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Reflexões para a Quaresma 2015

por: Laurence Freeman OSB

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Segunda-feira da Semana Santa (2015)

30/3/2015

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Segunda-feira da SEMANA  SANTA (2015)

Jo 12:1-11 - “Os pobres sempre os tendes convosco, mas a Mim não Me tendes sempre.”

É deste modo que Jesus nos atira à cara o significado do desperdício do precioso perfume. É um bocado constrangedor. Que maior valor poderia haver no Seu sistema de valores do que cuidar dos pobres? Como é que Ele se podia colocar a Si mesmo, neste gesto simbólico fútil, acima desse valor?

Não estará Ele a abrir a porta a todos os abusos do Seu ensinamento ao longo da História, que foram alegadamente feitos em Seu nome: a tortura aos hereges, as Cruzadas, os jogos de poder da Igreja, o colocar as leis humanas acima da Lei de Deus, as excomunhões pronunciadas com um sorriso? E (talvez ainda pior) a diluição do Evangelho numa cerimónia do chá, a domesticação do sacramento como uma cerimónia civil, a utilização da comunidade para preservar o sistema de classes, o Cristianismo reduzido ao arranjar das flores?

As Suas palavras surpreendentes indicam-nos que, nestes dias da Semana Santa, estamos a embarcar em algo que está para além de qualquer valor que possamos calcular. Portanto, ou é um disparate, ou é a única fonte de toda o valor real. Não podemos transformar a Paixão de Jesus numa banalidade. Está demasiado próxima para ser confortável. Ou nos conquista, ou nos afasta. Mas, ano após ano, avançamos um bocadinho em relação ao ano anterior.

O mesmo acontece com a nossa meditação. É uma viagem que fazemos de forma incremental, integrando tudo o que aprendemos anteriormente, antes de podermos deixar correr e ser conduzidos à fase seguinte. O mundo ao qual a experiência de Jesus nos conduz é um mundo onde os pobres são enriquecidos e os ricos descobrem a liberdade que a pobreza dá. Onde a pobreza é a capacidade para tudo. E tudo significa a total não-possessividade. O Papa a proporcionar cortes de cabelo, duches, sacos-cama e visitas ao Vaticano aos sem-abrigo da Praça de São Pedro é um sacramento disto mesmo, merecedor de passar nas notícias. Mas, mesmo assim, é apenas um sinal.

Com a expressão “experiência de Jesus” queremos dizer duas coisas: a experiência que Jesus, pessoalmente teve e a nossa experiência da Sua experiência. Por estes dias, aprendemos, de um modo ao mesmo tempo perturbador e maravilhoso, o que significa o termo “cristão”. Mas, como dizia Rummi, “Várias palavras, no entanto, estão por dizer, mas já é muito tarde para o fazer; o que tiver sido omitido de noite, eu completarei amanhã”.


Com amor,
Laurence


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Quaresma 2015 – Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

28/3/2015

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Quaresma 2015 – Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor 

Mc 14,1-15: E partindo o frasco derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus

Os que cuidam dos moribundos dizem que o ingrediente mais importante numa boa morte é o sentido. E sentido quer dizer ligação. O sentido de pertença, de estar ligado a outro ou à alteridade em si.

O sentido é mais do que explicação. Explicações e dogmas soam a vazio nesses momentos de encontro inevitável com a realidade. (Como fazemos seja o que for para fugir à realidade!). Nesses momentos encontramo-nos completamente indefesos e expostos perante o tribunal da realidade. O conceito vira verdade e gostaríamos de fugir dela para o mais longe possível. 

É a sua totalidade que importa e isto torna a Paixão de Cristo tão absoluta e tão digna de ser um portal para toda a humanidade de acesso à realidade absoluta, indiferenciada e dura. Então somos conduzidos a uma forma de experiência tão fora da nossa zona de conforto e de familiaridade que não podemos nem explicá-la nem controlá-la.

Ela apenas acontece – uma perda ou uma desilusão devastadora, uma reviravolta nas expetativas, nos sonhos, bem, em tudo. Nessas alturas a nossa única defesa é o nosso sentimento de impotência. Porque é a única coisa que existe, a coisa mais autêntica com que nos podemos identificar. Não é só a nossa fraqueza, mas também a nossa aceitação da nossa fraqueza, que demonstram – contra todas as probabilidades - serem a nossa força e resiliência. Isto transporta-nos do universo do ego – que é um reflexo e uma falsa representação da realidade – para outro mundo.

