
A meditação aguça a nossa perceção de quantas forças antinaturais se fazem sentir hoje em dia. A alienação face à nossa própria natureza espiritual, sem limites e compassiva, só pode ser corrigida aprendendo de novo qual é a nossa verdadeira natureza. […] Ao encontrarmos a nossa verdadeira natureza, com a nossa consciência espelhando e tomando parte da divina consciência, experienciamos tanto paz como liberdade. A paz emerge do conhecimento certo que a nossa própria natureza está enraizada em Deus e é tão real como Deus. É essa paz todo-poderosa de pertencer àquilo que nós sabemos que nunca nos rejeitará nem enjeitará, a autoconfiança do amor. A liberdade nasce de […] sabermos que aquilo a que pertencemos nos pertence O enraizamento possibilita a expansão, tal como o voto de estabilidade de São Bento permite a contínua transformação.
Em face da nossa crise contemporânea, precisamos de perguntar porque é que meditamos. Fazemos essa pergunta, não para pôr em causa o nosso compromisso, mas para o refinar e aprofundar. Não estamos em busca de experiências interessantes. A meditação não é tecnologia de informação. Tem a ver com o conhecimento que redime, pura consciência. […] Este redentor e recriador conhecimento é a sabedoria que falta à nossa era. Conseguimos reconhecê-lo e distingui-lo das suas falsificações porque ele não reclama nem exibe qualquer pronome possessivo. Ninguém o reclama como seu. […] É a consciência do Espírito Santo e, portanto, o ventre de toda a ação verdadeiramente amorosa.
Em face da tragédia mais desalentadora, está tão perto de nós como nós estamos do nosso verdadeiro ser.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Só Agora” – W.S. Merwin, in “O Aluno” (no original “THE PUPIL” - New York: Knoph, 2001 - p. 62.)
De manhã quando a tempestade começa a afastar-se
o céu limpo aparece por um momento e parece-me
que ocorreu algo mais simples do que eu alguma vez poderia crer
mais simples do que eu poderia encontrar palavras para descrever
nem paciente nem sequer à espera não mais escondido
que o próprio ar que se tornou parte de mim por um momento
com cada inspiração e se manteve comigo indetectado
algo que aqui estava sem nome desconhecido nos dias
e noites sem estar deles separado enquanto vinham e se iam embora
deve aqui ter estado nem cedo nem tarde então
por que nome me posso a ele dirigir agora expressando o meu agradecimento
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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