O chamamento à pessoa dos tempos modernos, feito a todos nós, é o de tornarmos a nossa vida mais espiritual e, para isso, temos de aprender a abandonar a nossa postura religiosa oficial - quer dizer, deixar para trás o fariseu que se esconde dentro de cada um de nós - porque, tal como Jesus nos disse, temos de deixar para trás toda a nossa vida. Todas as imagens de nós próprios, vindas como vêm do cérebro febril do ego, têm de ser objecto de renúncia e transcendidas, se quisermos tornar-nos unos connosco mesmos, com Deus, com os nossos irmãos - isto é, tornar-nos verdadeiramente humanos, verdadeiramente reais, verdadeiramente humildes.
As nossas imagens de Deus têm, de modo similar, de cair por terra. Não podemos ser idólatras. Curiosamente, descobrimos que elas vão caindo à medida que caem, também, as imagens que temos de nós mesmos, o que sugere [...] aquilo de que sempre suspeitámos, de qualquer modo: que as nossas imagens de Deus são, realmente, imagens de nós próprios. No processo maravilhoso de penetrarmos na luz plena da Realidade, de nos afastarmos da ilusão, um grande silêncio emerge do centro. Sentimo-nos imersos no silêncio eterno de Deus. Já não estamos a falar com Deus ou, pior ainda, a falar connosco mesmos. Estamos a aprender a ser - a ser com Deus, a ser em Deus. […]
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Apontando na Mesma Direcção” (excerto) Richard Rohr OFM, in “Meditações Diárias – 15/09/2015” (no original: Richard Rohr Daily Meditations from The Center for Action and Contemplation, www.cac.org)
Os grandes místicos tendem a reconhecer que […] Deus […] não precisa da nossa protecção nem da nossa compreensão perfeita. Todas as nossas palavras, dogmas e rituais são como brincadeiras de criança numa caixa de areia, perante o Mistério e a Maravilha infinitos. Se há alguma coisa verdadeira, essa sempre foi verdadeira; e as pessoas que buscam com sinceridade irão tocar essa mesma verdade em todas as épocas e culturas, embora usando diferentes linguagens, símbolos e rituais, apontando-nos na mesma direcção. A direcção é sempre a de mais amor e união – e em círculos cada vez mais amplos.
Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
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