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Reflexões para a Quaresma 2017

                                                                       .     
​LAURENCE FREEMAN OSB 

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Domingo de Páscoa

15/4/2017

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Domingo de Páscoa
 
Durante quarenta dias e quarenta noites – e mais – temos estado no deserto. E agora, no Dia de Páscoa, ao nascer o Sol, deixámos a parte mais difícil para trás.
 
A forma como vemos o deserto está agora transformada. Vemos as mesmas coisas, as rotinas da vida continuam como antes, as árvores e as nuvens são o que eram anteriormente, os políticos e os banqueiros, os artistas, os terapeutas e os monges fazem o seu trabalho como antes. As fraldas ainda precisam de ser mudadas e os depósitos de gasolina precisam de ser encheidos. A peregrinação da meditação de manhã e à tardinha continua.
 
Mas a nossa Ressurreição – e ela é nossa não menos do que d’Ele – mudou a forma como vemos a vida neste reino da existência. O véu entre nós e todos os outros reinos do Cosmos está agora reluzente.
 
Se ainda temos medo, não precisamos de o ter. Se ainda estamos agarrados ao ressentimento, não precisamos de estar. Para mudarmos completamente, só precisamos de olhar para Ele; não de ouvir falar d’Ele ou de conversar sobre Ele, mas de vê-Lo. É Ele quem faz a Nova Criação reluzir.
 
“Para quem quer que esteja unido a Cristo, há uma Nova Criação.”
 
Foi bom viajar pelo deserto convosco nesta Quaresma. É bom agora ver convosco como reconhecemos o Cristo Ressuscitado em todas as coisas reluzentes da vida.
 
Há três dias, demos início ao processo formal de mudança para Bonnevaux, a nossa nova casa e centro em França. No Verão, esperamos começar a mudança e dar início às obras de renovação.
 
Espero com entusiasmo ver o Cristo reluzente convosco lá em Bonnevaux um dia. Por favor, tragam este novo passo para uma nova vida da nossa comunidade no vosso coração.
 
Páscoa Feliz e muitas bênçãos para todos os dias que aí vêm.


​Com amor,
Laurence


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Sábado Santo

15/4/2017

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Sábado Santo
 
A morte é sempre dramática. É a suprema clausura. Os dias seguintes à morte podem ser tudo menos dramáticos. São muitas vezes banais e sem cor, o início de uma lenta e imparável depressão. Os que se sentem deixados para trás nesta praia deserta da existência começam a adaptar-se ao espaço desocupado, ao vazio que lhes deixou a pessoa que amavam. A sua vida anteriormente girava à volta dessa pessoa em formas das quais eles só tinham meia consciência até aí, e a profundidades dentro de si mesmos que nunca tinham notado antes.
 
Este deve ter sido o caso dos que foram pessoalmente surpreendidos pela morte de Jesus na Cruz. Os que por ali estavam e a multidão sedenta de sangue esqueceram-se d’Ele rapidamente, apenas mais uma vítima dos tempos violentos em que viviam. A Sua família e amigos terão andado para trás e para a frente num espectro variando desde a vergonha e culpa até ao desapontamento, medo e raiva.
 
Precisamos deste tempo para chorar e lamentar e ocasionalmente desesperar ou exprimir raiva. O Sábado Santo simboliza este tempo, uma bacia hidrográfica sem água, uma ponte quebrada a meio, uma cadeira vazia, uma cama semi-ocupada.
 
De qualquer modo, isto é verdade na superfície. Mas, a partir das profundezas submersas, ouvimos o míssil do Espírito de Cristo a penetrar todas as mais escondidas, esquecidas e enterradas camadas da consciência. Elas estão presentes em nós, se ao menos soubéssemos, desde o início da evolução do humano. Mas nós preferimos não o saber porque iria confundir-nos saber quantos estágios do desenvolvimento pré-humano ainda permanecem em nós, quantos antepassados temos.
 
Enquanto o Jesus ainda não ressuscitado cruza o inferno, nós esperamos o seu ressurgimento no reino humano, onde nos reconhecemos a nós mesmos. Mas será que O vamos reconhecer ressuscitado? Em breve iremos ver como nós mudámos, como as pesadas correntes estão mais leves, afrouxadas se as quisermos testar. Iremos começar, durante os próximos séculos, a sentir como uma nova paz substitui os velhos medos, uma nova delicadeza a violência ancestral. Iremos ver conexões a crescer entre o pré-consciente e o consciente. Percepções profundas sobre justiça, liberdade e dignidade humanas, religião e relacionamentos humanos, emergem a partir desta nova consciência à medida que o humano é compreendido à luz da sua origem e meta.
 
Mas será que O vamos reconhecer ressuscitado? A Ele que disse: “vós e Eu formamos uma pessoa indivisa”?


Com amor,
Laurence


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Sexta-feira Santa

14/4/2017

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Sexta-feira Santa
 
Lembram-se de Quarta-feira de Cinzas, o início da Quaresma?
 
Sexta-feira Santa (ou Boa, como é referida na Língua Inglesa - NT) é o fim da linha que temos vindo a seguir desde então. Precisamos de sentir o seu aspeto de ser um final por forma a entrar no epílogo que é um novo começo.
 
Muitos dos que se recordam porque é que é um feriado oficial mas que habitualmente não aparecem na igreja vêm à igreja para a celebração especial. Como acontece com os judeus não praticantes no Yom Kippur, sentem uma mística religiosa que não pode ser ignorada e exige uma certa dose de devoção ou de reconhecimento.
 
É por isso que chamamos Boa a esta Sexta-feira. O que é que ela tem de bom? Um homem bom e grande mestre é preso em segredo, arrastado a um rápido e falso julgamento, rejeitado pelo Seu povo, abandonado pelos Seus amigos, crucificado por uma força inimiga de ocupação. Morre na Cruz com a Sua Mãe e uma mão-cheia de amigos aos pés. 
 
Porque é que mais um tão trágico desperdício e fracasso merecem ser chamados de bons? Porque é que nos pomos em fila, os grandes e os pequenos de entre nós, para beijar a cruz em silêncio na hora nona, as três da tarde, hoje, alinhando-nos em solidariedade com a sua silenciosa vítima e a Sua humilhação?
 
Será que vemos as cruzes mais pequenas das nossas próprias vidas dentro desta grande e despida Cruz que lança a sua sombra sobre o mundo, unificando o seu sofrimento colectivo no seu anónimo abraço? Na simplificação deste símbolo unificador, será que não encontramos uma cura para a depressão, uma redenção do isolamento e da solidão em que a morte, o sofrimento, a rejeição, o fracasso e a humilhação repetidamente nos fazem mergulhar?
 
“Tudo está consumado”, disse Jesus, um dos Seus sete ditos na Cruz. É um alívio sentir que o pior já passou. Deste alívio, mesmo no beco sem saída, vem uma esperança. Por alguma coisa que ainda nem sequer conseguimos imaginar.
 
Por uma vez, o silêncio é fácil.


Com amor,
Laurence


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​Quinta-feira Santa

13/4/2017

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​Quinta-feira Santa
 
Bede Griffiths era um grande defensor do Concílio Vaticano II. No entanto, havia uma frase num dos seus documentos de que ele discordava, a qual dizia que “a fonte e cume” da vida da Igreja é a Eucaristia. Ele amava a Eucaristia e celebrava-a de forma muito bela, todos os dias no seu ashram beneditino na Índia. Mas sentia que era melhor teologia dizer que a fonte e o cume da Igreja é o Espírito Santo. 
 
As diferentes implicações de cada versão são enormes. Se for a Eucaristia, que é um sacramento cuja forma de celebração as autoridades eclesiásticas controlam, isso significa que a fonte e cume da Igreja estão dependentes das leis e dos legisladores da Igreja. Mas se dissermos que o Espírito Santo é a fonte e cume - bem, que grande quantidade de perigosa liberdade isso liberta. “Onde está Espírito, aí está a liberdade”.
 
Hoje, Quinta-feira Santa, nós recordamos – nós fazemos presente através dum ato concentrado de chamar de novo à memória – o momento em que Jesus tomou o pão e o vinho e lhes chamou o Seu corpo e sangue. Estava reclinado sobre a mesa para a refeição da Páscoa Judaica com os Seus companheiros, não em pé por trás dum altar. O ritual ancestral desta transmissão viva de sabedoria era também uma refeição para amigos e família. A refeição foi aberta com um evento surpreendente e para alguns chocante, quando Jesus insistiu em lavar os pés dos Seus discípulos, aos quais chamava Seus amigos, não Seus servos ou discípulos. Esta reversão da hierarquia espelha a mudança que tem lugar no que se tornou a refeição de ágape das primeiras igrejas cristãs domésticas e, por fim, no sacramento mais formal da Eucaristia. O protocolo sacrificial foi virado do avesso; não era, como é costume com os sacrifícios, oferecido pelo sacerdote a Deus em nome do povo. O sacrifício era a pessoa que o oferecia e era auto-oferecido às pessoas à volta da mesa, a nenhuma das quais era recusado o pão e o vinho. Até mesmo o próprio Judas não foi excluído, pois não?
 
Se não abordarmos a Eucaristia conscientes desta radical reversão de papéis e desta inesperada viragem na arquetípica ideia de sacrifício podemos facilmente transformá-la em mais um ritual religioso, afirmando a identidade de grupo, com papéis previsíveis executados em frente a uma audiência passiva. Tristemente é o que com frequência acontece. Isso faz perder a sua natureza mística. Uma forma de resgatar o nutritivo valor espiritual e o transformador poder da Missa desta banalização é revelar a sua dimensão contemplativa – adicionar silêncio, partilhar as leituras nos dois sentidos e não apenas de cima para baixo a partir do púlpito; e meditar depois do mais alto momento místico, depois de o pão e o vinho terem sido consumidos.
 
Algumas igrejas cristãs minimizam a importância da Eucaristia, outras têm-na sobre-explorado à custa de outros aspetos da oração cristã. A minha própria experiência tem sido a de ao longo dos anos ter vindo a amor e a crescer em maravilha face ao mistério sempre fresco da Eucaristia. Quanto mais a partilho de forma contemplativa, dedicando-lhe tempo suficiente, lazer sagrado, escutando as leituras e partindo a Palavra como partimos o pão, ligando a presença real no pão e vinho à mesma presença no coração de cada pessoa presente, mais ela toca e satisfaz a minha fome e sede espiritual. É meditação tornada visível.


Com amor,
Laurence


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​Quarta-feira Santa

12/4/2017

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​Quarta-feira Santa
 
Jesus foi popular por algum tempo e depois foi rejeitado. Ele parece nunca ter cortejado a multidão, tendo apenas amado as pessoas comuns que Ele achava serem maltratadas, diminuídas e manipuladas pelos seus líderes. Tal como um eleitorado ocidental dos tempos modernos, as pessoas projetaram a sua esperança por um líder forte n’Ele por um curto tempo. O sucesso cria sucesso. Quanto mais as pessoas elogiam, mais a onda de popularidade acelera o seu movimento. Mas depois colapsa-se num embate como aconteceu com Ele. 
 
O populismo dos tempos modernos, que é tão volátil como qualquer multidão sempre foi, cresce e atira ao chão os seus grandes líderes assim que fracassam no cumprimento dos seus sonhos. O amor pode se transformar em ódio tão rapidamente na política como no amor romântico.
 
Jesus rasga o mito do líder forte que habitualmente necessita de criar um mito à sua volta e sobre si mesmo. É o mito que leva à auto-corrupção. Jesus é um líder incorrupto que não finge ser o que não é. Ele, cuidadosa e cautelosamente, revela a plena verdade sobre Si próprio porque é tão facilmente mal citada e explorada.
 
No evangelho de hoje, à medida que nos aproximamos do clímax da história, é-nos dado outro ângulo do tema central da traição. Na leitura de Isaías, é-nos dada um entendimento inesperado da natureza do servo sofredor que é suposto liderar-nos para uma vida melhor através dos paradoxos do fracasso e da rejeição. Este entendimento profundo lança luz sobre o mistério. Por estranho e ofensivo que possa parecer, o grande líder é um servo que sofre e um mestre que é um discípulo.
 
“O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos.”
 
Ele tem vindo a falar-nos isto de Si próprio o tempo todo. “Pois Eu não tenho falado com base na Minha própria autoridade, mas o próprio Pai que Me enviou ordenou-Me o que Eu deveria dizer e sobre o que deveria falar… O Meu ensinamento não é Meu. Vem d’Aquele que Me enviou.” Este não parece o Cristo da Capela Sistina ou o severo Pantocrator (“Todo-poderoso”) da imaginação posterior. É o oposto do ego inflado do grande líder.
 
