Quaresma 2015 - Sábado da 5ª Semana
Jo 11,45-56: Ele retirou-se para uma região junto ao deserto, e por lá se conservou com os discípulos.
Durante as instruções que nos dão no avião antes de levantar vôo, dizem-nos, habitualmente, que no caso de emergência se deve deixar tudo para trás até mesmo os sapatos. Imagino quantas pessoas tentariam trazer a sua carteira ou o computador ou tirar os seus documentos de um saco no compartimento da bagagem. Deve ser tão difícil deixar tudo para trás tanto numa emergência destas, como na meditação diária. Mas isso são coisas e pensamentos.
Quando os passageiros do 9/11 se preparavam para o seu fim parece que tinham uma preocupação. Eles devem ter sido brutalmente arrancados para um total desapego, como um condenado antes da execução ou alguém com uma doença terminal. Muitos deles queriam apenas telefonar às pessoas queridas e dizer-lhes que as amavam.
Em ocasiões críticas da sua vida Jesus estava só, mas era solitário com os seus discípulos mais próximos. Quando soube que era um homem marcado à espera da pancada na porta da meia-noite, ou no seu caso do beijo do traidor no jardim, o seu instinto foi de ir para o deserto – um lugar associado tanto à solidão como à mais intensa de todas as relações, na base do ser. E Ele foi lá com aqueles seres humanos que melhor compreendia e os quais, apesar de todas as suas falhas, O compreendiam melhor do que ninguém.
A solidão é verdadeira e muitas vezes deliciosa mesmo quando dolorosa. O estar só é o inferno feito da ilusão da separação. Em solidão somos capazes de relacionamentos fortes e profundos, porque quando estamos sós descobrimos a nossa singularidade, mesmo (ou talvez, sobretudo) se essa singularidade está associada à morte.
Se a meditação tem a ver com o libertar-se dos apegos e ir para o deserto da solidão, também tem a ver com a descoberta da comunhão com os outros que chamamos comunidade. Saber que estamos com os companheiros na presença do nosso mestre é, mesmo quando tudo se desmorona, uma fonte de alegria incomparável.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Jo 11,45-56: Ele retirou-se para uma região junto ao deserto, e por lá se conservou com os discípulos.
Durante as instruções que nos dão no avião antes de levantar vôo, dizem-nos, habitualmente, que no caso de emergência se deve deixar tudo para trás até mesmo os sapatos. Imagino quantas pessoas tentariam trazer a sua carteira ou o computador ou tirar os seus documentos de um saco no compartimento da bagagem. Deve ser tão difícil deixar tudo para trás tanto numa emergência destas, como na meditação diária. Mas isso são coisas e pensamentos.
Quando os passageiros do 9/11 se preparavam para o seu fim parece que tinham uma preocupação. Eles devem ter sido brutalmente arrancados para um total desapego, como um condenado antes da execução ou alguém com uma doença terminal. Muitos deles queriam apenas telefonar às pessoas queridas e dizer-lhes que as amavam.
Em ocasiões críticas da sua vida Jesus estava só, mas era solitário com os seus discípulos mais próximos. Quando soube que era um homem marcado à espera da pancada na porta da meia-noite, ou no seu caso do beijo do traidor no jardim, o seu instinto foi de ir para o deserto – um lugar associado tanto à solidão como à mais intensa de todas as relações, na base do ser. E Ele foi lá com aqueles seres humanos que melhor compreendia e os quais, apesar de todas as suas falhas, O compreendiam melhor do que ninguém.
A solidão é verdadeira e muitas vezes deliciosa mesmo quando dolorosa. O estar só é o inferno feito da ilusão da separação. Em solidão somos capazes de relacionamentos fortes e profundos, porque quando estamos sós descobrimos a nossa singularidade, mesmo (ou talvez, sobretudo) se essa singularidade está associada à morte.
Se a meditação tem a ver com o libertar-se dos apegos e ir para o deserto da solidão, também tem a ver com a descoberta da comunhão com os outros que chamamos comunidade. Saber que estamos com os companheiros na presença do nosso mestre é, mesmo quando tudo se desmorona, uma fonte de alegria incomparável.
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal