira da nossa própria identidade, a fronteira, por outras palavras, da nossa própria limitação. Ser um com todos, ser um com o Tudo. Praticar, nas profundezas do nosso próprio ser, aquilo para que Jesus nos convoca continuamente: a pessoa que queira encontrar a vida tem de perdê-la.
A disciplina do mantra e a disciplina do retorno quotidiano à oração é, simplesmente, esse compromisso de nos afastarmos de tudo o que é passageiro e nos virarmos para viver a vida bebendo da fonte de toda a existência. É por isso que devemos deixar para trás todas as imagens, todos os pensamentos, todas as ideias e imaginações; e temos que ficar em silêncio, num silêncio tão profundo quanto formos capazes, na presença do Autor da Vida, do Autor do Amor.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
"Atos de Amor" (excerto) - Christopher Hedges (no original: “Acts of Love” - publicado em truthdig.com em 2012-02-19)
O indivíduo humano isolado não poderá jamais ser plenamente humano. E para os que estão isolados dos outros, os que estão alienados do mundo à sua volta, as falsas alianças de raça, do nacionalismo, de uma causa gloriosa, de classe e de género, competem, com grande sedução, contra a aliança do amor. Estas falsas alianças - e nós vemo-las oscilar diante de nós diariamente - são baseados na exclusão e no ódio em vez de na universalidade. Estas falsas alianças não nos convidam à humildade e à compaixão, a um reconhecimento das nossas próprias imperfeições, mas a uma forma de autoexaltação disfarçada de amor. Os que são mais capazes de desafiar estas falsas alianças são os que estão fundados no amor.
Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
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