Quarta-feira da Semana Santa
Mt 26:14-25 – “É em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.”
De facto, a cena de hoje chama, de novo, insistentemente, a nossa atenção perante a vergonha da traição. É, claramente, um elemento importante, embora perverso, do significado da Semana Santa que temos que encarar.
É como se levantássemos uma questão socialmente incómoda durante um agradável jantar. Arriscamo-nos a tornar-nos a pior companhia para todos e a não voltar a ser convidados. Como quando deixamos cair um pedaço de comida da boca, em que o chutamos para debaixo da mesa em vez de o apanhar e oferecê-lo ao nosso vizinho à mesa.
Por isso, evitamos o tema da traição, que é uma chave importante desta história. Em lugar dele, recordemos o contexto, a refeição e o companheirismo, por muito imperfeito e frágil que seja. Há pessoas que têm um dom para criar este tipo de ocasiões. Tratam da comida e da mesa com a forma exactamente correcta de simbolismo – nem demasiado formal, nem demasiado descontraído. É um dom cada vez mais raro esta arte da hospitalidade que permite que haja celebração e amizade e que sejam partilhadas durante a refeição. Cada ocasião destas é uma espécie de eucaristia.
Talvez uma das razões por que, hoje em dia, a Eucaristia perdeu o significado, para muitas pessoas, e o porquê de o cerimonial religioso parecer tão incompreensível e tão vazio seja o facto de vermos a comida como um prazer individual, não como um a partilha comunitária. Para muitas famílias, em especial nos países mais ricos, sentar-se, comer, conversar e ficar juntos até ao final da refeição parece um hábito peculiar. Há sempre outra coisa qualquer a fazer no meu quarto – fazer download de qualquer coisa, ver um vídeo qualquer, comunicar por um qualquer outro meio – e a comunidade da mesa parece bem menos interessante, depois de termos ficado saciados.
No entanto, comer com os outros é o que constitui a oração. É o momento – tal como meditar com os outros ou celebrar um ritual como o que iremos iniciar amanhã – em que somos alimentados e nutridos por Aquele que é o próprio alimento. Precisamos de ficar à espera e permitir que nos sirvam. No fim de contas, foi o traidor o primeiro a levantar-se da mesa. (Desculpem voltar a levantar esta questão).
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
Facebook: https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Mt 26:14-25 – “É em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.”
De facto, a cena de hoje chama, de novo, insistentemente, a nossa atenção perante a vergonha da traição. É, claramente, um elemento importante, embora perverso, do significado da Semana Santa que temos que encarar.
É como se levantássemos uma questão socialmente incómoda durante um agradável jantar. Arriscamo-nos a tornar-nos a pior companhia para todos e a não voltar a ser convidados. Como quando deixamos cair um pedaço de comida da boca, em que o chutamos para debaixo da mesa em vez de o apanhar e oferecê-lo ao nosso vizinho à mesa.
Por isso, evitamos o tema da traição, que é uma chave importante desta história. Em lugar dele, recordemos o contexto, a refeição e o companheirismo, por muito imperfeito e frágil que seja. Há pessoas que têm um dom para criar este tipo de ocasiões. Tratam da comida e da mesa com a forma exactamente correcta de simbolismo – nem demasiado formal, nem demasiado descontraído. É um dom cada vez mais raro esta arte da hospitalidade que permite que haja celebração e amizade e que sejam partilhadas durante a refeição. Cada ocasião destas é uma espécie de eucaristia.
Talvez uma das razões por que, hoje em dia, a Eucaristia perdeu o significado, para muitas pessoas, e o porquê de o cerimonial religioso parecer tão incompreensível e tão vazio seja o facto de vermos a comida como um prazer individual, não como um a partilha comunitária. Para muitas famílias, em especial nos países mais ricos, sentar-se, comer, conversar e ficar juntos até ao final da refeição parece um hábito peculiar. Há sempre outra coisa qualquer a fazer no meu quarto – fazer download de qualquer coisa, ver um vídeo qualquer, comunicar por um qualquer outro meio – e a comunidade da mesa parece bem menos interessante, depois de termos ficado saciados.
No entanto, comer com os outros é o que constitui a oração. É o momento – tal como meditar com os outros ou celebrar um ritual como o que iremos iniciar amanhã – em que somos alimentados e nutridos por Aquele que é o próprio alimento. Precisamos de ficar à espera e permitir que nos sirvam. No fim de contas, foi o traidor o primeiro a levantar-se da mesa. (Desculpem voltar a levantar esta questão).
Com amor,
Laurence
WCCM Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
Site: www.meditacaocrista.com
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