“Ao Encontro do Outro” – (excerto) Laurence Freeman OSB, in "Luz Interior" (no original: "LIGHT WITHIN: The Inner Path of Meditation” - New York: Crossroad, 1989 - p. 67)
Quando meditamos, aprendemos a deixar para trás todas as imagens de nós mesmos porque as imagens são estranhas ao nosso "eu" real. São como etiquetas incorrectas. A nossa auto-análise para colocação de etiquetas, que pensa que é muito esperta, isola-nos do conhecimento do "eu" real e do encontro redentor com a realidade. Aprisionamos a nós mesmos na consciência centrada em nós. Temos apenas que entender que fomos libertados e que a perfeita liberdade é alcançada nas profundezas do nosso espírito, na liberdade de Cristo, a liberdade do Seu puro amor. Podemos virar-nos para essa liberdade desde que consigamos aprender a ser simples, a aceitar o dom oferecido livremente e a ser fiéis ao dom.
Se aprendermos a dizer o mantra, ele ensina-nos como amar e irá ensinar-nos como expandir-nos para lá de todas as imagens de nós mesmos, para a realidade de nós mesmos e em unidade com a realidade de Cristo. Irá ensinar-nos a ser quem somos e a conhecer a alegria de estar em comunhão.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e ao fim do dia
Depois da meditação….
“Cauda Negra de Andorinha”, Mary Oliver, in “Pássaro Vermelho” (no original: RED BIRD - Boston: Beacon Press, 2008 - p. 40)
A lagarta,
interessante, mas não exactamente amorosa,
arrastava-se por entre as folhas de salsa,
a comer, sempre a comer. Então,
certa noite, desapareceu e, no seu lugar,
um pequeno embrulho verde surgiu pendurado por dois fios de seda
num ramo de salsa. Acho que nada levou consigo,
excepto fé e paciência. E então, uma bela manhã,
ela expressou-se como o mais belo dos seres.