
Sexta-feira da 4ª Semana
Há uma passagem bastante negra do Livro da Sabedoria, na Bíblia, que expressa a atitude cínica e destrutiva dum homem que perdeu a esperança. “Breve e triste é a nossa vida, não há remédio algum quando chega a morte. E também não se conhece ninguém que tenha regressado do mundo dos mortos.” (Sb 2:1) Deste coração desesperadamente triste e amargo, surge a crueldade – o desejo de magoar e de derrubar o homem virtuoso, especialmente do virtuoso que tinha esperança e via promessa na vida.
No filme “A Queda” mostra-se os últimos dias de Hitler arrastando-se no seu bunker, em Berlim, irado pela inevitabilidade da derrota total, culpando o mundo. Está determinado a arrastar consigo tantas pessoas quanto possível, por muito inocentes que sejam ou por muito inútil que possa ser o seu sacrifício. Porém, vemos nele, também, ardentes momentos de dor humana, de sensação de abandono e de completa solidão acompanhando a sua queda na absoluta escuridão, em que é impossível não sentir empatia. Para alguns críticos do filme, isto era ser indulgente com o monstro, evitando retratar o puro mal, fazendo o inumano parecer humano.
No entanto, quando demasiadas vezes lemos notícias sobre um adolescente americano transtornado disparando desvairadamente no seu liceu, não estaremos a confrontar-nos com o mesmo mistério de iniquidade descrito no Livro da Sabedoria ou na história dos tiranos? Sentimo-nos traumatizados pelos ataques, pela perda de vidas inocentes, pela dor dos pais. Mas a razão inexprimível para uma tal crueldade, essa abissal tristeza e falta de amor traz-nos ao fio da navalha da autocompreensão humana, à beira da falésia que separa a justiça da misericórdia.
Dentro de poucos dias, revivendo a Paixão de Cristo, iremos mergulhar nesta questão tão escura do pecado e da graça. Teremos que ser guiados por um versículo posterior do Livro da Sabedoria: “Ignoram os desígnios secretos de Deus”. Há experiências plenas de escuridão, onde a ausência de compaixão e sabedoria é aterradora. Porém, estes são lugares que nos conduzem a um Deus de misericórdia, para além da nossa imaginação social.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Há uma passagem bastante negra do Livro da Sabedoria, na Bíblia, que expressa a atitude cínica e destrutiva dum homem que perdeu a esperança. “Breve e triste é a nossa vida, não há remédio algum quando chega a morte. E também não se conhece ninguém que tenha regressado do mundo dos mortos.” (Sb 2:1) Deste coração desesperadamente triste e amargo, surge a crueldade – o desejo de magoar e de derrubar o homem virtuoso, especialmente do virtuoso que tinha esperança e via promessa na vida.
No filme “A Queda” mostra-se os últimos dias de Hitler arrastando-se no seu bunker, em Berlim, irado pela inevitabilidade da derrota total, culpando o mundo. Está determinado a arrastar consigo tantas pessoas quanto possível, por muito inocentes que sejam ou por muito inútil que possa ser o seu sacrifício. Porém, vemos nele, também, ardentes momentos de dor humana, de sensação de abandono e de completa solidão acompanhando a sua queda na absoluta escuridão, em que é impossível não sentir empatia. Para alguns críticos do filme, isto era ser indulgente com o monstro, evitando retratar o puro mal, fazendo o inumano parecer humano.
No entanto, quando demasiadas vezes lemos notícias sobre um adolescente americano transtornado disparando desvairadamente no seu liceu, não estaremos a confrontar-nos com o mesmo mistério de iniquidade descrito no Livro da Sabedoria ou na história dos tiranos? Sentimo-nos traumatizados pelos ataques, pela perda de vidas inocentes, pela dor dos pais. Mas a razão inexprimível para uma tal crueldade, essa abissal tristeza e falta de amor traz-nos ao fio da navalha da autocompreensão humana, à beira da falésia que separa a justiça da misericórdia.
Dentro de poucos dias, revivendo a Paixão de Cristo, iremos mergulhar nesta questão tão escura do pecado e da graça. Teremos que ser guiados por um versículo posterior do Livro da Sabedoria: “Ignoram os desígnios secretos de Deus”. Há experiências plenas de escuridão, onde a ausência de compaixão e sabedoria é aterradora. Porém, estes são lugares que nos conduzem a um Deus de misericórdia, para além da nossa imaginação social.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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