A moderna teoria da Gestão tende a pôr de lado a ideia do grande líder, preferindo um modelo mais corporativo e colaborativo. Se é que algum modelo o pode fazer, este assenta melhor em Jesus. Ele quer dar poder àqueles que lidera e mostrar o caminho e abrir o trilho pelo exemplo em vez de pela coerção. Ele é o tipo de líder que transforma a paisagem em que trabalha, para abrir novos horizontes e para liderar por uma força de inspiração interiorizada pela sua equipa em vez de imposta de fora.
 
Esta não é a forma como a Igreja sempre entendeu este assunto; e não é um modelo fácil de seguir para ninguém. O poder seduz-nos a todos. É por isso que a Igreja é mais parecida com Jesus quando está com mais falta de ego.
 
Se pudermos ser fiéis a esta verdade sobre Ele, podemos confiadamente segui-Lo onde quer que Ele conduza.

Com amor,
Laurence


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Terça-feira Santa

11/4/2017

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Terça-feira Santa
 
No evangelho de hoje (Jo 13:21-38), S. João descreve a discussão da traição que teve lugar na Última Ceia. Precisamos de recordar esse lado escuro da história se quisermos reconhecer a luz que nasce no final da história. É tão perturbador para nós como Iago, o corruptor e traidor no Otelo de Shakespeare, o é para os espectadores desta peça. No final da peça, depois de ter destruído o seu mestre, Iago é denunciado e condenado, mas recusa-se a explicar os seus motivos. Diz apenas: “Não me exijais nada. O que sabeis, sabeis. / A partir deste momento, nunca mais direi mais uma palavra.” Se quisermos encontrar significado, temos que o procurar mais profundamente do que nos meros motivos. A verdade deste mistério não se encontra em explicações.
 
Na leitura de hoje de Isaías somos recordados da identificação de Jesus com a ancestral figura profética, de facto arquetípica do sofredor servidor e do ferido curador. Isaías diz:
           
… prestai atenção, povos de longe.
O Senhor chamou-me desde o ventre materno,
desde o seio de minha mãe Ele pronunciou o meu nome.
 
O segredo de que estamos à procura é sempre o da nossa origem. Quem sou eu? De onde venho? E, só depois, “porquê?” Mas, tal como a resposta sobre a nossa origem reside num estado pré-linguístico, antes de termos nascido, também a questão do significado está no silêncio que se segue à linguagem.
 
Tal como a nossa, a história de Jesus entra no tempo com a Sua concepção e nascimento, com o corpo que se formou num ventre e que foi depois empurrado para fora, para o mundo, A mesma história, tal como a nossa, termina com o Seu último suspiro e sepultamento, quando Ele foi empurrado de novo para o ventre da mãe terra. Em nenhuma tradição de fé o corpo é mais importante. É verdade que os moralistas cristãos ocidentais muitas vezes lhe deram uma avaliação ao nível de lixo. Este estava cheio de tentações e de impulsos. Estes iam contra a ideia de santidade, que estava, ela própria, tão afastada da visão de plenitude que o angélico, estado sem corpo, parecia ser mais elevado.
 
Havia exceções, como qualquer teologia da Encarnação tornaria inevitável. O puritano impulso gnóstico no Cristianismo nunca conseguiu denegrir totalmente o corpo. Jesus foi ressuscitado “no corpo”. “Na minha carne verei a Deus.” Os anjos estavam mais perto de Deus, mas nós éramos mais semelhantes a Deus “porque tínhamos um corpo”. E assim, em Jesus, também Deus o tinha. N’Ele, também, Deus chorou, cansou-Se e impacientou-Se, bebeu vinho e amou, foi traído e sofreu. 
 
Outras tradições de sabedoria levam o corpo mais a sério como um instrumento de desenvolvimento espiritual. O Ioga, o Tai Chi e o Tantra têm uma sabedoria prática, baseada-no-corpo que a espiritualidade cristã tem geralmente subvalorizado. Mas as tradições asiáticas, embora também concebendo algum tipo de transformação, tendem a ver o corpo físico como uma embalagem, um veiculo, um agregado que se dissolve de volta nos seus elementos. O corpo de Jesus, evolui para o Corpo de Cristo. Evolui através da ressurreição que revela o destino corporal de cada um de nós. Temos um corpo espiritual para o encontro com o qual devemos ir animadamente. Mas, como diz Teilhard de Chardin, “o espírito é matéria incandescente”. Iremos brilhar e seremos encarnados para a eternidade.
 
