Quaresma 2015 - Quinta-feira da 2ª semana
Lc 16:19-31 – Entre nós e vós há um grande abismo.
Vivemos continuamente com este abismo entre os que têm e os que não têm, entre os saudáveis e os doentes, os espertos e os estúpidos, os lindos e os feios, os magros e os gordos, os sortudos e os amaldiçoados. É isso que queremos dizer com o “mundo”. Jesus dizia “aos pobres sempre os tereis convosco”. Estaremos sempre um pouco aquém da justiça perfeita porque a vida, em si mesma, não é justa e, habitualmente, os mais robustos sobrevivem. A questão é: até que profundidade e amplitude podemos deixar que este abismo chegue? Quanto mais amplo for, mais irreais nos tornamos; quanto mais profundo, mais doloroso se torna o abismo.
A parábola de hoje é sobre o homem rico (sem nome) e o pobre (Lázaro). Quando morrem, o rico paga pela sua falta de compaixão indo para um lugar de tormento, enquanto Lázaro é levado pelos anjos para o seio de Abraão. Isto parece simples justiça, mas a sabedoria do Evangelho nunca é simplista. Lázaro não fala. É Abraão o seu porta-voz. No entanto, o rico fala. Primeiro, grita rogando por alívio, como uma das almas de Dante no Inferno. Abraão diz que o abismo é agora demasiado largo para se poder atravessá-lo. Se não trabalharmos agora para estreitar o fosso entre ricos e pobres, ele irá crescer exponencialmente e ficaremos irreparavelmente divididos.
Mas, na sabedoria do Evangelho, o fim é sempre um começo. O rico pede a Abraão que avise a sua família sobre o seu destino, que eles também sofrerão se não mudarem. Aqui há uma mudança de postura, no mais duro do coração. É verdade que é só por causa da sua própria família que ele está preocupado, até agora, mas, ainda assim, é o começo da compaixão, da preocupação activa pelas necessidades dos outros. Quando a Primavera da compaixão é solta, o abismo humano, o ego, o “eu” isolado é religado. Nessa religação (o significado literal da palavra “religião”), ocorre a grande cura.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
Lc 16:19-31 – Entre nós e vós há um grande abismo.
Vivemos continuamente com este abismo entre os que têm e os que não têm, entre os saudáveis e os doentes, os espertos e os estúpidos, os lindos e os feios, os magros e os gordos, os sortudos e os amaldiçoados. É isso que queremos dizer com o “mundo”. Jesus dizia “aos pobres sempre os tereis convosco”. Estaremos sempre um pouco aquém da justiça perfeita porque a vida, em si mesma, não é justa e, habitualmente, os mais robustos sobrevivem. A questão é: até que profundidade e amplitude podemos deixar que este abismo chegue? Quanto mais amplo for, mais irreais nos tornamos; quanto mais profundo, mais doloroso se torna o abismo.
A parábola de hoje é sobre o homem rico (sem nome) e o pobre (Lázaro). Quando morrem, o rico paga pela sua falta de compaixão indo para um lugar de tormento, enquanto Lázaro é levado pelos anjos para o seio de Abraão. Isto parece simples justiça, mas a sabedoria do Evangelho nunca é simplista. Lázaro não fala. É Abraão o seu porta-voz. No entanto, o rico fala. Primeiro, grita rogando por alívio, como uma das almas de Dante no Inferno. Abraão diz que o abismo é agora demasiado largo para se poder atravessá-lo. Se não trabalharmos agora para estreitar o fosso entre ricos e pobres, ele irá crescer exponencialmente e ficaremos irreparavelmente divididos.
Mas, na sabedoria do Evangelho, o fim é sempre um começo. O rico pede a Abraão que avise a sua família sobre o seu destino, que eles também sofrerão se não mudarem. Aqui há uma mudança de postura, no mais duro do coração. É verdade que é só por causa da sua própria família que ele está preocupado, até agora, mas, ainda assim, é o começo da compaixão, da preocupação activa pelas necessidades dos outros. Quando a Primavera da compaixão é solta, o abismo humano, o ego, o “eu” isolado é religado. Nessa religação (o significado literal da palavra “religião”), ocorre a grande cura.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial de Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/