
Todas as grandes tradições espirituais sabem que, em profunda quietude, o espírito humano começa a ter percepção da sua própria Fonte. Na tradição hindu, por exemplo, os Upanishads falam do espírito d’ Aquele que criou o Universo afirmando que Ele habita nos nossos corações. O mesmo espírito é descrito como Aquele que, no silêncio, é amor para todos. Na nossa própria tradição cristã, Jesus fala-nos do Espírito que mora nos nossos corações e do Espírito como o Espírito do amor. Este contacto interior com a Fonte da Vida é vital para nós, porque, sem ele, poderemos nem sequer suspeitar do potencial que a nossa vida tem para nós. Esse potencial é o de crescermos, de amadurecermos, de atingirmos a plenitude da vida, plenitude de amor, plenitude de sabedoria. O conhecimento desse potencial tem uma suprema importância para cada um de nós. Por outras palavras, o que cada um de nós é convidado a fazer é a começar a compreender o mistério da sua própria existência como o mistério da vida, ela própria. […]
É aí que a tradição da meditação tem suprema importância para nós … é uma tradição de compromisso espiritual […] que atravessou todas as eras e está ainda disponível para vós e para mim. A única coisa necessária é entrar nela, começando a sua prática. Temos que nos tornar nós próprios disponíveis para este trabalho de estabelecer contacto com a Fonte de toda a vida, temos de abrir espaço nas nossas vidas para a expansão do espírito. O aprofundamento da fé e a própria prática da meditação são ambos muito simples. Pegamos, simplesmente, na nossa palavra […] e repetimo-la. […] Estabelecemos contacto com a raiz do nosso ser porque o mantra está enraizado no nosso coração, o centro do nosso ser, e porque o nosso ser está enraizado em Deus, o centro de todo o Ser.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“Ramana Maharshi e o Caminho do Autoconhecimento” (excerto), Arthur Osborne (no original: RAMANA MAHARSHI AND THE PATH OF SELF-KNOWLEDGE - York Beach, ME: Samuel Weiser, 1997 -pp. 158-9.)
Sri Bhagavan disse: “A graça do guru é como um oceano. Se chegarmos às suas margens com uma chávena, apenas traremos uma chávena cheia. De nada serve queixarmo-nos da forretice do oceano. Quanto maior o recipiente, mais uma pessoa estará capaz de recolher e transportar. Depende inteiramente de nós”.
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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