Soa bem. Mas então, quem é que sabe com certeza, até que saibamos? Por agora refletimos em Jesus enquanto uma pessoa corporal: tal como nós ancorado no mundo e no momento presente por meio de um corpo mutável que não funciona como uma máquina e que é sempre a nossa interface com a mais profunda natureza da realidade.


Com amor,
Laurence


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Segunda-feira Santa

10/4/2017

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Segunda-feira Santa
 
Recentemente, estava eu no teatro e a meio do primeiro ato deixaram entrar uma retardatária. Causou uma consternação geral ao abrirmos caminho para ela se espremer e passar por toda a gente até chegar ao seu lugar no meio da fila. Depois de começar o espetáculo, devíamos tentar manter a nossa atenção focada porque é o fluxo ininterrupto de eventos que conduz à plenitude da nossa resposta quando se atinge o clímax e cai o pano… e sobe de novo. O mesmo se aplica à Semana Santa. Se nos distrairmos do passo cada vez mais acelerado da história, não desperdicemos um momento com queixumes mas restauremos da nossa atenção ao seu foco.
 
Ao olhar várias pinturas da Última Ceia recentemente, reparei nas diferentes formas em que Judas é posicionado. No famoso mural de Leonardo, ele está sentado, com um aspeto muito criminoso, em quinto lugar contando da esquerda, segurando um revelador saco de dinheiro (Pedro segura a adaga com que mais tarde irá cortar a orelha do servo do Sumo Sacerdote). No quadro de Ghirlandaio, Judas está sentado sozinho de frente para o resto do grupo. Em algumas pinturas, Judas é estereotipado como o que parece mais judeu de todos. Geralmente, Judas é salientado como uma figura isolada e pouco atraente, embora na narrativa ele tenha a mais forte e até misteriosa intimidade com Jesus, que sabe o que ele vai fazer e que tranquilamente lhe diz que trate do que tem a fazer. (“A noite tinha caído.”)
 
As faces revelam e expõe-nos. Reconhecemos com felicidade uma cara conhecida no meio da multidão de pessoas à espera nas chegadas do aeroporto. De repente, a multidão de estranhos dissolve-se à medida que uma cara sorridente e uma onda amistosa afastam o anonimato que constitui a parte pior de viajar.
 
Quando vemos uma foto nossa, pensamos: será que realmente tenho essa aparência? Pelas nossas faces, percebemos de modo desconfortável, que as pessoas podem conhecer-nos melhor, ou pelo menos de maneira diferente, da forma como nos conhecemos a nós mesmos. Se for diferente, quem terá mais razão?
 
Num instante, uma face pode transformar-se, dum olhar escuro, tenso e ansioso para uma alegria radiante e quase infantil. Uma onda de emoção varre a nossa alma e os músculos da face involuntariamente espelham-na numa questão de momentos. Levamos algum tempo até recuperarmos o controlo sobre o que a nossa expressão facial está a dizer ao mundo.
 
Mesmo quando a nossa face está em repouso e nós estamos entre fortes sentimentos de qualquer tipo, ela sempre mostra a todas as pessoas, embora talvez menos do que tudo a nós próprios, a soma de tudo o que já fomos. Formada ao longo de décadas através de incontáveis contrações musculares, de franzir a testa, maxilares tensos, fases de ira tristeza, dor e pesar – e de coisas boas também – temos a cara que merecemos. Ela é tudo o que vivemos. Não há cosméticos ou cirurgias que possam realmente esconder o caráter da nossa face. O envelhecimento é a menor das coisas com que temos de nos preocupar.
 
A face de Judas é o nosso pior receio relativamente a nós mesmos e pode portanto desencadear a mais profunda, mais transformadora compaixão. A verdadeira conversão acontece a partir dum lugar bem longe do controlo da vontade, um redentor lugar de graça. Quando ela acontece, somos rejuvenescidos e, ainda que só por um momento, a nossa face original, o mais verdadeiro do nosso “eu” é visível para nós próprios e para aqueles que possam estar ainda olhando para nós com algum interesse depois de todos estes anos.
 
