
Sábado da 3ª Semana da Quaresma
A palavra “contemplativo” adquiriu uma grande medida de confiança na nossa cultura. Soa como “não religioso” e, no entanto, refere-se à profunda experiência interior livre de associações pegajosas de conceitos e da imaginação. S. Tomás de Aquino dizia que a contemplação é o simples desfrutar da verdade.
Porém, a palavra contém um sentido muito específico e assente na terra. A contemplação é, ao mesmo tempo, imaterial e totalmente física. “Templum” refere-se ao espaço sobre a terra e sob o céu onde o sacerdote ou o auguro observava e procurava cuidadosamente sinais significativos de mudança no ambiente ou nos animais para sacrifício, A partir destes sinais, ele era capaz de ver a forma como as coisas se estavam a mover e de predizer ou estar preparado para o que quer que acontecesse. “Templo”, originalmente, significava não um edifício, uma corporização sólida do espiritual, mas o espaço aberto onde algo incomensurável e intangível está a tomar forma.
Para o meditante, todavia, com o seu treino contemplativo diário, este espaço aberto, onde a terra e o céu se fundem, está no interior, no templo do coração. As mudanças a partir das quais aprendemos podem ser subtis, imperceptíveis lá dentro; mas, no reino exterior, tornam-se presentes e observáveis.
“Con” (-templação) sugere que este trabalho é o fruto dum esforço conjunto. Por muito vazio que o espaço possa parecer, por muito solitário que possamos sentir-nos, de facto, não estamos sós. O espaço vazio, a pobreza em espírito, da meditação, está a rebentar de potencial e a reluzir de intimidade. O espírito da contemplação perde-se quando construímos demasiadas coisas no espaço aberto. A intimidade requer um lugar espaçoso onde a união possa ocorrer.
A Quaresma é a época para deitar abaixo as construções desnecessárias no templum do coração. Ao princípio, é difícil largar, abrir mão, desconstruir e tornar-se interiormente espaçoso, novamente. Mas, depois de termos provado um pouco, não queremos parar.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
A palavra “contemplativo” adquiriu uma grande medida de confiança na nossa cultura. Soa como “não religioso” e, no entanto, refere-se à profunda experiência interior livre de associações pegajosas de conceitos e da imaginação. S. Tomás de Aquino dizia que a contemplação é o simples desfrutar da verdade.
Porém, a palavra contém um sentido muito específico e assente na terra. A contemplação é, ao mesmo tempo, imaterial e totalmente física. “Templum” refere-se ao espaço sobre a terra e sob o céu onde o sacerdote ou o auguro observava e procurava cuidadosamente sinais significativos de mudança no ambiente ou nos animais para sacrifício, A partir destes sinais, ele era capaz de ver a forma como as coisas se estavam a mover e de predizer ou estar preparado para o que quer que acontecesse. “Templo”, originalmente, significava não um edifício, uma corporização sólida do espiritual, mas o espaço aberto onde algo incomensurável e intangível está a tomar forma.
Para o meditante, todavia, com o seu treino contemplativo diário, este espaço aberto, onde a terra e o céu se fundem, está no interior, no templo do coração. As mudanças a partir das quais aprendemos podem ser subtis, imperceptíveis lá dentro; mas, no reino exterior, tornam-se presentes e observáveis.
“Con” (-templação) sugere que este trabalho é o fruto dum esforço conjunto. Por muito vazio que o espaço possa parecer, por muito solitário que possamos sentir-nos, de facto, não estamos sós. O espaço vazio, a pobreza em espírito, da meditação, está a rebentar de potencial e a reluzir de intimidade. O espírito da contemplação perde-se quando construímos demasiadas coisas no espaço aberto. A intimidade requer um lugar espaçoso onde a união possa ocorrer.
A Quaresma é a época para deitar abaixo as construções desnecessárias no templum do coração. Ao princípio, é difícil largar, abrir mão, desconstruir e tornar-se interiormente espaçoso, novamente. Mas, depois de termos provado um pouco, não queremos parar.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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