Habitualmente, fugimos do presente, quer vivendo no passado, quer criando um mundo de fantasia. Mas, quando estamos a meditar, a recitação do mantra fecha-nos a porta a essas duas opções ou caminhos de fuga. Não há sítio algum onde ir, a não ser estar aqui. O mantra aponta para uma única direção, para o centro. É um caminho estreito, mas é o caminho da verdade. Ao seguirmos o caminho do mantra, ao aprendermos a dizê-lo com coragem e humildade, ele conduz-nos por um caminho em que tudo o que, em nós, nos poderia impedir de alcançar a plenitude da vida morre. A cada dia, morremos na fé e essa é a suprema preparação para a hora da nossa morte. Mas, enquanto forma de morrer na fé, ele inevitavelmente leva-nos a confrontar duas forças muito poderosas que também devemos estar preparados para enfrentar. São as forças do medo e da raiva. […]
[Mas] a raiva, e o medo que dela nasce, é tudo o que a meditação não é. A raiva mais profunda vem do nosso medo mais profundo - o da morte. Mas vem também das mais diversas causas secundárias, de tudo o que constitui a nossa história psicológica. […] Tudo o que é realmente importante é estarmos a deitá-la fora. […] O que é importante é que o amor, que está ativo na recitação com fé do mantra, expulsa o temor e a raiva do nosso coração. Se começarmos a meditar com fé, fazemo-lo com uma grande vantagem, porque […] Cristo, no poder do Espírito, tem agora o poder de nos libertar do medo. Nas palavras da 1ª Epístola de S. João (4:16-18):
“Deus é amor e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. É nisto que em nós o amor se mostra perfeito: em estarmos cheios de confiança no dia do juízo, pelo facto de sermos neste mundo como Ele foi. No amor não há temor; pelo contrário, o perfeito amor lança fora o temor.”
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
"Campo de Girassóis no Ohio" - Franz Wright, in "O Silêncio de Deus" (no original: "GOD’S SILENCE - New York: Knoph, 2008 - p. 132.)
Ocultamente, por um minuto,
cada pessoa acredita que
a morte é
uma catástrofe
imprevista,
que só ocorre
noutro lugar, a
todas as outras pessoas,
e, no minuto
seguinte, um fado
pessoal ao qual só
ela está condenada -
O que é que há de mal na verdade, tão profundamente consoladora
e perfeita?
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