
Quarta-feira da 5ª Semana da Quaresma
Hoje em dia fala-se imenso de felicidade. É verdade que, muitas vezes, nós, no mundo desenvolvido, pagamos um alto preço pela nossa riqueza e pelos altos níveis de conforto e conveniência e, frequentemente, a felicidade e a paz de espírito são uma parte do preço.
Fico, muitas vezes, triste pelos estudantes cujas vidas parecem aniquiladas tão cedo pelo stress e ansiedade, ataques de pânico e insónias no seu íngreme percurso para o sucesso. Os dias de lazer académico, quando se tinha tempo para ler por prazer e explorar os nossos próprios problemas e questões acerca da vida e da nossa identidade parecem muito longe. A Academia tornou-se dirigida e os alunos ficaram mais envolvidos nas qualificações, do que na educação. O nosso recente Seminário Meditatio em Ciência tratou desta questão perturbadora na nossa cultura moderna.
Então, não é de surpreender que, onde haja um vazio, surja um novo produto para o preencher. A felicidade agora é muitas vezes apresentada como uma mercadoria que podemos adquirir fazendo um curso, comprando um dispositivo, tomando tempo para subir o Everest ou comprando uma assinatura para mais canais na TV. As secções de estilos de vida dos jornais transbordam de aconselhamento e de espiritualidades de consumo, sobre como obter o máximo proveito da vida. Eles oferecem modelos invejáveis cujos sorrisos dispendiosos nos levam a imitá-los.
Às vezes, até o pobre cristianismo antigo, menos glamoroso mas mais sincero, sugere que ao acreditarmos nisto, desistindo daquilo e, evidentemente, indo à igreja, é o caminho para sermos de novo felizes. Ele pode oferecer no seu conjunto um produto melhor, mas geralmente a sua introdução no mercado só funciona porque é tão ruim. Num mundo de falso glamour e de altos níveis dos media a igreja sobressai por ser, pelo menos, bem, diferente.
Observo que as pessoas progridem quando se lhes dizem que a meditação não resolve os seus problemas. Se estamos em dívida antes de nos sentarmos a meditar ainda estaremos em dívida depois de meditarmos. Talvez estejam a vislumbrar outra razão para fazer algo que não aquela de que se convenceram que era a mais natural. Essa razão convencional é o interesse próprio e a auto realização.
Como é que comercializamos a verdade intemporal de que a felicidade acontece aos que expandem a sua consciência para além do ego, não aumentando o ego? O ego inflacionado em busca da felicidade é o destino mais triste de todos. Como é que nos lembramos do óbvio, que a felicidade acontece àqueles que se preocupam com o bem estar dos outros?
Talvez que os caminhos hábeis que temos tentado ao longo da quaresma tenham aguçado a nossa perceção para essa realidade. Se for o caso, também nos terão ajudado a preparar para o que os próximos dias, no jogo sagrado da época litúrgica, nos irão ensinar sobre o segredo da felicidade.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Hoje em dia fala-se imenso de felicidade. É verdade que, muitas vezes, nós, no mundo desenvolvido, pagamos um alto preço pela nossa riqueza e pelos altos níveis de conforto e conveniência e, frequentemente, a felicidade e a paz de espírito são uma parte do preço.
Fico, muitas vezes, triste pelos estudantes cujas vidas parecem aniquiladas tão cedo pelo stress e ansiedade, ataques de pânico e insónias no seu íngreme percurso para o sucesso. Os dias de lazer académico, quando se tinha tempo para ler por prazer e explorar os nossos próprios problemas e questões acerca da vida e da nossa identidade parecem muito longe. A Academia tornou-se dirigida e os alunos ficaram mais envolvidos nas qualificações, do que na educação. O nosso recente Seminário Meditatio em Ciência tratou desta questão perturbadora na nossa cultura moderna.
Então, não é de surpreender que, onde haja um vazio, surja um novo produto para o preencher. A felicidade agora é muitas vezes apresentada como uma mercadoria que podemos adquirir fazendo um curso, comprando um dispositivo, tomando tempo para subir o Everest ou comprando uma assinatura para mais canais na TV. As secções de estilos de vida dos jornais transbordam de aconselhamento e de espiritualidades de consumo, sobre como obter o máximo proveito da vida. Eles oferecem modelos invejáveis cujos sorrisos dispendiosos nos levam a imitá-los.
Às vezes, até o pobre cristianismo antigo, menos glamoroso mas mais sincero, sugere que ao acreditarmos nisto, desistindo daquilo e, evidentemente, indo à igreja, é o caminho para sermos de novo felizes. Ele pode oferecer no seu conjunto um produto melhor, mas geralmente a sua introdução no mercado só funciona porque é tão ruim. Num mundo de falso glamour e de altos níveis dos media a igreja sobressai por ser, pelo menos, bem, diferente.
Observo que as pessoas progridem quando se lhes dizem que a meditação não resolve os seus problemas. Se estamos em dívida antes de nos sentarmos a meditar ainda estaremos em dívida depois de meditarmos. Talvez estejam a vislumbrar outra razão para fazer algo que não aquela de que se convenceram que era a mais natural. Essa razão convencional é o interesse próprio e a auto realização.
Como é que comercializamos a verdade intemporal de que a felicidade acontece aos que expandem a sua consciência para além do ego, não aumentando o ego? O ego inflacionado em busca da felicidade é o destino mais triste de todos. Como é que nos lembramos do óbvio, que a felicidade acontece àqueles que se preocupam com o bem estar dos outros?
Talvez que os caminhos hábeis que temos tentado ao longo da quaresma tenham aguçado a nossa perceção para essa realidade. Se for o caso, também nos terão ajudado a preparar para o que os próximos dias, no jogo sagrado da época litúrgica, nos irão ensinar sobre o segredo da felicidade.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal