
Uma das coisas mais difíceis de compreender para os ocidentais, é que a meditação não consiste em tentar fazer acontecer alguma coisa. Mas todos nós estamos tão amarrados à mentalidade das técnicas e da produção que, inevitavelmente, começamos por pensar que estamos a engendrar um evento, um acontecimento. […] A primeira coisa a compreender, no entanto, é que a meditação não tem nada a ver com fazer acontecer alguma coisa. O objetivo básico da meditação é, de facto, bem o contrário: simplesmente aprender a nos tornarmos plenamente conscientes do que é… aprender diretamente da realidade que nos sustém. [....] Tantas vezes, vivemos a nossa vida a cinco por cento do seu pleno potencial. Mas, claro, não há medida para o nosso pleno potencial; a Tradição Cristã diz-nos que ele é infinito. Se ao menos nos virarmos de nós mesmos para os outros, a nossa expansão de espírito torna-se sem limites. É uma viragem total; aquilo a que, no Novo Testamento, se chama conversão Somos convidados a desbloquear as algemas, a libertarmo-nos de sermos prisioneiros dentro dos nossos próprios auto-limitadores egos.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Procurando um Mestre” – W. S. Merwin
(in MIGRATION: NEW AND SELECTED POEMS - Port Townsend, WA: Copper Canyon Press, 2005 - pp. 206-207)
Nos bosques encontrei um velho amigo à pesca
e fiz-lhe uma pergunta
e ele disse-me Espera
o peixe estava a vir à superfície do regato fundo
mas a sua linha não se mexia
mas eu esperei
era uma pergunta sobre o sol
sobre os meus dois olhos
as minhas orelhas a minha boca
o meu coração a Terra com as suas quatro estações
os meus pés onde eu estava
para onde estava indo
ela escapou-me das mãos
como se fosse água
para dentro do rio
fluiu sob as árvores
afundou-se sob as cascas bem longe
e foi-se embora sem mim
então onde eu estava a noite caiu
eu já não sabia o que perguntar
poderia dizer que a sua linha não tinha anzol
entendi que devia ficar para comer com ele.
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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