Mas como é que nos podemos refugiar no desamparo?

Um sinal manifesta-se. Uma mulher de reputação duvidosa parte um frasco e desperdiça um unguento e derrama-o sobre a nossa cabeça. No outro mundo poderia ter sido vendido e o dinheiro usado para promover o desenvolvimento sustentado de uma organização. Mas neste mundo torna-se um símbolo. Diz-nos que quebrar pode ser curar. Que sacrifício pode querer dizer homenagem. Que o que parece um gesto fútil pode mudar por completo a perceção de alguém com olhos para ver.

Hoje começamos a penetrar naquilo para que os quarenta dias no deserto nos têm vindo a preparar.
Ao princípio a meditação torna-nos mais dolorosamente conscientes de todos os meios de que o ego se serve para sequestrar as nossas reações e controlar as nossas decisões. Depois a meditação torna-nos conscientes de que podemos mudar os nossos padrões aprisionantes e refazer toda a ligação do sistema ego. Então começamos a ver como é que isto funciona.

Qual foi a última vez em que alguém derramou um unguento precioso na sua cabeça? Como disse Rumi: Você é um sinal, e é alguém em busca de um sinal; não há melhor sinal do que alguém em busca de um sinal.


Com amor, 
Laurence


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Quaresma 2015 - Sábado da 5ª Semana

28/3/2015

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Quaresma 2015 - Sábado da 5ª Semana

Jo 11,45-56: Ele retirou-se para uma região junto ao deserto, e por lá se conservou com os discípulos.

Durante as instruções que nos dão no avião antes de levantar vôo, dizem-nos, habitualmente, que no caso de emergência se deve deixar tudo para trás até mesmo os sapatos. Imagino quantas pessoas tentariam trazer a sua carteira ou o computador ou tirar os seus documentos de um saco no compartimento da bagagem. Deve ser tão difícil deixar tudo para trás tanto numa emergência destas, como na meditação diária. Mas isso são coisas e pensamentos.

Quando os passageiros do 9/11 se preparavam para o seu fim parece que tinham uma preocupação. Eles devem ter sido brutalmente arrancados para um total desapego, como um condenado antes da execução ou alguém com uma doença terminal. Muitos deles queriam apenas telefonar às pessoas queridas e dizer-lhes que as amavam.

Em ocasiões críticas da sua vida Jesus estava só, mas era solitário com os seus discípulos mais próximos. Quando soube que era um homem marcado à espera da pancada na porta da meia-noite, ou no seu caso do beijo do traidor no jardim, o seu instinto foi de ir para o deserto – um lugar associado tanto à solidão como à mais intensa de todas as relações, na base do ser. E Ele foi lá com aqueles seres humanos que melhor compreendia e os quais, apesar de todas as suas falhas, O compreendiam melhor do que ninguém.

A solidão é verdadeira e muitas vezes deliciosa mesmo quando dolorosa. O estar só é o inferno feito da ilusão da separação. Em solidão somos capazes de relacionamentos fortes e profundos, porque quando estamos sós descobrimos a nossa singularidade, mesmo (ou talvez, sobretudo) se essa singularidade está associada à morte.

Se a meditação tem a ver com o libertar-se dos apegos e ir para o deserto da solidão, também tem a ver com a descoberta da comunhão com os outros que chamamos comunidade. Saber que estamos com os companheiros na presença do nosso mestre é, mesmo quando tudo se desmorona, uma fonte de alegria incomparável.


Com amor, 
Laurence


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​Quaresma 2015 - 6ª feira da 5ª Semana

26/3/2015

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​Quaresma 2015 - Sexta-feira da 5ª Semana

Jo 10,31-42: o Pai está em mim e Eu estou no Pai

Qualquer modo de vida ou qualquer atividade que nos leva a retirar a atenção de nós próprios merece ser chamada de espiritual. Por outro lado há muitas coisas ditas ‘espirituais’ que, mal praticadas, podem tornar-nos ainda mais autocentrados.

Criar uma família pode ser extenuante e parece que deixa pouco tempo para uma ‘prática espiritual’ específica, mas tem tudo a ver com o centrar-se nos outros. É uma boa preparação para a meditação. Pelo contrário, a vida monástica pode dar-nos tempo para rezar mas também nos mantem num estado superficial de insatisfação, repetindo os mesmos ciclos estéreis de pensamento e comportamento. Mas pode ser uma boa preparação para servir o mundo.

