Quaresma 2015
Quinta-feira depois das Cinzas
Lc 9:22-25 – “Quem quiser salvar a vida terá de perdê-la”
O poeta inglês George Herbert tem sido chamado o poeta do clima interior. Sendo inglês, ele conseguia falar do tempo e acabou por se sintonizar com as suas pequenas e grandes variações. “Depois de tantas mortes, eu vivo e escrevo / uma vez mais, cheiro o orvalho e a chuva / e deleito-me no meu versejar”.
Os nossos cinco sentidos e a vida física estão intrincadamente entretecidos com as nossas épocas espirituais. Quando a nossa vida espiritual está nublada por estados mentais negativos ou por padrões recorrentes que nos mantêm absorvidos em nós mesmos, também os nossos sentidos perdem eficácia. Sentimo-nos aborrecidos, deprimidos e desligados do mundo e de todos os relacionamentos em que vivemos e respiramos. Mas, quando estamos despertos espiritualmente, os nossos sentidos captam a vitalidade da vida e conseguimos cheirar, ver, tocar, escutar e saborear – seja delicioso ou seja horrível, pelo menos senti-lo-emos plenamente tal qual é. A parte sensual da nossa consciência precisa da parte espiritual e a espiritual precisa da sensual. Quando estão equilibradas, fundem-se e formam uma linguagem única e perfeita e nós experienciamos a plenitude.
Bom, à medida que a Quaresma vai começando, pensemos nas duas práticas que ontem descrevi, à luz do que estamos a sentir. Não sejamos demasiado conceptuais, demasiado idealistas quanto a elas. Cada dia, podemos avaliar como estamos a progredir, mas com desapego e humor, em vez duma atitude de julgamento.
Os períodos de meditação, de manhã e à tardinha, calibram tudo isto duma forma natural e espontânea. É assim que nos perdemos completamente a nós mesmos e isso ajuda-nos a encontrar-nos na nossa plenitude. Não precisamos de continuar a espreitar debaixo do capô do carro para examinar o motor. Iremos sentir que o carro (como o nosso ego) está a funcionar devidamente e a transportar-nos para onde vamos.
Com amor,
Laurence Freeman OBS
Quinta-feira depois das Cinzas
Lc 9:22-25 – “Quem quiser salvar a vida terá de perdê-la”
O poeta inglês George Herbert tem sido chamado o poeta do clima interior. Sendo inglês, ele conseguia falar do tempo e acabou por se sintonizar com as suas pequenas e grandes variações. “Depois de tantas mortes, eu vivo e escrevo / uma vez mais, cheiro o orvalho e a chuva / e deleito-me no meu versejar”.
Os nossos cinco sentidos e a vida física estão intrincadamente entretecidos com as nossas épocas espirituais. Quando a nossa vida espiritual está nublada por estados mentais negativos ou por padrões recorrentes que nos mantêm absorvidos em nós mesmos, também os nossos sentidos perdem eficácia. Sentimo-nos aborrecidos, deprimidos e desligados do mundo e de todos os relacionamentos em que vivemos e respiramos. Mas, quando estamos despertos espiritualmente, os nossos sentidos captam a vitalidade da vida e conseguimos cheirar, ver, tocar, escutar e saborear – seja delicioso ou seja horrível, pelo menos senti-lo-emos plenamente tal qual é. A parte sensual da nossa consciência precisa da parte espiritual e a espiritual precisa da sensual. Quando estão equilibradas, fundem-se e formam uma linguagem única e perfeita e nós experienciamos a plenitude.
Bom, à medida que a Quaresma vai começando, pensemos nas duas práticas que ontem descrevi, à luz do que estamos a sentir. Não sejamos demasiado conceptuais, demasiado idealistas quanto a elas. Cada dia, podemos avaliar como estamos a progredir, mas com desapego e humor, em vez duma atitude de julgamento.
Os períodos de meditação, de manhã e à tardinha, calibram tudo isto duma forma natural e espontânea. É assim que nos perdemos completamente a nós mesmos e isso ajuda-nos a encontrar-nos na nossa plenitude. Não precisamos de continuar a espreitar debaixo do capô do carro para examinar o motor. Iremos sentir que o carro (como o nosso ego) está a funcionar devidamente e a transportar-nos para onde vamos.
Com amor,
Laurence Freeman OBS