
Sábado da Primeira Semana
Ao longo desta semana, temos refletido sobre como discernir a ilusão da realidade. Diádoco nos tem aconselhado e tem dito que esse discernimento nos vem mais como um dom do que como resultado do estudo ou apenas dos nossos poderosos esforços. Mas ele também enfatiza que uma deliberada escolha é necessária para nos direcionarmos somente para o que é real e para consumir a atração pela ilusão com a nossa atenção sobre o que é bom. À medida que o conhecimento espiritual cresce, diz ele de forma encorajadora, através da combinação de esforço e graça, tornamo-nos mais confiantes na nossa busca por amor.
Tenho sugerido, previsivelmente, que este profundo aconselhamento pode ser posto em prática através da meditação. Seja como for, de algum modo, temos que encontrar uma forma de equilibrar o esforço necessário da nossa parte com a gratuitidade da graça, para gerar a mudança que desejamos e necessitamos.
Se não formos pessoas particularmente religiosas, podemos ter maior atração pela ideia de esforço. Não precisamos de muita conversa sobre Deus a ajudar-nos. Porém, a verdade é que a mudança essencial acontece a um nível em que a nossa vontade consciente desaparece. Se existe alguma vontade, é mais em ver e consentir a verdade do que em tentar alcançá-la. Se, por outro lado, gostarmos da ideia da presença ativa de Deus na nossa vida, podemos pensar que não temos que fazer grande coisa, ficar simplesmente descontraídos, passivos, e deixar Deus fazer tudo. Os elementos entrelaçados do humano e do divino, nesta ascensão à realidade, estão ambos envolvidos. Juntos revelam mais do que qualquer destas atitudes extremas (a autossuficiência ou o deixar tudo nas mãos de Deus) quanto ao esforço e a graça. A graça e o esforço humano não deveriam ser separados porque esta separação promove a ilusão. Cristo faz com que tudo isto tenha sentido. Ele é o casamento no paradoxo.
Como em qualquer bom relacionamento, cada lado da parceria humano-divina se encaixa e desencaixa do outro de modo impercetível. Formam um todo maior do que podemos imaginar como a soma das partes. Esta totalidade, que é Cristo, lança luz sobre a distinção entre humano e divino, mas também sobre a necessidade cósmica que têm um do outro. Pelo menos da nossa perspetiva, são incompletos um sem o outro. Será que isto quer dizer que Deus precisa de nós? Tecnicamente, não, é claro, mas, em termos de amor, porque Deus se tornou na Sua própria criatura, porque não?
É isto que está em causa na nossa reflexão quaresmal baseada na nossa prática pessoal com que nos comprometemos, durante estes quarenta dias. Não queremos dar-lhe demasiado peso (ou perderemos o espírito de verdade), porém ela é sagrada e de suprema importância para nós. A vida irá continuar se não refletirmos sobre ela e se não surgir nenhuma percepção profunda a partir da nossa prática sustentada. Trump continuará a mandar mensagens por Twitter, dar-se-á o Brexit, os cardeais continuarão a brigar, as previsões económicas irão mudar, algumas pessoas serão curadas e outras não, o Netflix vai inventar novas séries. Porém, a Quaresma é mesmo importante. Não apenas para nós próprios, nos nossos universos digitais separados, mas para nós como um todo, ao despertarmos para o grande significado do humano no qual Deus arriscou em nós e cujo resultado o universo ansiosamente espera. É por isso que é importante que aprendamos a, periodicamente limpar as nossas lentes para ver claramente o que é real e duradouro e o que é ilusório e efémero. Porque nós somos relevantes.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
http://www.meditacaocrista.com/
https://www.facebook.com/meditacaocristaportugal
Ao longo desta semana, temos refletido sobre como discernir a ilusão da realidade. Diádoco nos tem aconselhado e tem dito que esse discernimento nos vem mais como um dom do que como resultado do estudo ou apenas dos nossos poderosos esforços. Mas ele também enfatiza que uma deliberada escolha é necessária para nos direcionarmos somente para o que é real e para consumir a atração pela ilusão com a nossa atenção sobre o que é bom. À medida que o conhecimento espiritual cresce, diz ele de forma encorajadora, através da combinação de esforço e graça, tornamo-nos mais confiantes na nossa busca por amor.
Tenho sugerido, previsivelmente, que este profundo aconselhamento pode ser posto em prática através da meditação. Seja como for, de algum modo, temos que encontrar uma forma de equilibrar o esforço necessário da nossa parte com a gratuitidade da graça, para gerar a mudança que desejamos e necessitamos.
Se não formos pessoas particularmente religiosas, podemos ter maior atração pela ideia de esforço. Não precisamos de muita conversa sobre Deus a ajudar-nos. Porém, a verdade é que a mudança essencial acontece a um nível em que a nossa vontade consciente desaparece. Se existe alguma vontade, é mais em ver e consentir a verdade do que em tentar alcançá-la. Se, por outro lado, gostarmos da ideia da presença ativa de Deus na nossa vida, podemos pensar que não temos que fazer grande coisa, ficar simplesmente descontraídos, passivos, e deixar Deus fazer tudo. Os elementos entrelaçados do humano e do divino, nesta ascensão à realidade, estão ambos envolvidos. Juntos revelam mais do que qualquer destas atitudes extremas (a autossuficiência ou o deixar tudo nas mãos de Deus) quanto ao esforço e a graça. A graça e o esforço humano não deveriam ser separados porque esta separação promove a ilusão. Cristo faz com que tudo isto tenha sentido. Ele é o casamento no paradoxo.
Como em qualquer bom relacionamento, cada lado da parceria humano-divina se encaixa e desencaixa do outro de modo impercetível. Formam um todo maior do que podemos imaginar como a soma das partes. Esta totalidade, que é Cristo, lança luz sobre a distinção entre humano e divino, mas também sobre a necessidade cósmica que têm um do outro. Pelo menos da nossa perspetiva, são incompletos um sem o outro. Será que isto quer dizer que Deus precisa de nós? Tecnicamente, não, é claro, mas, em termos de amor, porque Deus se tornou na Sua própria criatura, porque não?
É isto que está em causa na nossa reflexão quaresmal baseada na nossa prática pessoal com que nos comprometemos, durante estes quarenta dias. Não queremos dar-lhe demasiado peso (ou perderemos o espírito de verdade), porém ela é sagrada e de suprema importância para nós. A vida irá continuar se não refletirmos sobre ela e se não surgir nenhuma percepção profunda a partir da nossa prática sustentada. Trump continuará a mandar mensagens por Twitter, dar-se-á o Brexit, os cardeais continuarão a brigar, as previsões económicas irão mudar, algumas pessoas serão curadas e outras não, o Netflix vai inventar novas séries. Porém, a Quaresma é mesmo importante. Não apenas para nós próprios, nos nossos universos digitais separados, mas para nós como um todo, ao despertarmos para o grande significado do humano no qual Deus arriscou em nós e cujo resultado o universo ansiosamente espera. É por isso que é importante que aprendamos a, periodicamente limpar as nossas lentes para ver claramente o que é real e duradouro e o que é ilusório e efémero. Porque nós somos relevantes.
Com amor,
Laurence
Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - Portugal
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