Segunda-feira da SEMANA SANTA (2015)
Jo 12:1-11 - “Os pobres sempre os tendes convosco, mas a Mim não Me tendes sempre.”
É deste modo que Jesus nos atira à cara o significado do desperdício do precioso perfume. É um bocado constrangedor. Que maior valor poderia haver no Seu sistema de valores do que cuidar dos pobres? Como é que Ele se podia colocar a Si mesmo, neste gesto simbólico fútil, acima desse valor?
Não estará Ele a abrir a porta a todos os abusos do Seu ensinamento ao longo da História, que foram alegadamente feitos em Seu nome: a tortura aos hereges, as Cruzadas, os jogos de poder da Igreja, o colocar as leis humanas acima da Lei de Deus, as excomunhões pronunciadas com um sorriso? E (talvez ainda pior) a diluição do Evangelho numa cerimónia do chá, a domesticação do sacramento como uma cerimónia civil, a utilização da comunidade para preservar o sistema de classes, o Cristianismo reduzido ao arranjar das flores?
As Suas palavras surpreendentes indicam-nos que, nestes dias da Semana Santa, estamos a embarcar em algo que está para além de qualquer valor que possamos calcular. Portanto, ou é um disparate, ou é a única fonte de toda o valor real. Não podemos transformar a Paixão de Jesus numa banalidade. Está demasiado próxima para ser confortável. Ou nos conquista, ou nos afasta. Mas, ano após ano, avançamos um bocadinho em relação ao ano anterior.
O mesmo acontece com a nossa meditação. É uma viagem que fazemos de forma incremental, integrando tudo o que aprendemos anteriormente, antes de podermos deixar correr e ser conduzidos à fase seguinte. O mundo ao qual a experiência de Jesus nos conduz é um mundo onde os pobres são enriquecidos e os ricos descobrem a liberdade que a pobreza dá. Onde a pobreza é a capacidade para tudo. E tudo significa a total não-possessividade. O Papa a proporcionar cortes de cabelo, duches, sacos-cama e visitas ao Vaticano aos sem-abrigo da Praça de São Pedro é um sacramento disto mesmo, merecedor de passar nas notícias. Mas, mesmo assim, é apenas um sinal.
Com a expressão “experiência de Jesus” queremos dizer duas coisas: a experiência que Jesus, pessoalmente teve e a nossa experiência da Sua experiência. Por estes dias, aprendemos, de um modo ao mesmo tempo perturbador e maravilhoso, o que significa o termo “cristão”. Mas, como dizia Rummi, “Várias palavras, no entanto, estão por dizer, mas já é muito tarde para o fazer; o que tiver sido omitido de noite, eu completarei amanhã”.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Jo 12:1-11 - “Os pobres sempre os tendes convosco, mas a Mim não Me tendes sempre.”
É deste modo que Jesus nos atira à cara o significado do desperdício do precioso perfume. É um bocado constrangedor. Que maior valor poderia haver no Seu sistema de valores do que cuidar dos pobres? Como é que Ele se podia colocar a Si mesmo, neste gesto simbólico fútil, acima desse valor?
Não estará Ele a abrir a porta a todos os abusos do Seu ensinamento ao longo da História, que foram alegadamente feitos em Seu nome: a tortura aos hereges, as Cruzadas, os jogos de poder da Igreja, o colocar as leis humanas acima da Lei de Deus, as excomunhões pronunciadas com um sorriso? E (talvez ainda pior) a diluição do Evangelho numa cerimónia do chá, a domesticação do sacramento como uma cerimónia civil, a utilização da comunidade para preservar o sistema de classes, o Cristianismo reduzido ao arranjar das flores?
As Suas palavras surpreendentes indicam-nos que, nestes dias da Semana Santa, estamos a embarcar em algo que está para além de qualquer valor que possamos calcular. Portanto, ou é um disparate, ou é a única fonte de toda o valor real. Não podemos transformar a Paixão de Jesus numa banalidade. Está demasiado próxima para ser confortável. Ou nos conquista, ou nos afasta. Mas, ano após ano, avançamos um bocadinho em relação ao ano anterior.
O mesmo acontece com a nossa meditação. É uma viagem que fazemos de forma incremental, integrando tudo o que aprendemos anteriormente, antes de podermos deixar correr e ser conduzidos à fase seguinte. O mundo ao qual a experiência de Jesus nos conduz é um mundo onde os pobres são enriquecidos e os ricos descobrem a liberdade que a pobreza dá. Onde a pobreza é a capacidade para tudo. E tudo significa a total não-possessividade. O Papa a proporcionar cortes de cabelo, duches, sacos-cama e visitas ao Vaticano aos sem-abrigo da Praça de São Pedro é um sacramento disto mesmo, merecedor de passar nas notícias. Mas, mesmo assim, é apenas um sinal.
Com a expressão “experiência de Jesus” queremos dizer duas coisas: a experiência que Jesus, pessoalmente teve e a nossa experiência da Sua experiência. Por estes dias, aprendemos, de um modo ao mesmo tempo perturbador e maravilhoso, o que significa o termo “cristão”. Mas, como dizia Rummi, “Várias palavras, no entanto, estão por dizer, mas já é muito tarde para o fazer; o que tiver sido omitido de noite, eu completarei amanhã”.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
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