Quaresma 2015 – Sábado da 3ª Semana
Lucas 18,9-14: todo aquele que se exalta será humilhado e aquele que se humilha será exaltado.
Quando queremos evitar detalhes e apresentar argumentos para varrer de vez toda a oposição dizemos coisas como ‘há duas espécies de pessoas…’, ou ‘podemos fazer uma de duas coisas…’ A mente gosta de dualidades porque há sempre um vencedor e um perdedor. Mas como Deus e o meditador sabem dualidades são apenas dois-terços da história. A mente subatómica, mais profunda, pensa em grupos de três e assim ganhar ou perder não é o principal.
Como mestre, utilizando histórias que eram ao mesmo tempo simples e sutis, Jesus usou o modo dualista para chegar ao trinitário. Nesta história temos dois homens que vão rezar no templo. Um deles é um clérigo fanático e absurdo e um egoísta de primeira ordem que acredita firmemente que é melhor do que qualquer outra pessoa e dá graças a Deus por isso. O outro é também um estereótipo, um coletor de impostos corrupto, que provavelmente se meteu em bares e clubes de strip e noutras iniciativas obscuras. O que surpreende é que ele esteja no templo e a rezar. Naturalmente, o fariseu era demasiado egocêntrico para se aperceber de que realmente não estava de todo a rezar. Ele não sabia que estava distraído – pela pior de todas as distrações. O publicano provavelmente estava tentando concentrar-se mas não conseguia parar de pensar nos seus problemas de negócios. Mas ele tinha consciência disso e rezou também com essa consciência. A verdadeira adoração absorve tudo.
Assim como Marta e Maria, ou o filho pródigo e o seu irmão mais velho, estes dois homens parecem polos opostos. Mas leia-se uma segunda e uma terceira vezes e começam a fundir-se. A mente que escuta começa a reconhecer-se em cada um deles. Não temos todos nós momentos em que nos sentimos superiores, senão a todos os outros pelo menos aos mais humildes? E não temos todos, nos recantos mais escuros do nosso ego, a consciência de que estamos tramados e nada podemos fazer em relação a isso exceto abrirmo-nos, nesse mesmo lugar, ao Deus que só na humildade descobrimos? Só que até isso nós fazemo-lo de um modo imperfeito.
Então que é a mente que está consciente dessa dualidade dentro de nós? É o três que que faz um único. Só que é uma unidade não numérica, uma unidade e uma união na qual a dualidade é não só curada como transcendida. E assim, temos o paradoxo com o qual Jesus termina a parábola – exalta-te e serás humilhado, humilha-te e serás exaltado. Então é óbvio que não se pode estar muito tempo em qualquer dessas situações. Então onde ficamos? Chegamos a esse lugar não geográfico quando vemos que Deus está a sorrir.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Lucas 18,9-14: todo aquele que se exalta será humilhado e aquele que se humilha será exaltado.
Quando queremos evitar detalhes e apresentar argumentos para varrer de vez toda a oposição dizemos coisas como ‘há duas espécies de pessoas…’, ou ‘podemos fazer uma de duas coisas…’ A mente gosta de dualidades porque há sempre um vencedor e um perdedor. Mas como Deus e o meditador sabem dualidades são apenas dois-terços da história. A mente subatómica, mais profunda, pensa em grupos de três e assim ganhar ou perder não é o principal.
Como mestre, utilizando histórias que eram ao mesmo tempo simples e sutis, Jesus usou o modo dualista para chegar ao trinitário. Nesta história temos dois homens que vão rezar no templo. Um deles é um clérigo fanático e absurdo e um egoísta de primeira ordem que acredita firmemente que é melhor do que qualquer outra pessoa e dá graças a Deus por isso. O outro é também um estereótipo, um coletor de impostos corrupto, que provavelmente se meteu em bares e clubes de strip e noutras iniciativas obscuras. O que surpreende é que ele esteja no templo e a rezar. Naturalmente, o fariseu era demasiado egocêntrico para se aperceber de que realmente não estava de todo a rezar. Ele não sabia que estava distraído – pela pior de todas as distrações. O publicano provavelmente estava tentando concentrar-se mas não conseguia parar de pensar nos seus problemas de negócios. Mas ele tinha consciência disso e rezou também com essa consciência. A verdadeira adoração absorve tudo.
Assim como Marta e Maria, ou o filho pródigo e o seu irmão mais velho, estes dois homens parecem polos opostos. Mas leia-se uma segunda e uma terceira vezes e começam a fundir-se. A mente que escuta começa a reconhecer-se em cada um deles. Não temos todos nós momentos em que nos sentimos superiores, senão a todos os outros pelo menos aos mais humildes? E não temos todos, nos recantos mais escuros do nosso ego, a consciência de que estamos tramados e nada podemos fazer em relação a isso exceto abrirmo-nos, nesse mesmo lugar, ao Deus que só na humildade descobrimos? Só que até isso nós fazemo-lo de um modo imperfeito.
Então que é a mente que está consciente dessa dualidade dentro de nós? É o três que que faz um único. Só que é uma unidade não numérica, uma unidade e uma união na qual a dualidade é não só curada como transcendida. E assim, temos o paradoxo com o qual Jesus termina a parábola – exalta-te e serás humilhado, humilha-te e serás exaltado. Então é óbvio que não se pode estar muito tempo em qualquer dessas situações. Então onde ficamos? Chegamos a esse lugar não geográfico quando vemos que Deus está a sorrir.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal