Quaresma 2015 - Sexta-feira da 2ª semana
Mt 21:31-46 – A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular.
O sonho ecologista é produzir nova energia através do reprocessamento de todos os desperdícios. Tudo o que tenha sido deitado fora ou rejeitado é então re-integrado na economia da vida e é alcançado um sentido de equanimidade e de equilíbrio. Mas isto é tão difícil de fazer na vida interior como ao nível global.
Sempre que alguma coisa é deitada fora (desperdício) ou rotulada como inútil (rejeitada), surge a acompanhá-la um sentimento de fracasso, de oportunidade perdida ou de incompletude. O instinto humano mais profundo é o da busca de sentido, de plenitude, de ligação e de integração. Nada deveria alguma vez ser visto como estando separado do todo simplesmente porque não pode ser em separado. Todos temos memórias ou relacionamentos que queremos excluir porque não se encaixem nos padrões desejados da nossa vida. “Não vivas no passado” é um bom conselho, mas rejeitar o passado antes de este ter sido integrado significa que não se conseguirá transcendê-lo. Rejeitar, reprimir é, simplesmente, cavar um buraco mais fundo do qual se torna cada vez mais difícil de nos libertar. Com o avançar da idade, poderemos esquecer aquilo que reprimimos, mas o passado não se esqueceu de nós.
A meditação é a exposição da nossa pessoa como um todo à radiância do presente. Quanto mais forte a luz do agora, que contém o tempo todo e revela a unidade simples da vida, maior a integração e a subsequente transcendência ocorre de forma natural, no seu devido tempo. Muitas pessoas experienciaram isto mesmo em momentos de graça ou de crise, quando as estruturas do tempo (o passado, o presente, o futuro) simplesmente se dissolvem e elas percepcionam todo o espectro da vida/história num único momento. A contemplação é sempre contemporânea.
Outra forma de fazer regressar o que foi rejeitado (o “regresso do reprimido”) é compreender que a rejeição nunca resulta. Ela apenas nos deixa mais enredados nesses aspectos da memória de que não gostamos. Por fim, ele regressa (como aconteceu com o Jesus rejeitado) e é visto de modo muito diferente.
Uma doença que arruína uma vida, em que se perde todo o controlo, torna-se numa revelação e numa bênção. Um filho deficiente, visto como uma inconveniência, um castigo ou uma vergonha, pode ser rejeitado de múltiplas formas. Depois, os olhos da família abrem-se e vêem a criança como um dom de Deus que os inunda de maravilha e de gratidão. A pedra rejeitada torna-se a pedra angular.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
Mt 21:31-46 – A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular.
O sonho ecologista é produzir nova energia através do reprocessamento de todos os desperdícios. Tudo o que tenha sido deitado fora ou rejeitado é então re-integrado na economia da vida e é alcançado um sentido de equanimidade e de equilíbrio. Mas isto é tão difícil de fazer na vida interior como ao nível global.
Sempre que alguma coisa é deitada fora (desperdício) ou rotulada como inútil (rejeitada), surge a acompanhá-la um sentimento de fracasso, de oportunidade perdida ou de incompletude. O instinto humano mais profundo é o da busca de sentido, de plenitude, de ligação e de integração. Nada deveria alguma vez ser visto como estando separado do todo simplesmente porque não pode ser em separado. Todos temos memórias ou relacionamentos que queremos excluir porque não se encaixem nos padrões desejados da nossa vida. “Não vivas no passado” é um bom conselho, mas rejeitar o passado antes de este ter sido integrado significa que não se conseguirá transcendê-lo. Rejeitar, reprimir é, simplesmente, cavar um buraco mais fundo do qual se torna cada vez mais difícil de nos libertar. Com o avançar da idade, poderemos esquecer aquilo que reprimimos, mas o passado não se esqueceu de nós.
A meditação é a exposição da nossa pessoa como um todo à radiância do presente. Quanto mais forte a luz do agora, que contém o tempo todo e revela a unidade simples da vida, maior a integração e a subsequente transcendência ocorre de forma natural, no seu devido tempo. Muitas pessoas experienciaram isto mesmo em momentos de graça ou de crise, quando as estruturas do tempo (o passado, o presente, o futuro) simplesmente se dissolvem e elas percepcionam todo o espectro da vida/história num único momento. A contemplação é sempre contemporânea.
Outra forma de fazer regressar o que foi rejeitado (o “regresso do reprimido”) é compreender que a rejeição nunca resulta. Ela apenas nos deixa mais enredados nesses aspectos da memória de que não gostamos. Por fim, ele regressa (como aconteceu com o Jesus rejeitado) e é visto de modo muito diferente.
Uma doença que arruína uma vida, em que se perde todo o controlo, torna-se numa revelação e numa bênção. Um filho deficiente, visto como uma inconveniência, um castigo ou uma vergonha, pode ser rejeitado de múltiplas formas. Depois, os olhos da família abrem-se e vêem a criança como um dom de Deus que os inunda de maravilha e de gratidão. A pedra rejeitada torna-se a pedra angular.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/