Quaresma 2015 - Sexta-feira da 5ª Semana
Jo 10,31-42: o Pai está em mim e Eu estou no Pai
Qualquer modo de vida ou qualquer atividade que nos leva a retirar a atenção de nós próprios merece ser chamada de espiritual. Por outro lado há muitas coisas ditas ‘espirituais’ que, mal praticadas, podem tornar-nos ainda mais autocentrados.
Criar uma família pode ser extenuante e parece que deixa pouco tempo para uma ‘prática espiritual’ específica, mas tem tudo a ver com o centrar-se nos outros. É uma boa preparação para a meditação. Pelo contrário, a vida monástica pode dar-nos tempo para rezar mas também nos mantem num estado superficial de insatisfação, repetindo os mesmos ciclos estéreis de pensamento e comportamento. Mas pode ser uma boa preparação para servir o mundo.
Somos atraídos pela opção de nos centrarmos nos outros porque ansiamos por relacionamentos e contactos, os quais, combinados, nos levam à experiência do significado. Casamento, família, amizade, comunidade, serviço são tudo meios onde podemos aprender a prestar atenção aos outros. Contudo, logo realizamos que pôr os outros em primeiro lugar é difícil de fazer e ainda mais difícil de sustentar. Mas também realizamos que estamos melhor, mais livres e mais abertos para amar quando aprendemos a viver desse modo. Então vemos que o caminho espiritual é um trabalho. De facto, é um trabalho de amor.
Já não assumimos que os monges devem ser melhores meditadores do que as pessoas casadas. Entendemos que o valor espiritual de qualquer estilo de vida é medido pela forma como nos dá oportunidades de nos afastarmos do ‘ego’, permitindo-nos ir ao encontro do nosso ‘eu’ no outro, livres do constante auto-espelhamento do ego.
Os Evangelhos dão-nos um Jesus que nem era casado nem era monge. Onde é que Ele aprendeu que Deus estava nele e Ele em Deus? E como é que aprendeu a comunicar essa experiência do ‘reino’ a pessoas comuns de um modo tão simples e profundo? Finalmente, o que é que O conduziu a centrar-se completamente nos outros de modo a dar a sua vida por isso?
Sabemos que Ele foi para a sua quaresma de quarenta dias e dela emergiu com o domínio dos seus impulsos e fortalecido com o Espírito para cumprir a sua missão. Sabemos que Ele se retirou regularmente para lugares e tempos de silêncio e quietude. Talvez que isso seja tudo o que precisamos de saber – que Ele se conhecia a si próprio – e em seguida de repetir de modo a vermos que Ele é o nosso mestre. E mais tarde, talvez, de descobrir como Ele é também o nosso caminho para o Pai.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Jo 10,31-42: o Pai está em mim e Eu estou no Pai
Qualquer modo de vida ou qualquer atividade que nos leva a retirar a atenção de nós próprios merece ser chamada de espiritual. Por outro lado há muitas coisas ditas ‘espirituais’ que, mal praticadas, podem tornar-nos ainda mais autocentrados.
Criar uma família pode ser extenuante e parece que deixa pouco tempo para uma ‘prática espiritual’ específica, mas tem tudo a ver com o centrar-se nos outros. É uma boa preparação para a meditação. Pelo contrário, a vida monástica pode dar-nos tempo para rezar mas também nos mantem num estado superficial de insatisfação, repetindo os mesmos ciclos estéreis de pensamento e comportamento. Mas pode ser uma boa preparação para servir o mundo.
Somos atraídos pela opção de nos centrarmos nos outros porque ansiamos por relacionamentos e contactos, os quais, combinados, nos levam à experiência do significado. Casamento, família, amizade, comunidade, serviço são tudo meios onde podemos aprender a prestar atenção aos outros. Contudo, logo realizamos que pôr os outros em primeiro lugar é difícil de fazer e ainda mais difícil de sustentar. Mas também realizamos que estamos melhor, mais livres e mais abertos para amar quando aprendemos a viver desse modo. Então vemos que o caminho espiritual é um trabalho. De facto, é um trabalho de amor.
Já não assumimos que os monges devem ser melhores meditadores do que as pessoas casadas. Entendemos que o valor espiritual de qualquer estilo de vida é medido pela forma como nos dá oportunidades de nos afastarmos do ‘ego’, permitindo-nos ir ao encontro do nosso ‘eu’ no outro, livres do constante auto-espelhamento do ego.
Os Evangelhos dão-nos um Jesus que nem era casado nem era monge. Onde é que Ele aprendeu que Deus estava nele e Ele em Deus? E como é que aprendeu a comunicar essa experiência do ‘reino’ a pessoas comuns de um modo tão simples e profundo? Finalmente, o que é que O conduziu a centrar-se completamente nos outros de modo a dar a sua vida por isso?
Sabemos que Ele foi para a sua quaresma de quarenta dias e dela emergiu com o domínio dos seus impulsos e fortalecido com o Espírito para cumprir a sua missão. Sabemos que Ele se retirou regularmente para lugares e tempos de silêncio e quietude. Talvez que isso seja tudo o que precisamos de saber – que Ele se conhecia a si próprio – e em seguida de repetir de modo a vermos que Ele é o nosso mestre. E mais tarde, talvez, de descobrir como Ele é também o nosso caminho para o Pai.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal