
Quarto Domingo
O Evangelho de hoje (Jo 9) é sobre a cura dum cego de nascença. Tal como a história da samaritana, na semana passada, é contada em muitos níveis de significado que se abrem uns para os outros. Apesar do carácter aparentemente óbvio da história, tem uma profundidade shakespeariana e, tal como a nossa experiência de vida, revela o quão multifacetada a realidade é.
Os discípulos perguntam a Jesus quem era responsável pela condição do homem – os seus pais ou ele próprio? É difícil ver a partir desta questão como qualquer deles poderia ser culpado sem ser por um carma herdado. De qualquer modo, Jesus rejeita esta abordagem, dizendo que o significado do sofrimento do homem se encontra na forma como Deus é revelado através da cura. Isto poderá não responder a todas as nossas questões racionais, mas dá-nos uma definitiva direcção. Por outras palavras, olhem para a frente, não para o retrovisor, para procurar as ligações que trazem o significado. Então, como se tentasse ilustrar uma tese, um pouco ao jeito de um atarefado médico do Serviço de Urgência, Jesus cura-o (quebrando assim as regras sindicais, ao trabalhar no Sabbath).
Jesus volta a misturar-se com a multidão, mal dando tempo ao homem para O ver. Porém, o povo e, depois, as autoridades ouvem falar do evento. Alguns cépticos não ficam convencidos de que seja o mesmo indivíduo que eles conheciam como cego que andava por ali. Os pais são arrastados para a controvérsia e, com medo de se verem envolvidos, rejeitam qualquer conhecimento e abandonam o filho para que se defenda a si próprio – o primeiro entrever da solidão em que o homem está a ser mergulhado. Sob interrogatório, o homem defende a sua posição quanto à cura e é rapidamente condenado como agitador, rebaixado como alguém que “nasceu em pecado”. Se nos respondes dessa maneira (dizem eles), eras deficiente por tua própria culpa e não mereces ser curado. Foi excomungado. Um bom exemplo de como, frequentemente, as pessoas religiosas não acolhem bem o poder de Deus quando interfere nos seus assuntos. Mas Jesus ouve falar disto e procura-o.
Este próximo nível de significado e intimidade na história começa, como tantas vezes acontece com este curandeiro da Humanidade, com uma questão. Jesus pergunta-lhe se ele acredita (se tem fé) no Filho de Deus. O homem honestamente responde: “bom, talvez pudesse crer se soubesse quem Ele é”. Então, tal como fez com a samaritana, que era também uma proscrita, Jesus simplesmente identifica-se. Estás a olhar para Ele. O homem, espontaneamente, abriu-se à fé, acreditou e curvou-se em espírito.
Nestes poucos gestos, passámos duma cura para um completo restabelecimento da saúde. O homem atravessou rapidamente de um lugar de aflição, através dum teste ao seu carácter e da dolorosa experiência da exclusão e rejeição, para um transformador-de-vida relacionamento de fé.
À medida que a experiência de silêncio e de presença se aprofunda com o passar do tempo, poderemos ver a viagem da meditação a levar-nos pela mesma trajectória, embora, provavelmente, menos depressa.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
O Evangelho de hoje (Jo 9) é sobre a cura dum cego de nascença. Tal como a história da samaritana, na semana passada, é contada em muitos níveis de significado que se abrem uns para os outros. Apesar do carácter aparentemente óbvio da história, tem uma profundidade shakespeariana e, tal como a nossa experiência de vida, revela o quão multifacetada a realidade é.
Os discípulos perguntam a Jesus quem era responsável pela condição do homem – os seus pais ou ele próprio? É difícil ver a partir desta questão como qualquer deles poderia ser culpado sem ser por um carma herdado. De qualquer modo, Jesus rejeita esta abordagem, dizendo que o significado do sofrimento do homem se encontra na forma como Deus é revelado através da cura. Isto poderá não responder a todas as nossas questões racionais, mas dá-nos uma definitiva direcção. Por outras palavras, olhem para a frente, não para o retrovisor, para procurar as ligações que trazem o significado. Então, como se tentasse ilustrar uma tese, um pouco ao jeito de um atarefado médico do Serviço de Urgência, Jesus cura-o (quebrando assim as regras sindicais, ao trabalhar no Sabbath).
Jesus volta a misturar-se com a multidão, mal dando tempo ao homem para O ver. Porém, o povo e, depois, as autoridades ouvem falar do evento. Alguns cépticos não ficam convencidos de que seja o mesmo indivíduo que eles conheciam como cego que andava por ali. Os pais são arrastados para a controvérsia e, com medo de se verem envolvidos, rejeitam qualquer conhecimento e abandonam o filho para que se defenda a si próprio – o primeiro entrever da solidão em que o homem está a ser mergulhado. Sob interrogatório, o homem defende a sua posição quanto à cura e é rapidamente condenado como agitador, rebaixado como alguém que “nasceu em pecado”. Se nos respondes dessa maneira (dizem eles), eras deficiente por tua própria culpa e não mereces ser curado. Foi excomungado. Um bom exemplo de como, frequentemente, as pessoas religiosas não acolhem bem o poder de Deus quando interfere nos seus assuntos. Mas Jesus ouve falar disto e procura-o.
Este próximo nível de significado e intimidade na história começa, como tantas vezes acontece com este curandeiro da Humanidade, com uma questão. Jesus pergunta-lhe se ele acredita (se tem fé) no Filho de Deus. O homem honestamente responde: “bom, talvez pudesse crer se soubesse quem Ele é”. Então, tal como fez com a samaritana, que era também uma proscrita, Jesus simplesmente identifica-se. Estás a olhar para Ele. O homem, espontaneamente, abriu-se à fé, acreditou e curvou-se em espírito.
Nestes poucos gestos, passámos duma cura para um completo restabelecimento da saúde. O homem atravessou rapidamente de um lugar de aflição, através dum teste ao seu carácter e da dolorosa experiência da exclusão e rejeição, para um transformador-de-vida relacionamento de fé.
À medida que a experiência de silêncio e de presença se aprofunda com o passar do tempo, poderemos ver a viagem da meditação a levar-nos pela mesma trajectória, embora, provavelmente, menos depressa.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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