Somos atraídos pela opção de nos centrarmos nos outros porque ansiamos por relacionamentos e contactos, os quais, combinados, nos levam à experiência do significado. Casamento, família, amizade, comunidade, serviço são tudo meios onde podemos aprender a prestar atenção aos outros. Contudo, logo realizamos que pôr os outros em primeiro lugar é difícil de fazer e ainda mais difícil de sustentar. Mas também realizamos que estamos melhor, mais livres e mais abertos para amar quando aprendemos a viver desse modo. Então vemos que o caminho espiritual é um trabalho. De facto, é um trabalho de amor.

Já não assumimos que os monges devem ser melhores meditadores do que as pessoas casadas. Entendemos que o valor espiritual de qualquer estilo de vida é medido pela forma como nos dá oportunidades de nos afastarmos do ‘ego’, permitindo-nos ir ao encontro do nosso ‘eu’ no outro, livres do constante auto-espelhamento do ego. 

Os Evangelhos dão-nos um Jesus que nem era casado nem era monge. Onde é que Ele aprendeu que Deus estava nele e Ele em Deus? E como é que aprendeu a comunicar essa experiência do ‘reino’ a pessoas comuns de um modo tão simples e profundo? Finalmente, o que é que O conduziu a centrar-se completamente nos outros de modo a dar a sua vida por isso?

Sabemos que Ele foi para a sua quaresma de quarenta dias e dela emergiu com o domínio dos seus impulsos e fortalecido com o Espírito para cumprir a sua missão. Sabemos que Ele se retirou regularmente para lugares e tempos de silêncio e quietude. Talvez que isso seja tudo o que precisamos de saber – que Ele se conhecia a si próprio – e em seguida de repetir de modo a vermos que Ele é o nosso mestre. E mais tarde, talvez, de descobrir como Ele é também o nosso caminho para o Pai.



Com amor, 
Laurence


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​Quaresma 2015 - 5ª feira da 5ª Semana

26/3/2015

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Quaresma 2015 - Quinta-Feira da 5ª Semana da Quaresma

Jo 8,51-59: Antes de Abrão existir, EU SOU

A camara digital mais poderosa do mundo está a ser construída nos Andes para fotografar o invisível – galáxias até oito biliões de anos-luz de distância. Faz parte de um projeto para a descoberta do ‘universo negro’ de energia que a ciência não pode compreender. O modelo padrão existente para explicar o cosmos é geralmente aceite, hoje em dia, como sendo incompleto e insatisfatório.

A exploração da matéria negra envolve a busca de ‘super-partículas’ novas que, imagina-se, podem passar através da matéria comum sem qualquer interação percetível. Isto significa que mesmo as partes mais profundas do espaço inter-galático podem ser encontradas num campo energético omnipresente, distinto de tudo quanto é conhecido até hoje. Os cientistas estão a explorar a possibilidade de múltiplos universos, cada um dos quais com uma lei da física diferente. Com o Big Bang, que trouxe à existência o tempo e o espaço, surgiram quantidades iguais de matéria e de antimatéria. Os mesmos cientistas procuram saber onde se esconde a outra metade do universo.

As mentes mais racionais e científicas do mundo que estão envolvidas nesta investigação estão entusiasmadas por estarem a navegar na orla destes novos continentes do conhecimento. O caminho do desconhecido é sempre o caminho para uma gnose mais profunda e mais sabedora. ‘Conhecê-lo, embora esteja para além do conhecimento’, como disse S. Paulo acerca do mistério de Deus revelado em Cristo.

Precisamos de todas as metáforas atualizadas possíveis para nos ajudar a mover no sentido deste horizonte recessivo que cruzamos em silêncio. O silêncio do grande EU SOU. Então descobrimos, sem dúvida, que o que está a oito biliões de anos-luz de distância e que só podemos conhecer como o ‘passado’ está, nada menos, do que aqui e agora.

Que razão mais excitante para fazermos a nossa própria exploração da verdade na nossa meditação diária. Que interessante pensar nas escrituras como o mapa codificado desta jornada.