Na face de Judas tal como na de pessoas menos obviamente complexas, a face de Jesus Cristo pode repentinamente brilhar, como um tesouro contido em vasos de barro:
 
Porque o Deus que disse:” que das trevas brilhe a luz”, foi quem brilhou nos nossos corações, para nos irradiar do conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Cristo. (2 Cor 4:6)


​Com amor,
Laurence


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Domingo de Ramos

8/4/2017

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Domingo de Ramos
 
Uma das nossas mais profundas necessidades e desejos é a segurança. No início da vida, a segurança física e a emocional são fundamentais para um crescimento saudável. Num bom lar, a criança tem espaço para testar e provocar, para forçar os limites impostos pelos pais que amam. Estes limites são ao mesmo tempo a segurança previsível de que necessitamos mas também, por fim, as linhas que precisamos de ter a coragem nascida da segurança para atravessar. Tal como acontece com todas as políticas de crescimento e de saúde, e de imigração, o segredo está na medida certa de tensão criativa.
 
As crianças sentem-se profundamente afrontadas e feridas pela injustiça e pela traição. Mas estas falhas do humano não abalam apenas as linhas seguras do nosso mundo; elas também elevam a nossa consciência para ver o significado da justiça e da fidelidade, o mundo de virtude em vez dos meros sistemas que defendemos em ordem a manter-nos seguros no interior dos nossos limites. Se, como adultos, estivermos apenas preocupados com a segurança das nossas fronteiras ainda não amadurecemos como seres humanos capazes duma real liberdade, de ver a felicidade de sermos cidadãos do mundo da virtude – bondade, delicadeza, humanidade, compaixão. Neste mundo de graça, não há fronteiras. 
 
Hoje, nas assembleias cristãs espalhadas pelo planeta, a história para que temos vindo a preparar-nos, durante a Quaresma, é contada de novo. Temos apenas um número limitado de oportunidades na vida para escutar esta história, contada desta forma: numa comunidade de fé e em dias em que os símbolos sagrados estão particularmente irradiantes. Cada ano, durante a Semana Santa e de acordo com a nossa capacidade de prestar atenção e de estar presente, escutamos e interiorizamos a história dos últimos dias da vida de Jesus. A forma como Ele – e nós – enfrenta(mos) a grande insegurança da morte é o grande teste de virtude e de maturidade espiritual. Ele mostra que isso pode ser feito; e, se escutarmos o misterioso final da história, a explosão de luz e de vida que surge da mais profunda escuridão da morte, vemos que esta é uma história cujo fim é, de facto, um novo princípio em que o próprio medo foi transcendido. É a história de todas as histórias.
 
Ela centra-se na mais terrível e dolorosa das inseguranças, que não é a dor física mas o sofrimento extremo da traição. Não há nada pior do que ser desiludido por alguém em quem pusemos a nossa confiança. À ira e à profunda tristeza, segue-se a desilusão que não pode ser consolada. Podemos também vislumbrar como também nós os desiludimos a eles ou a outros. A traição habitualmente tem uma reciprocidade que nós somos forçados a reconhecer com o passar do tempo. Há sempre contextos. Mas há também traições em que somos a parte inocente. O sofrimento aqui é agudo porque ameaça o nosso próprio sentido de identidade. É por isso que o abuso é um crime tão grave contra as crianças, habitualmente cometido pelos que foram eles próprios abusados, porque nas profundezas da psique o pecado é contagioso e requer uma cura profunda. Esta história é sobre a universal cura do karma.
 
Ao escutar hoje a história – este ano é o relato de Mateus (Mt 26:14-27:66) – guardemos um momento para pensar em Judas, tão próximo, até no soletrar do seu nome, de Jesus. Não sabemos porque é que Judas O traiu, apenas sabemos que sentiu remorsos depois. O seu personagem na história é o arquétipo do pior que existe nas relações humanas. Porém, ele foi incluído no grande perdão que a partir da Cruz Jesus estendeu à Humanidade, a todas as nossas culpas privadas e públicas. Foi uma força de misericórdia que rasgou em dois o véu do Templo: os templos são muitas vezes lugares que negam o perdão. Por isso, trabalhemos no perdão a Judas e teremos assim percebido o foco da história.


