[A meditação] é tão difícil para nós […] porque vivemos numa sociedade tão materialista. É uma sociedade que vê tudo em termos de posse e mais posse e, mesmo que, por acaso, sejamos mais espirituais no nosso aspecto exterior, podemos tornar-nos facilmente materialistas espirituais. Em vez de acumular dinheiro, tentamos acumular graça ou mérito.
Mas o caminho da oração é o caminho do desapossamento e da renúncia e isso é difícil para nós porque nos ensinaram o valor do sucesso, ensinaram-nos a importância de ganhar, não de perder. Mas Jesus diz-nos que, se quisermos encontrar a nossa vida, temos que perdê-la. E recitar o mantra é exactamente a nossa resposta a esse mandamento de Jesus de estarmos totalmente à Sua disposição, para Lhe prestarmos a nossa atenção indivisa, para Lhe darmos o nosso coração indiviso, para estarmos num estado de consciência indivisa, que é uma outra forma de dizer estar em união com Ele. […]
O mantra é como a agulha da bússola. Ele indica-nos sempre a direcção que devemos seguir, afastando-nos do ego e indo em direcção a Deus e, seja qual for a direcção em que o ego nos possa conduzir, a bússola será sempre fiel na direcção que nos aponta. O mantra, se o dissermos com generosidade, com fidelidade e com amor, irá sempre apontar-nos a direcção de Deus e é só em Deus que podemos encontrar a nossa verdadeira identidade.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação….
”O Carreiro Não É Um Carreiro” – Gary Snyder, in “Deixado Cá Fora, à Chuva” (no original:” LEFT OUT IN THE RAIN: North Point Press, 1986 - publicado em 2011-09-24 no Writer’s Almanac)
Fui conduzindo pela via rápida
E virei numa saída
E continuei pela auto-estrada
Até desembocar numa estrada secundária
Subi a estrada
Até se transformar num estradão de terra,
Cheio de buracos, e parei.
Caminhei por um carreiro
Mas o carreiro tornou-se difícil
E foi desaparecendo…..
Em campo aberto,
Onde passa o caminho para todos os destinos.
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