
in “O Cristo Presente” (no original: “THE PRESENT CHRIST” - New York: Crossroad, 1991 - pp. 14-16)
Cristo é luz. Cristo é a luz que dá alcance, profundidade e unidade à nossa visão. Sem a luz de Cristo, a nossa visão estaria amarrada ao parcial e o nosso espírito não poderia ir além de si mesmo, entrando na liberdade infinita. […] A nossa consciência, por muito maravilhosa que seja, ficaria como mera observadora na periferia. […] Em vez disso, graças ao poder desta luz, o nosso centro de consciência desloca-se para além dos limites da autopreocupação e descobrimos que o nosso verdadeiro centro está em Deus. A forma como qualquer de nós chega a começar esta viagem não é tão importante como o facto de realmente começarmos. Para começarmos, só é necessário entrar num momento de compromisso – uma fresta na parede do ego deixa entrar a luz que irá influir de forma mais poderosa e que irá sustentadamente superar tudo o que impede a translucidez.
O momento de compromisso está sempre à nossa espera. Nunca é um ideal ausente ou uma possibilidade de futuro. É sempre uma realidade presente. A única questão é se estamos suficientemente presentes para nós mesmos para reconhecermos e respondermos. Cada momento é o momento porque todo o tempo foi carregado de significado divino. […] Agora é o momento aceitável. Cada momento da nossa vida do dia a dia é de vital importância, à medida que este mistério de transformação é operado em nós e através de nós pelo poder de Cristo. Nenhum detalhe é insignificante se for visto à luz verdadeira. […] Cada momento é de suprema importância porque cada um dos momentos nos convida para a expansão do mistério, da vida e da luz da verdade.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Apanha do Milho 1956 – Pausa da Tarde” - Tom Hennen, in “A Escuridão Cola-se a Tudo” (no original: “DARKNESS STICKS TO EVERYTHING: Collected and New Poems” - Port Townsend, WA: Copper Canyon Press, 2013 - p. 133)
Eu precisava dum pesado casaco de lona para conduzir o frio tractor vermelho, o ar como se fosse um cubo de gelo sobre a pele nua. O céu azul sobre o pequeno bosque de álamos que eu atravessava, no caminho de regresso ao campo, acelerando a fundo, com a carreta vazia que puxava a bater em todos os buracos da estrada de terra. Nos altos ramos dos álamos, pequenas explosões que ocorriam de vez em quando lançavam folhas que caíam e rodopiavam como moedas atiradas ao ar. O meu pai, que dirigia a colheita, já estava sentado no chão, recostado contra a grande roda vermelha do tractor. Nesse sítio protegido do vento, comemos sanduíches de fiambre e donuts e bebemos café quente dum frasco de vidro transparente, embrulhado em jornal para o manter quente. O dia de Outono espalhava a cor dourada por todo o lado: pelos álamos, pela canas de milho, maçarocas em grandes pilhas, café misturado com natas frescas, o pelo do meu cão Boots, que partilhava da nossa comida. E quando o meu pai e eu falávamos, brincando com o cãozinho feliz, não sabíamos ainda, mas até as palavras que descuidadamente deixávamos cair eram deixadas para sempre a brilhar no fundo dessa clara e fria tarde.
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