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“Sem Expectativas” – Fr. John Main OSB, (excerto) in “A Fome de Profundidade e Significado” (no original: “The Hunger for Depth and Meaning: Learning to Meditate with John Main”, ed. Peter Ng - Singapore: Medio Media, 2007 - p. 112.)
Quando começamos, é provável que venhamos parar à meditação com todo o tipo de expectativas. Ela vai trazer-nos paz, vai ajudar-nos a concentrar-nos melhor, ajudar-nos nos nossos relacionamentos pessoais. Mas uma das coisas principais que temos que aprender na meditação é a meditar sem expectativas. O caminho que estamos a trilhar é a vereda do desapossamento. Temos que apreender a abrir mão do nosso desejo de sabedoria, de conhecimento, de santidade, de seja o que for. Começamos a apreciar a pura maravilha da experiência da própria oração, a maravilha de entramos nos mares ilimitados, não cartografados, da realidade divina, para cuja descrição não há palavras disponíveis. Começamos a aprender que rezar pedindo coisas é, tantas vezes, querer satisfazer os nossos próprios desejos. E precisamos de ser muito claros quanto a isto. Temos que passar além de todo o desejo.
Não estamos a meditar para alcançar algum tipo de visão ou perspectiva. De facto, não estamos a meditar para ganhar qualquer tipo de posse. Bom, isso é um conceito muito difícil de com ele se lidar porque todos nós somos educados para sermos assim materialistas, possessivos, controladores. Sentar-nos e, voluntariamente, tornar-nos pobres, desapossar-nos, ao entrarmos na presença de Deus, é um desafio tão grande. Para muitos de nós, especialmente ao princípio, irá parecer que o tempo que gastamos na meditação é uma completa e verdadeira perda de tempo. Iremos dizer: “Bem, o que é que eu consegui com aquilo?” Nada. “O que é que aconteceu?” Nada. Mas não importa o que acontece. Tudo o que importa é que digamos a nossa palavra. E que captemos a ideia de que a essência da meditação consiste em nos tornarmos absorvidos em Deus, onde perdemos todo o sentido de nós mesmos e nos encontramos apenas em Deus.
Medite durante 25 minutos… Sente-se em silêncio e de costas direitas. Feche suavemente os olhos. Fique descontraído mas atento. Em silêncio, comece interiormente a dizer apenas a palavra-mantra “Maranatha”. Diga-a em quatro sílabas de igual cadência MA-RA-NA-THA. Oiça-a enquanto a pronuncia, serenamente e sem interrupção. Não pense nem imagine nada espiritual ou qualquer outra coisa. Quando surgirem outros pensamentos não ligue, volte simplesmente a dizer a palavra. Medite 20 a 30 minutos de manhã e fim do dia.
Depois da meditação…
“O Que o Silêncio Diz” – Marie Howe, in “Madalena: Poemas” (no original: MAGDALENE: POEMS - New York: Norton, 2018 - localização 705 no e-book.)
Eu sei que pensas que já sabes, mas---
Espera
Mais do que isso.
Ainda mais do que isso.
Texto original, em inglês: aqui
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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