
Sexta-feira da 2ª. Semana da Quaresma
João o Solitário – o famoso – disse que há vários níveis de silêncio. A nossa própria prática de meditação diária irá revelá-los pouco a pouco. Não adianta imaginá-los ou antecipá-los, mas o pequeno esquema que ele oferece poderá ser útil e ajudar-nos a perseverar sempre que nos sentirmos desanimados ou bloqueados. É sempre bom lembrarmo-nos que podemos esperar mais.
O primeiro nível de silêncio é o da língua. S. Tiago refere-se a isso quando exorta os seus primeiros companheiros cristãos a conterem o seu discurso. A língua, diz ele, é como um leme, muito pequena mas determinante para a direção que tomamos. É por demais evidente que devemos controlar o nosso discurso quando temos vontade de dizer algo de violento, agressivo ou rancoroso, seja direta ou disfarçadamente. É difícil porque gostamos de aliviar o nosso peito desses sentimentos raivosos. Mas as palavras ditas com raiva e com intenção de magoar (porque a outra pessoa o merece) caiem na mesma armadilha de sempre. Nunca conseguem o que prometem e pioram sempre a situação.
Há, no entanto, outro tipo de contenção do discurso. A maior parte dos nossos enunciados são sem sentido, não significam aquilo que dizem. Resultam, muitas vezes, da necessidade de preencher o embaraço do silêncio e são, normalmente, bastante comuns. Não quero dizer com isto que deveríamos estar sempre a falar de coisas sublimes; mas deveríamos tentar comunicar sempre algo de útil, significativo ou real. A conversa vazia é o equivalente verbal da promiscuidade. Controlar a língua, saber quando se deve começar a falar e quando se deve parar é como ser casto.
Quando nos sentamos a meditar, o primeiro passo a seguir é parar de falar, nem sequer mover os nossos lábios ao dizer o mantra. Às vezes com as crianças dizemos o mantra alto umas vezes, baixando progressivamente o tom, mas elas descobrem rapidamente que podem recitá-lo silenciosa e interiormente. Isso é um grande alívio porque muitas vezes não realizamos como a nossa maneira de falar pode ser indisciplinada e superficial, e com que frequência resvalamos para a fofoquice. Descansar a língua liberta a mente para se mover em direção ao coração.
Mas primeiro temos que lidar com o que está a perturbar o outro nível onde o silêncio tem algo mais a ensinar-nos.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
João o Solitário – o famoso – disse que há vários níveis de silêncio. A nossa própria prática de meditação diária irá revelá-los pouco a pouco. Não adianta imaginá-los ou antecipá-los, mas o pequeno esquema que ele oferece poderá ser útil e ajudar-nos a perseverar sempre que nos sentirmos desanimados ou bloqueados. É sempre bom lembrarmo-nos que podemos esperar mais.
O primeiro nível de silêncio é o da língua. S. Tiago refere-se a isso quando exorta os seus primeiros companheiros cristãos a conterem o seu discurso. A língua, diz ele, é como um leme, muito pequena mas determinante para a direção que tomamos. É por demais evidente que devemos controlar o nosso discurso quando temos vontade de dizer algo de violento, agressivo ou rancoroso, seja direta ou disfarçadamente. É difícil porque gostamos de aliviar o nosso peito desses sentimentos raivosos. Mas as palavras ditas com raiva e com intenção de magoar (porque a outra pessoa o merece) caiem na mesma armadilha de sempre. Nunca conseguem o que prometem e pioram sempre a situação.
Há, no entanto, outro tipo de contenção do discurso. A maior parte dos nossos enunciados são sem sentido, não significam aquilo que dizem. Resultam, muitas vezes, da necessidade de preencher o embaraço do silêncio e são, normalmente, bastante comuns. Não quero dizer com isto que deveríamos estar sempre a falar de coisas sublimes; mas deveríamos tentar comunicar sempre algo de útil, significativo ou real. A conversa vazia é o equivalente verbal da promiscuidade. Controlar a língua, saber quando se deve começar a falar e quando se deve parar é como ser casto.
Quando nos sentamos a meditar, o primeiro passo a seguir é parar de falar, nem sequer mover os nossos lábios ao dizer o mantra. Às vezes com as crianças dizemos o mantra alto umas vezes, baixando progressivamente o tom, mas elas descobrem rapidamente que podem recitá-lo silenciosa e interiormente. Isso é um grande alívio porque muitas vezes não realizamos como a nossa maneira de falar pode ser indisciplinada e superficial, e com que frequência resvalamos para a fofoquice. Descansar a língua liberta a mente para se mover em direção ao coração.
Mas primeiro temos que lidar com o que está a perturbar o outro nível onde o silêncio tem algo mais a ensinar-nos.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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