
Segunda-feira da 2ª. Semana
Acabo de regressar de alguns dias sozinho na Ilha de Bere. O tempo esteve glorioso. Como não rezamos o Glória na Missa, durante a Quaresma, o tempo fazia-o por nós. A luz do sol e a súbita emergência da cor e dos aromas pré-primaveris, alguns narcisos precoces, ventos suaves, mar calmo e uma maravilhosa mudança contínua em contraste. É difícil de acreditar que as tempestades tenham estado a flagelar estas costas durante semanas, antes de se deslocarem para o resto da Europa. Ou que hajam aqui pessoas em doloroso luto e encarando uma cadeira vazia, vivendo com a ausência dum parceiro de mais de trinta anos.
Por um lado, temos que aceitar o clima glorioso, respirá-lo e vir para a rua caminhar, dure ele o que durar, e desapegar-nos dele quando a chuva voltar amanhã. Agora, sabemos sempre quanto tempo vai durar. Talvez seja mais fácil estar no momento e manter-se plenamente desperto quando não se está a olhar para as previsões. Por outro lado, temos que abrir mão dum companheiro, encarar o futuro sem ele(a) e, mesmo assim, crescer na crescente sensação da sua presença. De um lado e do outro, trata-se de desapego e duma redescoberta do carácter de dom das coisas, o fluxo da realidade que não podemos congelar e descongelar como quisermos.
Lugares simples como a Ilha de Bere – espero que tenham os vossos e não digam simplesmente aos outros para terem os seus – não são fugas à realidade. São formas profundas, plenamente humanas e fundamentais de viver no momento, mas com um sentido da glória da vida que engloba tudo. Nessa consciência, nenhum estado do clima é mau. Mas quando o clima está mesmo mau e pensamos “como é que as pessoas suportam isto”, sabemos a resposta.
Ouvi dizer que o grupo de meditação que se reúne aqui todas as semanas, faça sol ou faça chuva, tem agora algumas crianças a participar nele. Que a vossa Quaresma esteja a ser para vós um tempo como este.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Acabo de regressar de alguns dias sozinho na Ilha de Bere. O tempo esteve glorioso. Como não rezamos o Glória na Missa, durante a Quaresma, o tempo fazia-o por nós. A luz do sol e a súbita emergência da cor e dos aromas pré-primaveris, alguns narcisos precoces, ventos suaves, mar calmo e uma maravilhosa mudança contínua em contraste. É difícil de acreditar que as tempestades tenham estado a flagelar estas costas durante semanas, antes de se deslocarem para o resto da Europa. Ou que hajam aqui pessoas em doloroso luto e encarando uma cadeira vazia, vivendo com a ausência dum parceiro de mais de trinta anos.
Por um lado, temos que aceitar o clima glorioso, respirá-lo e vir para a rua caminhar, dure ele o que durar, e desapegar-nos dele quando a chuva voltar amanhã. Agora, sabemos sempre quanto tempo vai durar. Talvez seja mais fácil estar no momento e manter-se plenamente desperto quando não se está a olhar para as previsões. Por outro lado, temos que abrir mão dum companheiro, encarar o futuro sem ele(a) e, mesmo assim, crescer na crescente sensação da sua presença. De um lado e do outro, trata-se de desapego e duma redescoberta do carácter de dom das coisas, o fluxo da realidade que não podemos congelar e descongelar como quisermos.
Lugares simples como a Ilha de Bere – espero que tenham os vossos e não digam simplesmente aos outros para terem os seus – não são fugas à realidade. São formas profundas, plenamente humanas e fundamentais de viver no momento, mas com um sentido da glória da vida que engloba tudo. Nessa consciência, nenhum estado do clima é mau. Mas quando o clima está mesmo mau e pensamos “como é que as pessoas suportam isto”, sabemos a resposta.
Ouvi dizer que o grupo de meditação que se reúne aqui todas as semanas, faça sol ou faça chuva, tem agora algumas crianças a participar nele. Que a vossa Quaresma esteja a ser para vós um tempo como este.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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