
Sábado da 5ª Semana da Quaresma
Outro segredo de felicidade sem sentido: ´Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra’. Se há algo que parece sugerir como as pessoas religiosas estão fora do mundo este dito pode ser um deles.
O manso deixa que o forte lhe ponha os pés em cima. A não-violência pode ser um belo e heroico ideal mas não destrói o mal. A terra que o humilde herda é um terreno baldio que o seu opressor abandonou porque não consegue extrair nada dele. O que é que, no mundo real, significa esta Bem-Aventurança?
Pensei muitas vezes nisto ao visitar países cheios de corrupção política e financeira e de violência endémica. Muitas vezes o caráter nacional parece tudo menos corrupto e violento. Pode ser aparentemente amável e generoso e ter mais coisas para celebrar na vida do que explorar e roubar. A mansidão – se é isto que significa – parece torná-los perigosamente vulneráveis em relação àqueles que são insensíveis e egoístas.
E, ‘herdarão a terra’. Talvez esta seja a chave para compreender o que é a mansidão. Não possuir nem conquistar, mas herdar. Herdamos coisas depois de uma morte. Elas chegam às nossas mãos pela vontade do proprietário anterior ou pela linha de sucessão. Os mansos passaram pelo corredor da morte. O que eles herdam – a terra – pode parecer o mesmo para aqueles que ainda não morreram. Mas, para aqueles que morreram e entram na sua herança, a terra parece e é bem diferente.
Dizem que os primeiros colonos brancos na Austrália acharam fácil tirar a terra aos nativos porque eles, os aborígenes, não tinham o sentido da propriedade individual. Parecia inconcebível possuir a terra porque a terra e o povo se possuíam entre si.
Para que coisas morreram os mansos ou – talvez nalguns casos – nunca conheceram? Devem ter sido as mesmas atitudes e comportamentos que justamente tornaram os mansos tão vulneráveis – orgulho, ganância, inveja, dureza de coração, apetite pela violência. Tudo o que faz com que a guerra na Síria continue para além da razão e apesar dos esforços de bons negociadores e, claro, apesar dos mortos, mutilados, deslocados e dos refugiados.
As cidades são libertadas mas, no processo, tornam-se inabitáveis. Os que um dia as vão herdar e reconstruir a civilização terão morrido para a autodestruição dos que se aproveitam da mansidão porque apenas veem nela fraqueza.
Pensem nisto ao refletirem como Jesus atravessou a sua Paixão e deu à humanidade um novo modo de ver a terra – uma visão que ainda luta pela aceitação.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Outro segredo de felicidade sem sentido: ´Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra’. Se há algo que parece sugerir como as pessoas religiosas estão fora do mundo este dito pode ser um deles.
O manso deixa que o forte lhe ponha os pés em cima. A não-violência pode ser um belo e heroico ideal mas não destrói o mal. A terra que o humilde herda é um terreno baldio que o seu opressor abandonou porque não consegue extrair nada dele. O que é que, no mundo real, significa esta Bem-Aventurança?
Pensei muitas vezes nisto ao visitar países cheios de corrupção política e financeira e de violência endémica. Muitas vezes o caráter nacional parece tudo menos corrupto e violento. Pode ser aparentemente amável e generoso e ter mais coisas para celebrar na vida do que explorar e roubar. A mansidão – se é isto que significa – parece torná-los perigosamente vulneráveis em relação àqueles que são insensíveis e egoístas.
E, ‘herdarão a terra’. Talvez esta seja a chave para compreender o que é a mansidão. Não possuir nem conquistar, mas herdar. Herdamos coisas depois de uma morte. Elas chegam às nossas mãos pela vontade do proprietário anterior ou pela linha de sucessão. Os mansos passaram pelo corredor da morte. O que eles herdam – a terra – pode parecer o mesmo para aqueles que ainda não morreram. Mas, para aqueles que morreram e entram na sua herança, a terra parece e é bem diferente.
Dizem que os primeiros colonos brancos na Austrália acharam fácil tirar a terra aos nativos porque eles, os aborígenes, não tinham o sentido da propriedade individual. Parecia inconcebível possuir a terra porque a terra e o povo se possuíam entre si.
Para que coisas morreram os mansos ou – talvez nalguns casos – nunca conheceram? Devem ter sido as mesmas atitudes e comportamentos que justamente tornaram os mansos tão vulneráveis – orgulho, ganância, inveja, dureza de coração, apetite pela violência. Tudo o que faz com que a guerra na Síria continue para além da razão e apesar dos esforços de bons negociadores e, claro, apesar dos mortos, mutilados, deslocados e dos refugiados.
As cidades são libertadas mas, no processo, tornam-se inabitáveis. Os que um dia as vão herdar e reconstruir a civilização terão morrido para a autodestruição dos que se aproveitam da mansidão porque apenas veem nela fraqueza.
Pensem nisto ao refletirem como Jesus atravessou a sua Paixão e deu à humanidade um novo modo de ver a terra – uma visão que ainda luta pela aceitação.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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