
(original: “Thought, Feeling, and Love,” THE WAY OF UNKNOWING (New York: Crossroad, 1990), pp. 103-104.)
A vida espiritual baseada apenas no pensamento será, provavelmente, tão seca como o pó. A vida espiritual baseada exclusivamente na emoção conduzir-nos-á, possivelmente, ao tipo de intolerância religiosa que emerge quando os nossos sentimentos rebentam as suas amarras. O nosso chamamento é para que estejamos enraizados e alicerçados no amor.
É claro que o pensamento e o sentimento são elementos essenciais de qualquer peregrinação; mas o chamamento de Jesus a cada a um de nós é para que passemos para além deles, para a realidade da presença omnipotente e sempre amorosa de Deus nos nossos corações. O que temos de descobrir na meditação, e que cada um de nós tem de descobrir para vivermos as nossas vidas ao máximo, é que a realidade de Deus é o único alicerce sobre o qual podemos construir. Qualquer pensamento sobre Deus, qualquer emoção relativa a Deus está sujeita às areias movediças dos nossos níveis de consciência impermanentes. A meditação é o despertar para a realidade de Deus a um nível, dentro de nós, onde não temos uma imagem de santuário Sua ou uma devoção a Ele do género de um simples culto, mas onde Deus está na Sua pura e graciosa autodoação. Esta presença é a única suprema sanidade porque Deus é a suprema realidade. Somente em Deus podemos encontrar a permanente gentileza. Somente em Deus podemos encontrar a coragem de ver o que há para ver, para percorrermos a estrada que precisamos percorrer. Somente em Deus podemos encontrar as forças para pegarmos na nossa própria cruz. E somente em Deus podemos sentir que essa cruz é um fardo doce e leve.
No decorrer da peregrinação da nossa vida, não rejeitamos o pensamento, não rejeitamos a emoção. Mas reconhecemos que se a peregrinação tem por meta trazer-nos à consumação do Ser puro de Deus, temos de os transcender através de uma disciplina que se torna, tal como um fardo, doce e leve. A nossa meditação é esse fardo. [...]
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Em Busca do Sentido da Vida” - Willigis Jager
(original: SEARCH FOR THE MEANING OF LIFE (Liguori: Triumph, 1996), pp. 81-82, 92, 264)
A contemplação ... só é possível quando a razão, a memória e a vontade ficam em repouso. Algo acontece a uma pessoa na oração. Não se aceitam conteúdos cognitivos; as imagens religiosas, visões, discursos interiores e pensamentos piedosos são deixados para trás... A contemplação é pura mirada. Alguma coisa acontece a quem ora. É um despertar para a essência divina de cada um. [...]
[O] mantra capta o infinito no finito... não há nele nada de hipnótico, nenhum poder próprio. Pelo contrário, ele reforça as forças que já estão presentes dentro de nós. Ele liga-nos a algo que já lá está desde o início. [...]
O Divino está dormente em cada pessoa como uma semente. Tal como a semente germinou na humanidade de Jesus Cristo, também ela está preparada para acordar e envolver cada pessoa. Jesus Cristo era completamente transparente. Deus brilhou através Dele, iluminando-O. O mesmo terá de acontecer connosco também.
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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