“Já não há judeu nem grego, escravo ou homem livre, homem ou mulher; pois todos sois uma única pessoa em Cristo Jesus”. (Gl 3:28) Esta perspetiva caracteristicamente paulina mete no mesmo saco o social e o místico. Tal como o próprio Jesus, ela põe em causa todas as estruturas de poder pelas quais as distinções entre pessoas são elevadas a um nível absoluto – os sistemas de castas, de classes, religioso, económico ou cultural, nos quais vivemos localmente. Confronta os ambientes seguros do local com visões inebriantes e perturbadoras do global, onde os horizontes se esbatem. À medida que desaparecem, surge o universal – sempre mais como uma forma de perceção do que como um objeto de perceção. […]
Encontrar o Ressuscitado, o Cristo cósmico, é estar “em Cristo”. Como fica claro, a partir dos relatos da Ressurreição, Ele não pode ser apreendido como um objeto ou apenas olhado. Assim que tentamos fazê-lo, Ele desaparece. Precisa de ser visto e só podemos vê-Lo a partir do nível de consciência que a frase “em Cristo” tenta descrever. É mais fácil descrever os efeitos dessa experiência do que o modo como ela acontece. Assim, Paulo, que conheceu a experiência em primeira mão e foi, como ele mesmo conta, transformado por ela, diz-nos: "Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!" (2 Cor. 5:17)
A Ressurreição devolve-nos a este mundo de uma maneira nova, com visão e compreensão renovadas. A nova criação é uma forma de viver no mundo, livre das antigas compulsões, da dependência da violência, enquanto forma de resolver conflitos, e livre dos repetidos padrões de opressão e exploração, que culminaram na nossa crise atual.
O desafio para um cristão contemporâneo é que a identificação da nossa crise com o mistério cristão não significa que resolvamos o problema batizando todos. […] O significado da missão mudou para o cristão moderno, por causa das formas como o mundo mudou e da direção em que ele vai. […] A identidade cristã também evolui – de facto, é enriquecida e elevada – quando arriscamos a nossa fé num encontro real com os problemas do mundo. Colocar-se acima da disputa e julgar, a partir de uma posição superior, é tornar-se prisioneiro de uma mentalidade de fortaleza, dum fundamentalismo e dum exclusivismo. Isto acabará por destruir a fé, porque corrói a compaixão. Acreditar numa nova criação […], porém, significa que podemos ajudar a direcionar a crise coletiva para a esperança e para a mudança positiva, em vez de o fazer para o desespero e a catástrofe.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche ligeiramente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
”Uma Canção” – Rumi (in THE SOUL OF RUMI, tr. Coleman Barks - New York: Harper Collins, 2001 - pp. 247-48.)
Aquele que é louvado é um só, por isso o louvor é também único;
muitos jarros são despejados
numa enorme bacia. Todas as religiões, todo este canto,
uma só canção.
As diferenças são apenas ilusão e vaidade. A luz do Sol
parece ligeiramente diferente
sobre esta parede do que é sobre aquela e muito diferente
sobre esta outra, mas
a luz é, ainda assim, uma só luz. Pedimos emprestadas estas roupagens, estas
personalidades de tempo e espaço,
a uma luz e, quando louvamos, despejamo-las de novo na fonte.
Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
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