Com amor, 
Laurence


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​Quaresma 2015 - 4ª feira da 5ª Semana

25/3/2015

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​Quaresma 2015 - Quarta-feira da 5ª Semana

(Festa da Anunciação)

Lucas 1,26-38: Disse Maria, “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra”.

Há cenas nas nossas vidas, impressas na nossa memória, que jamais esqueceremos, enquanto nos lembrarmos do nosso nome e enquanto soubermos para que serve uma chave. As memórias pessoais são seletivas, mas retêm alguma da verdade sentida em determinados momentos especiais, fossem eles momentos marcados pelo sofrimento ou pela alegria. Com a passagem do tempo, à medida que o impacto emocional imediato se desvanece e deixa um depósito fulgurante de verdade e mistério, nem sequer importa muito se a experiência foi de alegria ou de angústia, de perda ou de descoberta, de dor ou de felicidade.

Há também algumas cenas como a da Anunciação no Evangelho de Lucas que ficam gravadas no imaginário coletivo da fé. Elas tornaram-se no padrão ouro do significado, uma moeda que todos reconheceram como incorporando significado. E assim, na era da ‘Cristandade’ – quando a religião e a cultura se fundiam, o que agora já não acontece – essas cenas eram representadas, recordadas e comentadas vezes sem fim. Passeie por uma galeria de arte da Renascença.

Hoje, na Anunciação, começa Jesus. A Palavra torna-se carne. Mas ainda e só no mistério secreto do útero. Quando é que uma mulher tem a certeza de que está grávida? Quando é que qualquer um de nós sabe que uma coisa ainda por acontecer está a crescer em nós? O que vemos na história de hoje é simplesmente o grande ‘Fiat’, o ‘faça-se’, o grande ‘OK’ que lhe permite começar. Quando ocorre a conceção ainda não sabemos qual a forma que o futuro irá tomar. No momento presente (em Deus) a conceção é agora.

O momento da Anunciação é agora para nós todos. A meditação é o nosso OK.


Com amor, 
Laurence


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​Quaresma 2015 - 3ª feira da 5ª Semana

23/3/2015

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Quaresma 2015 - Terça-feira da 5ª Semana

Jo 8,21-30: eu não pertenço a este mundo

Depende do que se entende por ‘pertença’, mas talvez ninguém se sinta realmente como pertencendo a este mundo ainda que nos apeguemos a ele, façamos que ele nos sirva e tentemos que ele nos aceite.

Há alguns anos atrás conheci um político em transição. Ela (digamos) tinha estado instalada nas esferas do poder e guiado e controlado muitas alavancas do poder. Ele (digamos) não tinha de modo nenhum perdido o seu idealismo no desenrolar do processo, mas estava finalmente sintonizado com as realidades da política como a arte do possível. Ele era um sobrevivente e quanto mais sobrevivia mais ambicioso se tornava. Sobreviver equivalia a sucesso e ainda que os sucessos tivessem vida curta acabaram por se constituir numa adição. Então o seu período terminou e ela ficou politicamente ‘na terra de ninguém’, onde nenhuma carreira tinha durado muito, sem perfil, responsabilidade ou contacto com os temas candentes do dia.

Este político fez uma pausa para reflexão mesmo quando a experiência de estar ‘fora do poder’ ter gerado novas esperanças e estratégias de como voltar a entrar no estádio. Esta pausa é semelhante à oportunidade que os estudantes de MBA teem na interrupção das suas carreiras quando estudam para se tornarem em mercadorias mais valiosas mas também para refletirem no sentido da sua vida e do seu trabalho.

Esse distanciamento necessário das forças de mercado do poder e do egocentrismo pode, no entanto, ser cultivado mesmo enquanto se está envolvido com essas forças. Chamamos a isso o cultivo do desapego, o qual nos permite ver e relacionar com o mundo tal qual ele é: a ‘meditação regular’. Aprender a meditar regularmente é o que chamamos de ascetismo, uma prática ou disciplina espiritual.

A Quaresma é antes de mais o lembrarmo-nos que precisamos dessa disciplina nas nossas vidas, porque o mundo tal como o vemos existe tanto como o sucesso permanente ou a imortalidade. Estaremos em relação com o mundo assim que pudermos dizer ‘eu não pertenço a este mundo’. Só então poderemos ter algo de útil para dar ao mundo e servir os outros nos jogos de tronos.


Com amor, 
Laurence


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