Agarramo-nos sempre aos nossos redentores imaginados, sem termos consciência de que os verdadeiros redentores não se deixam agarrar, deter. "Não Me detenhas...Eu ainda não ascendi ao Pai." Aquele que verdadeiramente cura permite o relacionamento, mas não permite que a relação se torne um vício, uma dependência. Pelos primeiros cristãos, Jesus era visto como um médico da alma da Humanidade, em vez do fundador de uma nova religião. O seu significado mais profundo – e todos os níveis de identidade abertos pela sua pergunta: "quem dizeis que Eu sou?" – seria encontrado na liberdade que Ele oferecia àqueles que aprendiam com a Sua gentileza e humildade. Isto era possível especialmente para aqueles que aceitavam o jugo leve da Sua amizade. […]
Os Mestres do Deserto compreenderam que enfrentar as duras realidades da nossa ilusão e dependências é o fruto do trabalho de muitas tentações. […] Eles chamavam-lhe a luta com os demónios, mas sabiam que os demónios estão dentro de nós. Nós limitamo-nos a fugir à luta ao projectá-los para fora. A integridade da pessoa, a nossa liberdade de sermos nós próprios e de amarmos os outros, é aperfeiçoada cada vez que abraçamos o desafio de nos sentarmos para o trabalho do silêncio.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“O Amigo da Alma” – in “A Alma de Rumi” (no original: The Soul’s Friend,” THE SOUL OF RUMI: A NEW COLLECTION OF ECSTATIC POEMS, trans. Coleman Barks - New York: HarperCollins, 2001 - p.190.)
Escuta o teu ser essencial, o Amigo. Quando sentires
desejo, sê paciente e
também prudente, frugal na comida e bebida. Sê como
uma montanha ao vento.
Reparaste como ela se move tão pouco? Há doces
ilusões que aparecem
para te tentar. Inventa uma desculpa para lhes dares:
“estou com uma indigestão” ou “preciso
de ir ter com o meu primo”. Vais à pesca, o anzol com isco pode ser nojento
ou ser até um saco com sessenta moedas de ouro, mas
será que vale realmente a tua liberdade no oceano? Quando viajares,
mantém-te por perto da tua mala.
Eu sou a mala que guarda o que amas. Podes ser
separado de mim! Vive
com cuidado na alegria desta amizade. Não penses
“mas aqueles outros amam-me
tanto”. Alguns convites soam como o assobio do caçador
aos ouvidos da codorniz, amistoso, mas
não exactamente como recordas o chamamento do Amigo da tua alma.
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