O Novo Testamento, naturalmente, associa a paz e a alegria enquanto expressões de uma vida centrada em Cristo. Correndo o perigo que afeta todo o vocabulário, estas palavras têm-se tornado, muitas vezes, mero jargão cristão. Falamos de paz, de amor, de alegria e dos frutos do espírito porque eles são coisas que deveriam caracterizar a nossa vida em conjunto, mas raramente isso acontece. Nem tal é possível, a não ser que a nossa viagem para o centro tenha passado do externo para o interior. A meditação é um caminho de paz porque ela nos empurra para diante, ou para mais fundo, para esse centro mais interior do coração, onde todas as ilusões, fingimentos e autoenganos, que bloqueiam o aceso à paz, são dissolvidos. É porque, tantas vezes, racionalizamos os nossos desejos e preconceitos que necessitamos dum caminho como a meditação, que nos conduz a uma perceção mais profunda do que a razão. [...]
Nunca iremos encontrar a paz, no meio das nossas preocupações e problemas, simplesmente pensando neles todo o tempo. O pensamento é um falso labirinto que sempre nos traz de volta ao mesmo e confuso ponto de partida. A oração é o verdadeiro labirinto que nos leva a uma maior profundidade que o pensamento e nos conduz a essa paz "que ultrapassa todo o entendimento". Abrir mão das nossas ansiedades é a nossa maior dificuldade, o que é prova da resiliência negativa do ego. Porém, é tão simples. Só temos que apreender a verdadeira natureza da meditação: não que estamos a tentar não pensar em nada, mas sim que não estamos a pensar. [...]
Em muitos labirintos antigos, era um monstro o que se encontrava no centro, uma coisa medonha e uma ameaça à vida. Os labirintos cristãos posicionam Cristo no centro de todas as curvas e contracurvas da vida. Em Cristo, encontramos, não medo, mas a dissolução de todo o medo na certeza final e primária do amor. A meditação é o labor do amor e é através do amor, não do pensamento, que Deus, em última instância, é conhecido: o conhecimento que salva é o conhecimento do amor.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
"Oração de Nª Senhora de Guadalupe", Jane Deren in “Dai-nos Este Dia” (no original: “GIVE US THIS DAY” - Collegeville, MN: Liturgical Press, 2015 - dezembro 2015, p. 11)
Nossa Senhora de Guadalupe,
Oh Virgem Negra das Américas,
Volta para nos trazeres as rosas
Da compaixão, da justiça e da paz.
No meio deste nosso inverno,
Concede o teu amor a todos os marginalizados
E oferece-nos o teu dom de ver a dignidade
No mais pequeno dos que estão entre nós.
Ámen.
Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
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