Com amor,
Laurence


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Sábado da Quinta Semana

6/4/2017

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Sábado da Quinta Semana
 
Ter uma boa Quaresma pode significar simplesmente sentir-se satisfeito consigo próprio por não ter perdido o comboio das observâncias quaresmais escolhidas. Jesus avisou-nos severamente sobre este erro farisaico. Poderá também significar que nos sentimos mais leves e mais presentes simplesmente porque a nossa atenção foi fortalecida e purificada. Como disse ontem, fazer alguma coisa habitual (como ler textos que sabemos de cor) pode facilmente levar a um estado de piloto automático e à desatenção. Mas há também uma alegria em ter estas pontes incorporadas, de familiaridade e amizade, ligando diferentes níveis da nossa existência quotidiana.
 
Rosamond Richardson descobriu isto quando descobriu aquilo que se tornou para ela uma expressão de algo com que já estava muito familiarizada, o mundo natural das árvores e plantas, no mundo paralelo das aves. Elas desaceleraram-na e lhe permitiram aceder a uma nova forma de estar atenta e presente. No seu livro cita Kierkegaard que fala desta atenção no presente como uma descoberta de alegria. “Esta alegria é alcançada por meio de estar no momento presente… Alegria é o presente do indicativo com toda a ênfase no presente.”
 
Rosamond diz: “Cedo descobri que a atenção necessária para observar as aves era uma forma de meditação: a quietude e a absorção que requeria levavam-me para fora de mim mesma.” Quando prestamos atenção podemos ser estimulados a fazê-lo ao descobrir algo novo. O mundo moderno, porém, é muitas vezes enganado pela falsa novidade. Novas embalagens e campanhas de publicidade comandam o consumismo. Mas aprendemos alguma coisa assim que desaceleramos o nosso consumo. Ao fazê-lo, podemos estar a reduzir o crescimento económico mas estamos também a preparar o caminho para uma distribuição mais justa de recursos.
 
Quando nos tornamos presentes e atentos descobrimos que mesmo o que é mais familiar não é realmente uma repetição mecânica. Na vida real, não podemos copiar e colar. Não podemos duplicar imagens do mesmo modo que o fazemos quando editamos a nossa galeria de fotos. Uma paisagem coberta de neve ou uma avalanche são compostas por um número incontável de flocos de neve individuais. Desde o tempo em que nevou pela primeira vez sobre a terra, nunca dois flocos de neve foram idênticos. O mesmo acontece com as pessoas. E com as aves. E com tudo.
 
Depois de ter entrado no seu novo mundo das aves, Rosamond descreve o avistamento de um bando de escrevedeiras-amarelas elevando-se de uma moita, subindo e descendo, “ganhando terreno uma e outra vez, dispersando numa explosão de ouro a cada vez”. Ela ainda não tinha aprendido o nome desta ave.  Um ano mais tarde, sabia o que se chama a estes pássaros amorosos e conseguia identificar a canção duma escrevedeira-amarela. Familiar e fresca, simultaneamente. Como todas as aves, estas são atentas. Não chocam umas com as outras quando realizam estes espetáculos celestiais. São seres individuais e uma unidade com as outras. Quem as observa aprende com elas, a sua atenção e o seu ajustamento umas às outras na comunidade.
 
Meditar desenvolve a presença atenta em todas as coisas. (Se não quiser meditar, experimente caminhar ou observar aves.) Não só é uma fonte de alegria, mas é indispensável para a nossa sanidade. Alguns pensadores mais antigos chamavam-lhe Contemplação Natural. Merton pensava que era o que faltava aos noviços dos tempos modernos quando chegavam ao mosteiro. É certamente algo que falta às mais recentes ordens executivas do Presidente dos EUA sobre o ambiente.

