O propósito de dizer o mantra é torná-lo o foco da nossa atenção. Não estamos a pensar em coisa alguma nem estamos em busca de discernimentos ou perspetivas que nos poderão surgir enquanto estamos a recitar o mantra. Deixemo-los todos cair, à medida que atingimos um silêncio cada vez mais profundo, em que o único som presente na nossa mente é o do mantra. O próprio mantra nos ensinará a paciência de que precisamos para repeti-lo. Ele ensinar-nos-á também a humildade necessária. Ao meditar, não procuramos possuir Deus ou atingir um profundo discernimento sobre Ele. Buscamos, simplesmente, aceitar o dom da nossa própria criação de forma tão plena quanto nos seja possível, no momento presente, e a ele responder da forma mais generosa que pudermos. Para o fazermos, aprendemos a ficar quietos, a ficar em silêncio e a ser verdadeiramente humildes.
Em linguagem coloquial, a essência da meditação é deixar para trás o ego. Não estamos a tentar ver com o ego o que se está a passar. A visão do ego está limitada pelo seu próprio autocentramento. O olho com que vemos sem limites é o olho que não pode ver por si próprio. O paradoxo da meditação é que, quando desistimos de ver e de possuir, então vemos tudo e todas as coisas são nossas.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação….
”Outubro” - Mary Oliver, in “NEW AND SELECTED POEMS" - Boston: Beacon Press, 1992 – p. 62
Às vezes, no final do Verão, não quero tocar em nada, nem
nas flores, nem nas amoras
maduras nas moitas; não quero beber
água do lago; não quero chamar pelo nome os pássaros nas árvores;
não quero sussurrar o meu próprio nome.
Uma manhã,
a raposa desceu o monte, reluzente e confiante,
e nem me viu – e eu pensei:
Então isto é que é o mundo.
Não estou nele.
É lindo.
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