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Com amor,
Laurence


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Sexta-feira da Quinta Semana

6/4/2017

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Sexta-feira da Quinta Semana
 
Claramente, o nível de atenção consciente na vida quotidiana no mundo está a cair. Fazemos um pedido num restaurante ou damos uma informação a alguém, clara e concisamente, e na sua resposta fazem-nos uma pergunta sobre o assunto, descaradamente sem terem escutado o que dissemos há apenas alguns segundos. Algumas pessoas podem não prestar suficiente atenção sequer para reparar que a outra pessoa não estava a prestar atenção. Isso é particularmente preocupante na em medida que a conversa subsequente se parece com a de duas pessoas mentalmente perturbadas que estão tão isoladas nos seus próprios mundos imaginários que não conseguem escutar ou ver seja o que for que esteja fora deles. Acabam a falar “para” os outros e não “com” eles.
 
Esta desatenção crónica no nosso mundo expõe a loucura do excesso de ação e de excessiva estimulação mental. Sentimo-nos impelidos a fazer muitas coisas em simultâneo embora seja óbvio que o regime multitarefa prejudica a qualidade dos resultados do que estamos a fazer. Por trás desta compulsão pode estar o desejo de fugir à realidade, evitando difíceis verdades. Ou, talvez, a ansiosa competitividade e o medo de que os outros, fazendo mais do que nós, nos façam parecer de segunda categoria ou perdedores. A primeira coisa que desaparece então é a alegria no trabalho e a satisfação da criação. Tornamo-nos meros fazedores, medindo a quantidade e encobrindo as nossas insuficiências e desatenção com o uso de jargão e, é claro, ainda mais baixa qualidade de trabalho. 
 
Naturalmente, a quantidade de atividade que podemos realizar, sem perdermos a sanidade e a atenção, irá variar – de pessoa para pessoa e de acordo com fatores externos. Algumas desenvolvem-se melhor numa vida atarefada. S. Bento dizia que a ociosidade é o inimigo da alma e foi o primeiro grande consultor de gestão do tempo, estabelecendo o horário de cada dia em ordem a conseguir ter as coisas feitas de um modo equilibrado e agradável. Mas ele sabia que alguns são mais lentos, o que não quer dizer mais limitados, do que outros e que a comunidade (uma boa equipa) deve acomodar muitos tipos diferentes de personalidade.
 
Quando um monge está a rezar o Ofício Divino há muitos textos que ele sabe de cor. Não precisa de lê-los no papel. Mas isso significa que pode facilmente resvalar para a multitarefa. Enquanto repete o Benedictus de manhã, apercebe-se de repente que perdeu o fio das linhas porque se pôs a planear o dia ou a resolver um problema ou até a pensar na próxima leitura quaresmal. Esta é a deixa para começar de novo, voltar atrás e repetir o Benedictus desde o princípio. Talvez o valor espiritual do exercício esteja mais no fortalecer do seu próprio poder de atenção do que em dizer a Deus o que Deus já sabe.
 
Simone Weil aprendeu o mantra desta maneira. Fazia-se repetir o Pater Noster regularmente com absoluta atenção. Assim que a sua mente começava a vaguear ela voltava ao princípio. Esta é a base da sua perceção profunda de que a essência da oração não é a intenção, mas a atenção.
 
A oração não é apenas uma ação religiosa explícita. Um empregado de mesa a anotar um pedido numa noite movimentada está transformando o seu trabalho em oração se ele escutar, perceber corretamente e servir a comida certa à pessoa certa. E a gorjeta que recebe pode refletir isto, desde que o cliente tenha estado suficientemente atento para dar por isso.


Com amor,
Laurence


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    Sente-se, sente-se quieto e com as costas direitas. Feche levemente os olhos. Respire normalmente. Silenciosamente, interiormente comece a repetir uma única palavra ou mantra. Recomendamos a antiga frase de oração “Maranatha”. É a expressão em Aramaico (a língua que Jesus falava) que significa “Vem Senhor”, mas não pense no seu significado. O propósito do mantra é o de pôr de lado todos os pensamentos, bons, maus, indiferentes, juntamente com as imagens, planos, memórias e fantasias. Recite a palavra como quatro sílabas de igual intensidade: ma ra na tha. Escute-a à medida que a vai repetindo e retorne sempre a ela quando se distrair. Medite durante cerca de vinte minutos, todas as manhãs e ao fim da tarde. Meditar com outras pessoas, por exemplo num grupo semanal de meditação, é muito útil para desenvolver esta prática como parte integrante da sua vida quotidiana. Visite o site da Comunidade para procurar mais dicas e inspiração: wccm.org

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